Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

TEMPO DE GRAÇA

 

“Ser missionário proporciona-nos a possibilidade

de crescimento em todos os âmbitos do nosso ser” 

 

É, o tempo passa muito rápido. E diz-se ainda que passa mais rápido quando se está a fazer o que se gosta. Assim foram os meus primeiros 7 meses em Moçambique: passaram muito depressa, e nem notei no tempo a passar. Não porque estivesse alheio e perdido nos acontecimentos, mas porque os vivia intensamente.

 

 

Durante este tempo por aqui, que para mim tem sido verdadeiramente um Kairós (tempo de graça), tenho aprendido muita coisa. Na escola, na vivência em comunidade e como equipa missionária, na visita às comunidades, com sua fé e espiritualidade, mas sobretudo tenho aprendido muito na convivência com as pessoas.

 

Ser missionário também nos proporciona esta possibilidade de crescimento em todos os âmbitos do nosso ser. Realmente, quando confiamos em Cristo e nos colocamos ao seu serviço, não se perde nada, mas ganha-se muito.

 

“A missão é feita de vida”

 

É bem verdade que nem tudo são flores. Mas não é mesmo assim na nossa vida cotidiana? Então como não o seria na missão, quando estamos inseridos em outra realidade, seja de cultura, de espaços, de conceitos, de pessoas? Assim, durante este tempo também tive algumas dificuldades, desafios pessoais, questões e reflexões. Mas nada disso me fez em algum momento desistir ou não querer estar aqui. Pelo contrário, também contribuíram, e muito, para o meu crescimento na vida e na fé. Por isso agradeço a Deus por todos os momentos vividos neste tempo.

 

A missão é feita de vida, e a vida é feita destes momentos, alegres e tristes, bons e difíceis, animadores e desafiadores. Se assim não fosse, seria uma ficção, e não a realidade.

Assim, todos os acontecimentos, todos esses momentos experimentados na vida missionária servem de impulso e motivação para seguir, buscando dar o melhor como operário que colabora na construção do Reino de Deus, Reino que já está presente aqui também desde a criação do mundo.

 

Deste modo, gostaria de convidar a fazermos uma prece por todos missionários e missionárias além-fronteiras, para que aproveitem cada momento vivido como oportunidade de crescimento, iluminados sempre pela ação do Espírito Santo de Deus.

  

 

 

Flávio Schmidt, LMC do Brasil em Moçambique

Fonte: Batuques da Savana

 
 
 

Encontro dos Leigos Missionários Combonianos da Europa em Verona

Os Leigos Missionários Combonianos da Itália, Espanha, Alemanha, Portugal e Polónia estiveram reunidos de 2 a 8 de Agosto 2012, em Verona/Itália. Foram dias de reflexão sobre a vocação e a especificidade do laicado missionário, no contexto do carisma comboniano. Na sequência do lema escolhido para o encontro, “Seguindo os passos de São Daniel Comboni”, dedicou-se um dia inteiro à visita de Limone Sul Garda, terra natal de Comboni. A oração, a partilha de ideias e o convívio contribuíram para que todos voltassem às suas terras mais renovados e encorajados para continuarem ao serviço da Igreja e da missão.

 

 

 

Setenta e cinco pessoas à mesa: cinquenta Leigos Missionários Combonianos (LMC), quinze crianças dos casais presentes, oito combonianos e duas combonianas. Todos reunidos na primeira casa que Comboni comprou em Verona para o instituto das Pias Madres da Nigrizia, hoje conhecidas por Irmãs Missionárias Combonianas. O acolhimento afável e familiar proporcionado pelas irmãs da Casa Mãe – que mereceu a nota final de excelente – favoreceu o êxito do encontro deste movimento LMC que se considera já o quarto ramo da Família Comboniana.

 

“Um encontro para viver juntos «o fogo da missão que não se apaga».”

 

O superior provincial da Itália, P. Corrado Masini, logo nas suas palavras de abertura sublinhou que se trataria de um encontro para viver juntos “o fogo da missão que não se apaga”. Para P. Corrado, viver com Comboni é: “pôr a missão no centro, viver quotidianamente a missão, e viver a missão para sempre.” E concluiu desejando a todos os presentes dias de “comunhão, escuta, missão, e de formação”.

 

“Cada leigo e cada grupo LMC são uma grande riqueza para a Igreja, para a missão e para a Família Comboniana.”

 

O Alberto de la Portilla, leigo membro da Comissão Central dos LMC, apresentou a história do movimento desde os seus inícios e, com mais detalhe, todo o percurso feito na Europa. O P. Arlindo Pinto, coordenador geral dos LMC, realçou a importância de o movimento ter “uma visão, uma estrutura e uma formação sólidas”, e insistiu na necessidade dos LMC de cada circunscrição comboniana “conhecerem os documentos que se referem aos LMC, se adequarem às reflexões já feitas e, em particular, darem continuidade às orientações emanadas nos vários encontros continentais e nas assembleias intercontinentais já realizados”. Segundo o P. Arlindo, “cada leigo e cada grupo LMC são uma grande riqueza para a Igreja, para a missão e para a Família Comboniana. E que tal riqueza tem de ser comunicada e partilhada com os mais pobres e necessitados, com os de perto e os de longe.”

