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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Ecos do Encontro de Maio

O tema do nosso 6.º Encontro em Coimbra foi “Manejo de Sentimentos”. Para mim, foi como que uma continuação do encontro da FEC, que também tinha decorrido em Coimbra nos dias 28 e 29 de Abril subordinado ao tema “Relações Humanas e Vida em Grupo” (ver o texto imediatamente abaixo com o título ”Ecos do 4º encontro do VMP”). Há muitos aspectos que se tocam em ambos os temas. Neste fim-de-semana abordámos várias questões: qual a definição de sentimentos, de onde surgem, quais os sentimentos que experimentamos mais frequentemente, como reagimos aos nossos sentimentos e aos sentimentos dos outros, porque certas pessoas reprimem e escondem os seus, será que há sentimentos bons e maus, quais os sentimentos mais fáceis de exprimir e opostamente, quais os mais complicados de partilhar, formas de exprimi-los, factores que podem condicionar as reacções aos sentimentos, passos para orientar os diversos sentimentos, regras que nos ajudam a comunicar o que estamos a sentir aos outros, diferenças entre dialogar e discutir.
Foi um tema muito interessante, que me levou a reflectir sobre diversos aspectos em que nunca tinha pensado sequer. E chegámos a algumas conclusões importantes que ainda estou a tentar digerir, como por exemplo, que os sentimentos não são nem bons, nem maus, são neutros. A forma como reagimos a esses sentimentos é que pode ser positiva ou negativa. E que os outros não são culpados por estarmos a sentir algo que não gostamos, como por exemplo, raiva, ciúme, inveja, tristeza. Esses sentimentos já existiam em nós próprios, os outros foram apenas catalisadores. Temos de parar e pensar porque estamos a sentir aquilo, por que estamos a reagir daquela maneira. A resposta está sempre dentro de nós, basta apenas querer ou ter coragem para reflectir sobre isso, sobre qual o motivo e o que isso nos ensina sobre nós próprios…

Como sempre o convívio foi excelente e a interacção entre todos, tornou o tema ainda mais interessante!
Já estou a começar a sentir saudades destes encontros! Só irei estar presente em mais dois, porque se Deus quiser, em Setembro já estarei em Madrid, com a Milu e a Vânia, para iniciarmos a nossa formação de três meses em conjunto com os LMC espanhóis que, assim como nós, vão partir em Missão para o ano que vem…
Obrigado a todos os meus queridos companheiros pela prova de amizade constante que demonstram uns pelos outros!

Álvaro

Ecos do 4º encontro do VMP

Neste fim-de-semana participei em mais um encontro de formação da FEC, desta vez, em Coimbra. Foi com enorme satisfação e também grande orgulho que recebi todos os participantes na “minha” casa, a Casa dos Combonianos. Toda a gente gostou muito dela, porque estavam habituados a ficar em grandes casas, com algum luxo e um pouco impessoais. Pelo contrário, a “nossa” é mais pequena, mais modesta, mais acolhedora e tem um toque muito pessoal que a torna mais humana. O encontro foi subordinado ao tema “Relações Humanas e Vida em Grupo” e o formador convidado foi o Dr. José Alfredo Martins, Director de Centros da Comunidade Vida e Paz. Mas durante estes dois dias, fez questão absoluta de ser apenas o Zé Alfredo! Um pouco resumidamente, a Comunidade Vida e Paz dá apoio material e espiritual a todos aqueles que se encontram desamparados socialmente, tal como os toxicodependentes, os deficientes, os alcoólicos e os sem-abrigo. O objectivo consiste em desenvolver neles, a sua dignidade humana e a capacidade de realização pessoal. Para isso proporciona-lhes um programa terapêutico e formação profissional, tendo em vista a sua futura reintegração na sociedade.

