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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

«Senhor, que eu veja!»

 

“Pedimos ao Senhor o dom

de ver além dos nossos olhos humanos,

de ver o caminho que nos conduz a Ele,

de aceitar o desafio lançado por Jesus ao cego: «Vai!»” 

 

«Senhor, que eu veja!» (Mc 10,51b) Com estas palavras do cego Bartimeu começou a aventura deste fim-de-semana.

 

Na companhia do P. Arieira e do noviço Francisco, fomos até Ribeirão, uma Paróquia cheia de vida impulsionada pela alegria e pelo zelo do seu pastor: o Monsenhor Manuel Joaquim. Aí estivemos com as quase mil crianças e jovens dos vários anos de catequese.

 

Da minha parte, foi com alegria que partilhei a minha experiência de fé e de missão com os quase 200 adolescentes dos grupos de 7º e 8º anos de catequese e com os seus catequistas. Unida a eles e ainda imbuídos pelo espírito deste outubro missionário que está terminar, pedimos ao Senhor o dom de ver além dos nossos olhos humanos, o dom de ver o caminho que nos conduz a Ele, o dom de aceitar o desafio lançado por Jesus ao cego: “Vai!”

 

 
 

Nesta Paróquia, umas das maiores da nossa Arquidiocese de Braga, percebemos a destreza e o empenho deste pároco para com o seu rebanho. Todos tinham o seu lugar na Eucaristia e todos eram convidados a estar e a participar ativamente nela. Assim, nas várias Eucaristias deste fim de semana, o P. Arieira, o Francisco e eu, podemos de um modo, diria quase “informal”, dar testemunho d’Aquele que nos chama e nos envia, tal como fez a Bartimeu.

 

Ao terminar este domingo, dou graças a Deus pela alegria e pelo dinamismo desta Paróquia e por pertencer a esta Família Comboniana que sempre ousa estar presente, em ação e comunhão de Espírito, lá onde se procura um rosto missionário, lá onde a missão passa por “deixar o manto” e ir ao encontro do Mestre que nos chama.

 

Por: Susana Vilas Boas, LMC

 
 

Porque uma cama é uma cama...

 

“Quão facilmente abordamos as situações

cheios de vontade de partilhar algo nosso,

e quanto perdemos por agir assim...”

 

Pude viver belos e intensos momentos em Dadim na última vez em que lá estive a trabalhar, durante dois meses no tempo da seca, no Programa de Emergência Alimentar.

 

No regresso à cidade de Awassa estava muito feliz por me juntar de novo ao Mark, por voltar à Clínica Bushulo e ao contacto com os meus pacientes e colegas de trabalho. Mas, de certa forma, a adaptação não foi fácil pois uma parte de mim ainda desejava estar junto das pessoas de Dadim.

 

Há algo de mágico nos pastores, no seu estilo de vida e no terreno acidentado de suas terras que realmente me atrai. Talvez sejam momentos como estes que passo a relatar:

 

Eu tinha ido numa sexta-feira à tarde com a Ir. Annie à clínica para ver uma mãe e a sua filha de 9 meses, que tinham sido ambas admitidas com pneumonia. Quando entrámos no quarto, a mãe estava sentada na beira segurando a sua filha de forma desajeitada.

 

A Ir. Annie pediu-me ajuda para colocar o colchão no chão, onde a mãe poderia estar mais confortável. Depois de movermos o colchão, a mãe sentou-se na beira do mesmo, de forma tão desajeitada como antes. É como se ela nunca tivesse visto antes uma “cama” (como nós as conhecemos). Um momento depois, dois rapazes aproximavam-se com peles de animais debaixo dos braços. A Ir. Annie olhou para eles e voltando-se para mim sussurrou: “Não há problema, deixemo-los fazê-lo à sua maneira”. Observamos silenciosamente como a mãe pegou nas peles de animal, estendeu-as no chão junto à cama e ali se deitou com a criança. Em pouco tempo estavam ambas a dormir profundamente.

 

Que vida tão diferente da nossa!