 

 

 

 

O P. Francesco Pierli, ex-superior geral e atualmente missionário no Quénia, presidiu à Eucaristia do primeiro dia. De passagem por Verona, disse que os LMC são “um sinal de esperança” para os que seguem o carisma de Comboni e que devem “evitar todo o tipo de fragmentação que só serve para dividir e acabar com qualquer movimento”. O P. Pierli pediu que os LMC fossem “construtores de pontes” e se servissem do “diálogo que não exclui nada nem ninguém”.

 

“Contemplação, chamada e envio, formação, colaboração, participação, responsabilização, e serviço.”

 

No segundo dia, o P. Joaquim Valente apresentou o tema “São Daniel Comboni e os Cenáculos de Apóstolos”. O P. Joaquim expôs o percurso histórico do crescente envolvimento dos leigos na sociedade civil e na Igreja desde Comboni até aos nossos dias. Sobre a atividade missionária da Igreja, soou claro a expressão: “Toda a Igreja e todos na Igreja”. Referindo-se a uma nova visão eclesial e aos leigos como cenáculos em torno do Crucificado e Ressuscitado, usou termos como contemplação, chamada e envio, formação, colaboração, participação, responsabilização, e serviço.

 

O P. Ramón Eguíluz, superior provincial de Espanha e responsável pelos LMC da Europa, e o P. Danilo Castello, superior da comunidade de Limone, sublinharam também, nas celebrações eucarísticas a que presidiram, a importância de Comboni para a visão de uma Igreja missionária aberta ao mundo e aos mais necessitados da época. A prova de que este carisma comboniano está vivo foi dada pelo testemunho de dois casais de LMC (um espanhol e outro italiano) – via Skype – que se encontram em missão: um em Arequipa/Peru e outro em Aber/Uganda.

 

 

 

 

Dos momentos mais significativos do encontro, foi a visita aos lugares por onde Comboni passou uma boa parte da sua vida e, em especial, a terra onde nasceu, Limone. Falar de Limone Sul Garda, da família Comboni e da situação social e política da época foi tarefa do P. Mario Trebeschi, responsável pelo Arquivo Histórico Diocesano de Brescia e ex-pároco da terra onde São Comboni foi batizado. No parecer do P. Mario, a vinda da família Comboni para Limone trouxe na época um grande desenvolvimento social e económico à aldeia e, mais tarde, um grande missionário, hoje São Daniel Comboni.

 

“A missão de Comboni significa (…) confiança e respeito pelos povos africanos, o que requer o conhecimento da sua cultura.”

 

Um santo que a irmã comboniana eritreia, Elisa Kidané, classificou de “um homem que soube dialogar com a África e os povos africanos”. A irmã Elisa falou sobre “A missão de Comboni vista pelos africanos de ontem e de hoje” e mencionou, na sua perspetiva de africana, a grandeza do Plano de Comboni, válido até aos dias de hoje: “Comboni tinha como objetivo – disse – pôr-se em relação com a África e os seus povos. A missão de Comboni visava tornar o africano responsável pelo seu próprio crescimento social e espiritual. A sua frase famosa ‘Salvar a África com a África’ exprime bem esta sua visão de querer tornar o africano sujeito autónomo e independente e não um africano objeto da missão.” A irmã Elisa adiantou aos LMC a visão da missão que encara o africano como sujeito e interlocutor da missão e não como objeto da própria paixão missionária. “A missão de Comboni significa hoje mais do que nunca confiança e respeito pelos povos africanos, o que requer o conhecimento da sua cultura. Comboni sugeria aos seus missionários para estudarem a língua e a cultura dos africanos ainda antes de partirem para a missão.”

 

 

 

 

Na manhã do último dia, o Federico Veronesi, LMC que trabalhou no Brasil, e o P. Lino Spezia, com experiência de missão no Uganda e no Quénia, falaram sobre o tema “Hoje, ainda tem sentido partir?” Ambos sublinharam a importância e a riqueza da própria experiência de sair e partilhar a própria vida com outros povos. O P. Lino dizia que o LMC è, na sua opinião, aquele que depois de um determinado período de formação “faz a opção por pertencer aos LMC e parte para a missão por um período determinado, e, no seu regresso, decide permanecer ligado ao Movimento.”

 

 

“Foi muito belo ter estado convosco, unidos e irmãos em Cristo e em Comboni.”