O tema já era interessante, mas o Zé Alfredo, consegui torná-lo ainda mais apelativo, graças ao seu poder de comunicação e à empatia que conseguiu criar connosco. Outra “arma” poderosa que ele usou variadas vezes, foi a dinâmica de grupos. Durante o encontro, falou-se de muita coisa, nomeadamente, o que significa comunicar, como se processa a comunicação, quais os canais de comunicação, a importância dos cinco sentidos no acto de comunicar, a rede de relações, o impacto que uma acção nossa pode ter nos outros e vice-versa, a disponibilidade para ir ao encontro dos outros, a abertura para compreender e respeitar os outros, o espírito de grupo, alguns factores de fortalecimento ou desgaste de um grupo, as necessidades individuais e colectivas, maneiras de passar uma mensagem, gestão de conflitos interiores e exteriores, etc.


“Apagar a vela do teu companheiro, não fará com que a tua brilhe com mais intensidade.”

 


 

Os momentos mais marcantes deste encontro foram os testemunhos que ouvimos e o filme que vimos. Ouvimos dois testemunhos, completamente opostos, mais igualmente enriquecedores. Primeiro a Marlene Almeida, falou da sua curta – seis meses - experiência em Angola com os Leigos para o Desenvolvimento. Infelizmente, correu muito mal devido tanto a factores internos (da própria comunidade de Leigos) como a factores externos (um vírus mortal), que a “obrigaram” a interromper abruptamente a missão que estava a desenvolver naquele país. O segundo testemunho foi dado pela Karina Oliveira da Juventude Hospitaleira que esteve um ano em Timor-Leste nas montanhas. Foi muito bonito porque ela reviveu realmente tudo o que nos contou, porque só regressou a Portugal há quinze dias. Ainda está meio “nas nuvens”, a tentar readaptar-se a esta nova realidade! Felizmente, a experiência da Karina correu muito bem e foi um testemunho apaixonante.

O segundo momento mais marcante, foi o filme que vimos – Feliz Natal (Joyeux Noel no original). Trata-se de um filme francês, baseado em factos verídicos e que nos conta um episódio passado em França em Dezembro de 1914, durante a ocupação alemã. Este acontecimento foi mantido em segredo durante muitos anos e ficou conhecido como “as tréguas de Natal”. Este filme mostra-nos, como durante a noite da Consoada e o dia de Natal de 1914, os soldados franceses, alemães e escoceses, esqueceram as armas e a guerra e confraternizaram como se fossem grandes amigos. É uma grande lição de vida, quando soldados que se estavam a matar uns aos outros em nome de uma coisa absurda chamada guerra, esquecem as suas divergências e lado a lado vivem uma coisa muito maior que uma guerra, o espírito de Natal, o nascimento de Jesus. É um filme avassalador, que nos faz “abanar” de uma maneira que não se consegue explicar. De tal forma, que após a sua exibição, quando deveríamos falar sobre o que tínhamos visto e sentido, ninguém conseguia articular uma palavra! Estávamos todos psicologicamente “esmagados”, a tentar “digerir” os acontecimentos e demorou bastante tempo até alguém conseguir começar a exprimir o que estava a sentir. Foi poderosamente tocante a forma como o silêncio disse tudo!...

 

. Começando pela Casa onde se realizou, continuando no tema abordado (incluindo o formador) e acabando no enorme convívio que houve entre todos, vai ficar para sempre guardado no meu coração!

 


ORAÇÃO DA SERENIDADE

 

 

Gostei muito de todos os encontros da FEC, mas este foi muito especial

Para acabar, quero agradecer ao João, à Bela, à Milu e à Mina (meus queridos amigos LMC) que foram incansáveis, assegurando que tudo corresse da melhor maneira. Abdicaram do seu fim-de-semana para darem todo o apoio necessário a todos os que participámos neste encontro. Deixaram para segundo plano as suas necessidades pessoais (o merecido descanso após uma semana de trabalho) e estiveram presentes e sempre disponíveis em nome de algo maior, o ideal missionário. Muito obrigado do fundo do coração e que Deus ilumine sempre o vosso caminho.