Podemos todos adaptar-nos a pessoas e sítios diferentes, mas o conforto que encontramos nas nossas coisas, alimentos, língua e hábitos irão sempre encher o nosso coração de paz.

 

Partilhei esta história com uma amiga que comentava o dom que seria podermos fazer “pause” e voltar para trás – Então poderíamos ver o mundo a partir de outro ponto de vista que não o nosso. Quão facilmente abordamos as situações cheios de vontade de falar ou de partilhar algo nosso, e quanto perdemos por agir assim!

 

Por: Mark e Maggie Banga

LMC’s Norte americanos na Etiópia

Fonte: LMC EUA

Regresso à República Centro Africana

 

A LMC espanhola Tere regressou à República Centro Africana depois de ter permanecido em Espanha alguns anos. Volta para Mongoumba juntando-se à Élia Gomes, LMC de Portugal. Fá-lo com ânimo e expectativa, depois de viver todo este tempo longe daquelas terras. Deixamos as notícias que enviou há alguns dias.

 

Há já quatro dias que estou em Bangui. A viagem foi estupenda, muito tranquilo, correu tudo bem. Aqui não há stress, por enquanto.

 

Quando cheguei ao aeroporto de Bangui, estavam à minha espera o Pe. Jesus Ruiz e a Élia. Fiquei surpreendida por vê-los dentro do aeroporto, na zona de recolha das malas. Vinham com um motorista que conhecia o caminho e as pessoas e passaram sem dificuldades.

 

As impressões a partilhar são poucas. A verdade é que nada me está a surpreender e é como se tivesse partido daqui apenas há alguns meses em vez de anos. Suponho que as mudanças mais percetíveis serão em Mongoumba já que, para começar, seremos apenas duas LMC’s na comunidade, algo que sempre quis evitar pois a minha experiencia nessas condições não foi boa. Quem sabe se isto se torna mais fácil com a comunidade dos Missionários Combonianos na mesma localidade, ainda mais sendo no mesmo terreno (vantagem ou desvantagem, não sei).

 

Parece que o meu trabalho será nas escolas, no entanto sinto-me como que perdida. Tenho a impressão que o seu funcionamento é agora diferente do tempo em que cá estive. Espero que funcionem melhor pois sempre tive a impressão de que era muito esforço para pouco resultado. Conto com a ajuda de alguns professores que já conhecia. Suponho que me irão facilitar o caminho. Sábado já irei à reunião da Comissão de Educação.

 

Fui tratar dos documentos de residência. Por agora ficarei com um visto provisório, depois virá o documento de imigrante (por três meses) e só depois virá a carta de residência. Como tudo isto demora o seu tempo, e para acelerar as coisas, inscrevi-me no Consulado de Espanha

 

Até breve. Espero que comeceis a formação com muito ânimo pois já sabeis que o trabalho por aqui é duro. Um beijo muito forte para todos.



Por: Tere, LMC de Espanha

Fonte: LMC Espanha

Se queres a paz,...vai ao encontro dos pobres!

 

"Dúvidas, então, em 1992. Certezas, hoje, em 2012!"

 

No passado dia 4 de Outubro, Festa de São Francisco de Assis – o santo da paz e da reconciliação, em Moçambique foi feriado nacional, celebrando-se o dia do Acordo Geral da Paz, assinado há 20 anos.

 

No editorial da revista VIDA NOVA, uma revista de formação e informação cristã, editada no Centro Catequético Paulo VI (Anchilo) na Arquidiocese de Nampula, lê-se uma memória do acontecimento na edição da revista de 1992 e faz-se uma reflexão da realidade, passados estes 20 anos.

 

No editorial de 1992, lia-se: "Há motivo para pensar que Moçambique é cobiçado pelo capital internacional, que atua através das companhias multinacionais que - sabemos - obedecem só aos próprios planos de lucro sem considerar a vida dos grupos sociais mais pobres e desfavorecidos nem o desenvolvimento do país hospedeiro. Moçambique será alvo de um capitalismo selvagem onde os pobres se tornarão cada vez mais pobres e os ricos ainda mais ricos? Onde a diferença entre as várias camadas sociais aumentará cada vez mais. Este é o nosso medo".

