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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Ecos do Encontro de Maio

O encontro dos LMC no fim de semana de 20 a 21 de Maio esteve marcado pela partilha dos que viveram o tríduo Pascal em Espanha e também pela Festa Missionária realizada em Coimbra no Domingo. Assim no sábado, na parte da manha, estivemos a partilhar o que vivemos na Semana Santa e tivemos alguns momentos de oração pessoal e algum tempo para reflectir sobre as leituras do Domingo seguinte. Na parte da tarde estivemos em trabalhos práticos para preparar a Festa Missionária. Éramos um pequeno grupo uma vez que muitos não puderam participar, mas estiveram connosco através dos SMS, da oração, da amizade. No final da tarde tivemos a Via Lucis – meditação orante dos mistérios gloriosos do Senhor (eventos compreendidos entre a Ressurreição e o Pentecostes).
O Domingo foi marcado pela Festa Missionária. A casa encheu-se de pessoas amigas, rostos conhecidos de tanta gente que comparte connosco o ideal da Missão com sabor a Daniel Comboni. O cheirinho foi a Africa, com especiarias de Chade, do missionário P. Leonel Claro, que nos orientou o encontro geral e a Eucaristia. A comida foi de farnel partilhado fraternalmente. Depois não veio a sesta, mas a alegria do encontro, na festa que se seguiu ao almoço. Canções, poemas, danças, enfim o Ir. Humberto lá estava para que todos pudessem participar. A oração final orientou-nos para a despedida na união constante da amizade, e da construção do Reino de Jesus aqui na terra.

 

Veja algumas fotografias do encontro e Festa Missionária aqui

Viver em Comunidade

“Eu sou a videira, vós sois os ramos
Se alguém permanece em Mim e Eu nele,
Esse dá muito fruto,
Porque sem Mim nada podeis fazer.”

 

 

 

As nossas relações humanas, para serem verdadeiras, precisam da presença constante de Cristo nos nossos corações. De facto, sem Ele nada podemos fazer.
É nesta certeza de que, só vivendo a exemplo de Jesus Cristo, podemos fazer com que as nossas relações humanas façam, pouca a pouco, o Reino de Deus acontecer.

Leia mais aqui

Este Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal, passado em Espanha juntamente com os LMC de Espanha, marcou a todos de uma forma ou de outra. Éramos oito LMC de Portugal e 13 de Espanha e partilhamos durante três dias, a fé, os caminhos percorridos como movimento, as experiências vividas, a alegria, a amizade e futuros projectos de colaboração mútua aqui e na missão. A Rita Leitão, partilha connosco o que significou para ela estes dias vividos em comunhão com o irmão e a irmão ao nosso lado e com Cristo vivo e ressuscitado no povo pobre e lutador.

Rita Leitão, autora do artigo

Das personagens bíblicas que sempre mais me cativou, a seguir ao próprio Jesus, (e com a qual mais me identifico) é o apóstolo Pedro: pela sua entrega e radicalidade ao seguir Aquele que lhe propunha o Reino dos Reinos. Tal como Pedro também eu espero muitas vezes que Jesus alcance o poder, dizime corruptos, inverta injustiças e reconstrua o Templo – para maior glória de Deus. E amedrontou-me quando confrontada com a minha fidelidade a Ele; e rejeito o sofrimento e a dificuldade; e tal como Pedro, também eu saio e choro… Amas-me?!? Pergunta-me desafiadoramente Jesus… E eu?!? Que resposta dou? Esta é das perguntas mais inquietantes – saber o que Quer realmente de mim…! Tantas vezes faço, a mim mesma, essa pergunta… Claro que o meu pragmatismo natural me leva a responder prontamente neste ou naquele sentido – mas muitas vezes estas não são respostas suficientemente ponderadas.
A experiência quaresmal e pascal deste ano, a qual me propus a viver com entrega, autenticidade e intensidade, trouxe-me uma clarividência serena em relação a muitas questões; pois o dom da minha inteligência e a certeza da minha fé não me conduzirão decerto por caminhos adversos ao Deus de Amor que habita em cada um de nós, que me anima a cada dia e me faz brilhar os olhos. Eu, porque baptizada em Cristo, com Ele tomo parte na comunhão do projecto salvador de Deus, para cada um de nós – a dificuldade residirá sempre na compreensão deste desígnio para melhor o aceitar e empreender; contudo…o caminho faz-se a caminhar! E o caminho de Jesus prossegue, com a Sua cruz, em direcção ao Calvário!
Na ausência de Pedro, revejo-me por vezes em Cireneu, nas mulheres de Jerusalém, no Bom Ladrão mas sobretudo na Verónica; esta é uma certeza que tive durante a celebração da Via-sacra na Sexta-feira Santa. O que mais me toca o coração são as pessoas que sofrem (idosos, acamados, doentes e deficientes bem como todos os que cuidam deles pois tomam parte do seu sofrimento); revejo-me em Verónica na medida em que ao limpar o rosto sofrido de Jesus confere-lhe toda a dignidade que nos merece todo o qualquer Homem, ainda que este tenha certo o seu fim – a cruz. Recordo-me de todos aqueles que se encontram nos cuidados paliativos hospitalares, das pessoas de idade avançada que aguardam apenas pela ‘sua hora’, de…, de…, de… tantos! Muitas Verónicas dão hoje testemunho da presença de Deus em nós proporcionando dignidade e acompanhamento ao que sofre e ao moribundo – é Cristo que se revela como alimento para o caminho da eternidade.
Por outro lado, o pânico invadiu também o meu pensamento pois apesar de todo o Amor que nutro pela Igreja que Cristo instituiu, a “loucura do evangelho” que sinto e que muitas vezes, tal como Paulo, se traduz numa ânsia imensa de anúncio do “escândalo da cruz” junto daqueles que ainda O não conhecem, sinto-me demasiado limitada para ajudar ‘in actio’, sei que nada sou, e que muito pouco tenho para dar face às necessidades existentes, e de que nada poderei servir, mais concretamente na missão; todavia, o que mais me anima é a certeza de que Deus se serve de tudo, mesmo das mais pequenas coisas, para se revelar. E nessa medida me disponibilizo, abro o meu coração e principalmente estendo as minhas mãos – não para receber, mas para dar o pouco que tenho pois, decerto, que o Cristo que vive em mim viverá certamente em muitos outros corações sedentos de Caridade e Graça.
A experiência pascal deste ano foi verdadeiramente intensa, forte, mas acima de tudo foi uma partilha de Amor por um Reino que se quer próximo!
Vestidos de Sol renascemos. Há dias assim…em que não se faz escuro cá dentro e as nossas entranhas são apenas, e outra vez, esperança. É Cristo que vive…Ressuscitado!
Regressei da celebração deste Tríduo Pascal certa de que o Senhor me chama ao serviço concreto na acção missionária junto daqueles ou que ainda o não conhecem ou que sofrem e necessitam de bálsamo para a sua dor.
A Ti, Bom Deus, como a Amizade e o Amor não se agradecem, apenas Te posso dizer: toma-me e molda-me segundo a Tua vontade! … e que no meu coração exista sempre a liberdade de Te procurar para que possas sempre viver em mim.

 

 

Rita Leitão