 

A avaliação do encontro foi muito positiva. Revela-o bem o que escreveu, no dia seguinte, o Mario Olivieri que participou com a esposa, Alessia Davide, e os três filhos (Teresa, de dez anos; Saverio, de quatro anos; e Daniele, de ano e meio), e que estiveram como LMC no Uganda: “A todos os caríssimos amigos LMC da Europa. Um obrigado do coração pelos dias belíssimos que passamos juntos. Não foi fácil para nós como família decidir se participar no encontro com as três crianças, mas desde logo resolvemos participar, apesar das dificuldades, para nos encontrarmos com todos vós à mesma mesa. (...) Foi muito belo ter estado convosco, unidos e irmãos em Cristo e em Comboni, não obstante a diversidade das línguas e da cultura. Obrigado de verdade a todos. Esta lista de e-mails vale ouro e cada e-mail esconde rostos que ficarão indeléveis nos nossos corações. A missão, estamos certos, fará com que nos encontremos de novo. Um forte abraço e boa missão.”

 

 

 
 
 
 
 
 
 
  

 

Fonte: Comboni.org

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Reportagem video do encontro LMC europeu em Verona - Itália

 
 
 
 "...seguimos os trilhos da Missão
desejando que o que nos una seja sempre o próprio Cristo..."
 
O encontro Europeu dos Leigos Missionários Combonianos em Verona / Limone, decorreu com alegria e entusiasmo.
Apesar da diversidade e da realidade de cada país descobrimos que, com Comboni, seguimos os trilhos da Missão desejando que o que nos una seja sempre o próprio Cristo - Senhor e Pai da Missão.
 
Cá fica um vídeo que pode bem ilustrar como foram decorrendo as atividades e o entusiasmo daqueles que continuam a sentir-se chamados para a Missão, a exemplo de Comboni.
 
Por: Susana Vilas Boas, LMC

Visita do Diretor das Pontífices Obras Missionárias do Brasil a Moçambique

 

No dia 1 de Agosto, os LMC de Moçambique receberam a visita do Pe. Camilo Pauletti, Diretor das Pontífices Obras Missionárias do Brasil, que se encontra em visita aos missionários brasileiros em Moçambique.

 

Durante a sua visita, o Pe. Camilo aproveitou para conhecer o trabalho realizado pelos Leigos Missionários Combonianos na Escola Industrial de Carapira e na pastoral, principalmente pelo leigo Flávio Schmidt, de São José dos Campos – Brasil, que está em Moçambique desde Janeiro.

 

Por: Carlos Barros, LMC

Nova Missão

 

"O que torna realmente um lugar especial são as pessoas."

 

 

Desde que cheguei a Carapira uma das perguntas que mais vezes me fazem é: De onde gostas mais, Maputo ou Carapira? Como posso eu ter uma resposta? São duas missões muito distintas, com os seus próprios desafios, com a sua própria beleza.

Carapira é campo, Maputo é uma cidade. Um é calmo e o outro uma grande confusão. O que torna realmente um lugar especial são as pessoas.

 

"A saudade faz parte da vida do missionário que tem de estar disponível para ir onde Deus o quer."

 

Mudar de missão teve as suas dificuldades depois de um ano tão intensamente vivido na paróquia de S. Francisco Xavier, a despedida foi o mais difícil, com ela veio a saudade, mas essa faz parte da vida do missionário que tem de estar disponível para ir onde Deus o quer, ter o coração aberto para acolher uma decisão que muitas vezes pode não ser a sua. Mas em qualquer um dos lugares, sinto a presença de Deus que me convidou a partir e a partilhar a vida com este povo Moçambicano tão distinto em cultura e tradição, mas com um acolhimento muito característico que me faz sentir parte dele, que me faz sentir família.

 

 

  

 

 

Em Carapira estou a viver na Escola Industrial com o Flávio e o Carlos e toda a comunidade escolar. Estou a dar aulas de Química ao 1º ano (8ª classe) e de Educação Cívica e Moral ao 3º (10ª classe). Estou, também, a dar um apoio no lar da escola, mais concretamente nas secções da despensa, refeitório e cozinha, onde trabalho com os alunos responsáveis por cada um deles.

 

 

 

 

 

No lar das meninas, das Irmãs Combonianas, estou a dar apoio a Português, já que a maioria das meninas que lá se encontram mal sabem falar português. É muito interessante a forma como nos tentamos compreender, eu pergunto em português e elas respondem em macua, mas “vakhani vakhani” (pouco a pouco - em macua) vamos caminhando.

 

Na pastoral estou a acompanhar um grupo de vocacionados com a Irmã Lyli (Irmã Missionárira Comboniana). Estou a gostar muito. Os vocacionados são interessados e muito questionadores, é bom ver jovens e adolescentes interessados em descobrir o caminho que Deus tem para eles.

 

Fonte: Batuques da Savana

Por: Liliana Ferreira, LMC