 

Dúvidas, então, em 1992. Certezas, hoje, em 2012!

As piores previsões estão pontualmente a verificar-se. Afinal, o Acordo Geral foi assinado porque já era tempo de responder às pressões internacionais que pretendiam explorar os enormes recursos do país! Afinal, mais uma vez, não foi o povo moçambicano a beneficiar-se da assinatura do Acordo Geral de Paz!" (Trecho do Editorial da Revista Vida Nova, edição de Outubro 2012)

 

Por: Flávio Schmidt – LMC em Moçambique

Fonte: LMC Brasil

Festa Missionária no limiar da porta da fé

 
 
"...deixemos Cristo reinar dentro de nós."
 
Imbuídos ainda pelas festividades do 10 de outubro – dia de Comboni – a festa missionária do passado domingo, na Maia, procurou acompanhar e motivar as centenas de amigos dos Missionários Combonianos que aí estiveram presentes, a caminhar com a Igreja neste Ano da Fé.
 

A manhã, que ameaçava chuva, deu lugar ao sol e a um convivo genuinamente único, marcado pela alegria e pelo espírito jovem.

O P. Abílio Semeães, novo membro da comunidade da Maia, presidiu à Eucaristia fazendo um convite claro a todos os presentes para que todos deixemos Cristo reinar dentro de nós e que, neste Ano da Fé, procuremos viver e redescobrir o dom da fé dentro de nós: “o dom da fé só cresce quando se dá”, afirmou o P. Abílio, levando os presentes a refletir sobre a responsabilidade cristã e missionária de cada batizado.

 

Despois da Eucaristia e das tantas risadas que já caraterizam o almoço partilhado, a tarde recreativa contou com a presença da juventude. Os grupos de jovens aí presentes, ora representaram, ora dançaram e fizeram dançar. Também com estes grupos, o grupo folclórico de Águas Santas quis dar o seu contributo levando os participantes a deixar as cadeiras e a dançar animadamente.

 

A festa terminou em beleza com a oração final e o sorteio habitual da tombola.

 

Neste Ano da Fé, os Missionários Combonianos deixam um feixe de luz e Esperança acender o coração dos seus amigos e colaboradores e ajudam-nos a compreender que “a porta da fé” não está fechada e que só na medida em que entrarmos por ela, podemos ser janelas de amor, justiça e verdade para o mundo.

 

Por: Susana Vilas Boas, LMC

LMC – num ponto de vista Italiano

 

Samuele Gallazzi, Italiano, reflete acerca do que foi discutido durante os 5 dias  (2 a 7 de Agosto) do 2º Encontro Europeu de LMC em Verona, onde se reuniram mais de 60 participantes provenientes de 5 países europeus. “Dos temas debatidos nestes dias, eu gostaria de salientar um deles – diz Gallazzi – que inflamou o espírito dos italianos: “Podemos nós chamar-nos a nós próprios LMC’s mesmo se não tivemos uma experiência duradoura em missão?” Este foi um dos tópicos quentes acerca da identidade dos LMC que deveria ser clarificado antes da 5ª Assembleia dos LMC que terá lugar na Maia, Portugal, no mês de Dezembro.

 

“Escolher Comboni como um meio para viver a pertença à Igreja.”

 

No esplendido panorama de Verona, o Encontro dos LMC foi um tempo de intense debate, especialmente para aqueles –como a clamorosa e numerosa delegação italiana – que estiveram presentes neste tipo de encontros pela primeira vez.

 

Os convidados eram experts e estimularam o grupo com uma serie de observações que, cada uma delas, mereciam um estudo adequado e mais profundo. “De entre estes temas eu gostaria de salientar um deles – diz Gallazzi – que inflamou o espírito dos italianos: Podemos nós chamar-nos a nós próprios LMC’s mesmo se não tivemos uma experiência em missão? Eu sei, o tema é antigo e ao mesmo tempo monótono. Mas aberto num fórum internacional pode abrir novos modos de interpretação.

 

De facto, na Europa, a questão não é uma preocupação diária nem parece trazer tensão nas relações entre os LMC e os Missionários Combonianos. Tendo sido questionado, o membro do Comité Central dos LMC, Alberto de la Portilla, respondeu com serenidade: “Não, sem experiencia de missão uma pessoa não é LMC.” Não satisfeito com a sua resposta, consultei o documento dos LMC (Granada 2006 – Firenze 2007) e também aí encontrei a mesma falta de atenção para o tema que, apresentado de forma breve, se resume dizendo que o LMC é aquele que vai, que foi ou que está prestes a ir para a missão.

 

No entanto, esta questão foi já largamente debatida a nível internacional e apenas na Itália há dificuldades em ser aceite. O Alberto explicou melhor a sua resposta: os LMC não são, nem pretendem ser, os únicos leigos com uma resposta no mundo Comboniano; em Espanha por exemplo, muitos dos simpatizantes que suportam aqueles que partem são membros da ONGD Amani. Daí a conclusão do Alberto: Porquê chamar a todos LMC?

 

Eu penso que esta questão é legítima e pode ser observada através de três pontos.

 

O primeiro.

A realidade dos leigos Combonianos na Itália surgiu a partir de uma serie de grupos, a maioria vindos das vizinhanças das casas Combonianas, com diferentes origens, idades e dimensões, mas todos remando para a mesma direção: para promover as atividades Combonianas, vivendo e crescendo com a noção de que a mensagem de Comboni é uma vocação também para nós, aqui e hoje. Estes são grupos que vivem na sua própria terra a inspiração laical recebida de Comboni, propondo diferentes caminhadas de formação, compromisso e missão. A presença destes grupos é uma riqueza com grande potencial:

  • Os grupo são catalisadores de jovens – e não só – que têm desejo de continuar a aprofundar o carisma Comboniano depois de terem conhecido o universo Comboniano (GIM); neste sentido, eles são a melhor forma de “recrutar” novos membros para os LMC;
  • Vários grupos criaram – ou estão a criar – comunidades residenciais de famílias, um ponto importante da atividade dos LMC na Itália: Estas comunidades permitem a preparação daqueles que em missão vão viver uma experiência comunitária e tornam mais fácil a vida à famílias que de lá voltam, oferecendo-lhes casa nos primeiros meses de regresso.
  • Finalmente, existe uma coordenadora que une as atividades dos vários grupos que operam no território.

Os outros países europeus presentes em Verona não têm – pelo que pude entender no meio da confusão de línguas destes dias – a mesma textura de grupos espalhada pelo território nacional. Os LMC individualmente encontram-se em encontros nacionais que, naturalmente, são menos frequentes do que se vivessem perto uns dos outros.

 

O Segundo tipo de motivação pode ser resumido numa pergunta: Porque é que ainda hoje limitamos a missão a uma dimensão “ad extra”? A reflexão acerca da missão aponta cada vez mais para uma visão antropológica e cada vez menos para aspetos puramente geográficos. Viver a missão na Europa de hoje, não só já não é um paradoxo, mas torna-se cada vez mais uma necessidade sobre a qual todos os Institutos Missionários devem refletir e encontrar respostas concretas. Devemos afastar-nos dos estereótipos que apresentam os missionários no seu próprio país como que “estacionados” e desenvolver as necessidades crescentes que a Itália e a Europa ocupam em relação ao Resto. Se isto é verdade para os Padres e para as Irmãs, ainda mais deverá ser para os leigos, que podem tornar-se percursores iluminados deste caminho.

 

O terceiro e último aspeto nasce da consideração que ao dividir a realidade laical Comboniana nos que partem e nos que não partem, corre-se o risco de criar grupos e sub-grupos, sem se juntar forças e inteligências. Quem ficaria a ganhar com tal separação? É preferível seguirmos juntos de forma a termos um Movimento laical que seja forte e credível. Juntos não só por termos vivido uma importante experiência no exterior, mas sobretudo por termos escolhido Comboni como um meio para viver uma pertença à Igreja: ser-se LMC deve antes de tudo ser uma vocação para a qual nos sentimos chamados.

 

Concluindo, espero que esta “heresia” italiana possa dar origem a um debate europeu dentro do Movimento LMC, que nos conduza ao diálogo desta e doutras considerações acerca do nosso modo de viver a missão.

 

Samuele Gallazzi, LMC – Venegono - Itália

Fonte: Comboni.org

8 LMC's da Polónia vistam Missão no Gana

 

Acompanhados pelo padre comboniano Maciej Zielinski, oito leigos missionários combonianos (LMC) polacos passaram um mês no centro “In my Father’s house” [Na casa do pai], em Abor, no Sudeste do Gana. O centro foi construído pelo padre comboniano italiano Giuseppe Rabbiosi. A visita tinha também um objetivo espiritual e vocacional: responder à pergunta:

 

“Quero dedicar a minha vida aos povos de África?

 

Para a maior parte dos membros do grupo, esta viagem ao Gana foi o primeiro contacto com as terras de África. Cada um deles sonhava com ir e ficar, mesmo se brevemente, mas sem excluir se essa poderia tornar-se numa destinação mais prolongada. O padre Maciej Zielinski fez uma seleção das pessoas, escolhendo aquelas mais maduras e profissionalmente qualificadas. As profissões dos escolhidos eram três: medicina, educação e agricultura.

 

“In my Father’s house” é um centro construído em 2000. Hospeda mais de cem crianças, na maioria órfãos ou provenientes de situações familiares difíceis. O centro tem também uma escola, onde mais de 500 crianças recebem instrução escolar. Desde a sua fundação, há doze anos, a instituição cresceu de um modo excepcional. Compreende um vasto terreno com muitas construções. Tem eletricidade e água canalizada. O projeto é patrocinado pela congénere italiana “In my Father’s house” com a qual partilha os mesmos objetivos.

 

 

 

Os visitantes passaram o tempo a recolher dados e a colaborar, ativamente, na vida do centro e em outras atividades em Abor. O grupo médico trabalhou no hospital local, ocupando-se de modo particular com os doentes com maiores necessidades de assistência médica e de ajuda económica. Os professores ofereceram-se para dar um número suplementar de aulas de recuperação sobre diversos temas, suscitando muito interesse e participação. Os especialistas em agricultura deram o seu contributo no cultivo de hortaliças, sobretudo de tomate, cebola e repolho. No futuro, este projeto será capaz de fornecer alimento substancioso para os habitantes do centro.

 

"Gostaria de voltar uma outra vez, porque vi que ali há muito que fazer.”

 

A Maddalena, uma fisioterapeuta de 23 anos, natural de Poznan, comentava: “Para mim, a viagem ao Gana foi uma experiência de grande valor. No hospital, vi muito sofrimento. Mas esta situação não me desencorajou no meu envolvimento pessoal nas lides hospitalares. Gostaria de voltar uma outra vez, porque vi que ali há muito que fazer.”

 

Por sua vez, o P. Maciej disse: “ A África tem algo de muito especial. Se me pedissem para trabalhar sempre em África, não hesitaria um instante: é o lugar onde gostaria de anunciar a Palavra de Deus.”

 

 

 

 

O grupo visitou também a capital do Gana, Acra, além de outros lugares como Cape Coast e Mafi-Kumase, onde puderam conhecer as atividades locais dos combonianos e participar na vida das suas comunidades. Muito provavelmente, num futuro próximo, algum membro do grupo irá oferecer-se para trabalhar por um tempo mais prolongado em algum dos centros visitados.


Por: Artur Wisniewski

Fonte: Comboni.org 

 

Ecos do Encontro de Outubro 2012

 

"O conteúdo da Missão é Cristo!  

 

Escolhi este dia de São Daniel Comboni para partilhar o que foi para mim este primeiro encontro de formação dos LMC. Peço a Deus se faça presente e me ilumine enquanto escrevo estas sentidas linhas, numa "praxe" que meus colegas formandos simpaticamente me destinaram.

 

É pois com o maior gosto que aqui estou a testemunhar o quanto foram enriquecedores os dias 5, 6 e 7 de Outubro passado na cada de Fátima das Irmãs Teresianas. Fomos acolhidos calorosamente e fizeram-nos sentir como se estivéssemos na nossa própria casa. Nada nos faltou, desde os sorrisos, uma grande serenidade e muito calor humano.

 

O encontro de formação foi muito positivo em todas as suas vertentes. Começamos com os testemunhos dos formandos do 2.º ano a partilhar sobre as Jornadas Missionárias e Curso de Missiologia em que tinham participado. 

 

De seguida a Ir. Maria do Carmo apresentou-nos o tema do encontro “Missão Hoje”. Foi bem transmitido e fez-nos crescer espiritualmente. Ali ficou claro que o conteúdo da Missão é Cristo!  Senti a grandeza que é cada um de nós ter, para Deus, um lugar e uma importância únicas neste mundo, tendo cada um a sua missão para cumprir.

 

Na manhã de Domingo prosseguimos com uma reflexão sobre o "Ano da Fé". Sentimos o que poderá ser  "readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus". " A fé, como adesão de Amor ao Amor, que suscita e faz viver na alegria" poderá marcar uma grande diferença na caminhada deste ano proposta pelo Papa.

 

Para concluir, partilho a frase que mais me tocou da Carta Apostólica “Porta Fidei”:

 

 "Não há outras possibilidades de adquirir certezas

sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente 

nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior

porque tem a sua origem em Deus".

 

Agradeço todo o carinho com que fui recebida por este grupo dos formandos LMC, dos LMC, da Irmã Maria do Carmo e do Padre Manuel Lopes. A todos o meu Obrigada por toda a ajuda neste meu primeiro passo da minha caminhada formativa.

 

Abraço e Feliz Dia São Daniel Comboni!

 

Por: Anabela Fonseca, formanda LMC

Dia de São Daniel Comboni

 

O sentido de pertença à Família Comboniana surge normalmente da admiração e afeição pela figura de São Daniel Comboni e da forma como ele seguiu Jesus, no contexto do século 19 em que viveu.Isto não quer dizer que sejamos um grupo de "mini-Combonis" (a criatividade de Deus é infinita e generosa).

 

A vida de São Daniel Comboni inspira-nos e desafia-nos de modo muito particular. Mas o Carisma Comboniano não se esgotou com a sua vida. Continua a desenvolver-se e a revelar-se fecundo em todos os que seguem a sua obra.

 

Por isso nos alegramos hoje, com as Missionárias Combonianas, os Missionários Combonianos, as Seculares Combonianas e todos os leigos envolvidos na continuação desta obra missionária.

 

Juntos pedimos a Deus, por intercessão de São Daniel Comboni, o dom de permanecermos fiéis aos seus desígnios, "santos e capazes" levando Jesus como dom precioso a todos os homens e mulheres deste mundo, especialmente aos mais pobres e abandonados.

 
Para quem não conhece São Daniel Comboni, deixamos aqui um pequeno resumo da sua vida.
 
"Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá"
 

São Daniel Comboni nasceu em Limone (Itália), em 1831. Único sobrevivente de oito irmãos, aos 10 anos ingressa num internato de Verona. Quando tem 17 anos, ouvindo falar das vicissitudes dos missionários na África, decide dedicar a sua vida à evangelização dos africanos.


Aos 23 anos de idade é ordenado sacerdote. Depois de uma cuidadosa preparação parte para África onde entra em contacto com a terrível situação dos escravos. Dois anos depois regressa a Itália onde idealiza o "Plano para a regeneração da África". A ideia central do projeto era salvar a África por meio dos próprios africanos. Em 1877 é ordenado Bispo da África Central.


Grande missionário, Comboni foi capaz de atravessar o deserto para anunciar Jesus pessoalmente aos africanos, como também se empenhou em percorrer várias cidades europeias com o objetivo de arrecadar auxílio para a Missão na África Central.

 

Fundou dois Institutos que são hoje as Missionárias Combonianas  e os Missionários Combonianos, e inspirou vários outros Movimentos, em que se incluem os Leigos Missionários Combonianos.


Morreu aos 50 anos, a 10 de outubro de 1881, no meio do povo que tanto amou. No momento da morte abençoou os seus companheiros dizendo: "Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá".

 

Por: Pedro Moreira, LMC

 

 

 

Santa Teresinha, padroeira das missões

 

"A minha vocação é o amor..."

 

No 1º dia de Outubro recorda-se a figura de S. Teresinha, padroeira das missões.

 

Que S. Francisco Xavier seja padroeiro das Missões, não causa qualquer tipo de admiração. É compreensível: dedicou o melhor da sua vida a evangelizar os povos do extremo Oriente, desde a Índia até à China, convertendo à fé cristã e baptizando milhares de pessoas! Mas S. Teresinha, que nunca saiu de um convento, que não converteu nem baptizou ninguém, propô-la como modelo e intercessora do(a)s missionário(a)s?!

 

Mas, por muito estranho que pareça, ou talvez não, ela aí está a dar início ao mês missionário por excelência. A sua festa é celebrada, precisamente, a 1 de Outubro, data do seu nascimento para a vida eterna.

 

"...a oração é parte importante da missão, provavelmente a mais importante."

 

O facto de S. Teresinha ser considerada uma grande missionária, sendo a vida num convento de clausura particularmente dedicada ao encontro com Deus, pela oração, significa que a oração é parte importante da missão, provavelmente a mais importante. E faz sentido: a missão, antes de ser da Igreja, é de Deus. Foi Deus que iniciou o processo missionário de evangelização do mundo, enviando o Seu Filho à humanidade e, juntamente com Ele, enviando o Espírito Santo. Se a obra é de Deus é com Ele que devem ser tratados os assuntos que a ela se referem.

 

Mas há mais! O contacto de S. Teresinha com Deus, na oração, levou-a a sentir profundamente a ânsia de Deus que, como diz S. Paulo, “quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade” (1Tm. 2,4), que é Ele mesmo: a plena felicidade! Esta Irmã, fechada no convento, tinha o mundo todo no coração e desejava vê-lo totalmente envolvido pelo anúncio do Evangelho, essa Boa Notícia de que Deus ama a humanidade, com aquele amor de paixão que se revela na cruz gloriosa e ressuscitadora de Jesus.

 

S. Teresinha partilhou a paixão de Deus pela humanidade, não só rezando, mas também escrevendo aos missionários, consolando-os e animando-os a manterem-se fiéis à missão, não obstante as imensas dificuldades que encontravam, entre as quais, o martírio.

 

"O que fez de S. Teresinha uma grande missionária foi o facto

de se deixar incendiar pelo fogo do amor de Deus

 em favor da humanidade."

 

O que fez de S. Teresinha uma grande missionária foi, pois, o facto de ela se deixar incendiar pelo fogo do amor de Deus em favor da humanidade. Diz ela: “Não obstante a minha pequenez, queria iluminar as almas como os Profetas e os Doutores… Queria ser missionária, não apenas durante alguns anos, mas queria tê-lo sido desde o princípio do mundo e continuar até ao fim dos séculos… Ao considerar o Corpo de Cristo (a Igreja) não conseguia reconhecer-me em nenhum dos membros descritos por S. Paulo (1Cor. 12-13): melhor, queria identificar-me com todos eles. A caridade ofereceu-me a chave da minha vocação… A minha vocação é o amor… No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor; com o amor serei tudo; e assim será realizado o meu sonho” (Manuscritos autobiográficos).

 

P. Júlio Martins, MCCJ

Fonte: Além-Mar