Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Encontro dos Conselhos Gerais da Família Comboniana

Sem título

 

Os Conselhos Gerais da Família comboniana estiveram reunidos no sábado, 24 de Janeiro de 2015, na casa da Cúria Geral, em Roma.

A parte da manhã foi dedicada à reflexão sobre os desafios que cada um dos ramos da Família está a enfrentar nos diversos contextos onde os missionários e as missionárias se encontram a trabalhar e sobre a necessidade de viver a missão a partir das necessidades reais das pessoas. Também se reflectiu sobre o facto de estarmos a diminuir de número, desde há alguns anos. E, além disso, observou-se o facto de estarem a mudar as proveniências dos nossos membros – cada vez menos europeus e mais americanos e africanos – o que nos deve levar a tomar em consideração essa diversidade e a adoptar um novo estilo de missão.

Em seguida, detivemo-nos a reflectir sobre a nossa realidade de Família carismática, sobre o nosso estilo de presença e, sobretudo, sobre o nosso dever ser semente de uma Igreja mais comunitária, na qual os sacerdotes, as religiosas, as seculares e os leigos possam compartilhar as responsabilidades e servir as pessoas em função, cada um, da sua capacidade e especificidade.

Na parte da tarde, tivemos a oportunidade de partilhar sobre os eventos mais significativos do ano de 2014. Para nos informarmos melhor sobre em que ponto se encontra o programa do evento celebrativo do 150º aniversário do Plano – que terá lugar de 13 a 15 de Março de 2015, em Roma –, deu-se um breve tempo à comissão que o está a preparar.

O dia terminou com um momento de oração e com a marcação do próximo encontro no final deste ano.

VOZ À MISSÃO

11

 

"Foi um dia de Ação de graças pelo dom da vocação ."

 

Neste Ano de 2015, em que o Papa quis dedicar à Vida Consagrada. Também a Diocese de M’Baiki, onde pertence a Paróquia de Mogoumba, quis celebrar, de um modo particular, o Dia do Consagrado (em 2 de fevereiro). Desta feita, nos reunimos em M’Baiki todos os Consagrados que trabalham, nesta Diocese. Éramos cerca de 70 ao todo, entre padres, Religiosas, Secular e alguns Escolásticos e onde não faltou também o senhor Bispo, como era de esperar.

 

Foi um dia, sobretudo de Ação de graças pelo dom da vocação e, também por nos sentirmos juntos, dando-nos conta de que não estamos sós, mas que há outros a viver o mesmo ideal de Jesus Cristo, dando-se à Missão de O anunciar com entusiasmo, com alegria e sem reservas, apesar das dificuldades e momentos de Calvário que se tem de enfrentar no dia a dia, cada um em seu canto de Missão.

 

Foi deveras um Encontro maravilhoso. Partilhamos o almoço com o que cada um pode levar; nós de Mogoumba pouemos levar os saborosos peixinhos do nosso Rio, que neste tempo até abundam,pois, com a “Época da Seca”, a água vai mais baixa, tornando mais fácil a pesca.

 

12

 

Seguiu-se depois a Assembleia Diocesana, onde, durante 3 dias nos debruçamos sobre a avaliação do Ano de Pastoral que terminou, nos vários setores: - Catequese, Liturgia e Serviço Social, particularmente no que refere à Saúde e Educação, para a seguir, traçar as linhas programáticas para o próximo Ano.

 

Houve então lugar para fazer juntos, uma análise da situação do nosso Povo, neste país em que sofre os efeitos de uma guerra que não tem fim à vista. E, para nos situarmos, começamos por dar respos à pergunta: “Quais as consequências da guerra que cada um de nós pode concretamente observar?” As respostas foram unânimes, podendo-se resumir nas seguintes:

  • Ausência total de desenvolvimento, a todos os níveis:
  • As boas relações de colaboração mútua, que havia entre muçulmanos e cristãos, foram rompidas;
  • Humilhação, miséria e morte, sempre crescente:
  • Aumento dos órfãos: crianças sem pai ou sem mão ou sem os dois e com todas as consequências que daí advêm;
  • Destruição social, sanitária e educativa;
  • Banditismo em aumento constante;
  • A destruturação das Comunidades pela constante mobilidade das gentes.

Esta mobilidade de pessoas que correm de cá para lá e de lá para cá, ou a fugir dos tiroteios ou à procura de quem lhes dê algo (para a qual muito contribuem as Organizações ditas “humanitárias” que recebem balúrdios de dinheiro dos Estados e empresas de seus países de origem, em nome dos pobres e deserdados). Só que quando chega aqueles a quem seria destinada essa soma, a grande fatia já ficou retida nas mãos dos que “repartem” e que se “super-nutrem à custa dos desnutridos “a quem chegam as migalhas que vão justificar o grande bolo comido pelo caminho, além de que contribuem ainda para a destabilização das populações que mesmo que seja para receberem uma “côdea rapada” não se empenham a cultivar e a produzir seu próprio sustento.

 

Ao terminar da Assembleia, cada um voltou às suas Comunidades, mais fortalecido e animado para continuar o caminho empreendido de ajudar este povo a erguer-se e a levantar a cabeça para Deus que está com eles e que os ama.

 

Um abraço grande para todos. Unida na amizade e oração mútua

 

 

Palmira, Secular Comboniana em Mongoumba, RCA

República Centro-Africana - Projeto ZO KWE ZO

 

1

  

“Este projeto é de urgência máxima para evitar epidemias e,

consequentemente, a perda de vidas humanas.”

  

Este é um projeto que encontra realização nos dias de hoje graças à colaboração de muitos ao longo do ano transato. Mais uma vez, reiteramos os nossos agradecimentos em nome do povo Pigmeu e em nome de todos os LMC

 

Foram muitos os que, em Portugal, quiseram dar as mãos a este projeto da República Centro Africana que visa apoiar o povo Pigmeu na compra de medicamentos e na construção de poços de água, tudo isso, num caminho de desenvolvimento que visa tanto a saúde pública como, e sobretudo, a dignificação da pessoa humana.

Sem título

 

Não será demais lembrar que o povo pigmeu continua, nesta região da África, a ser tratado à margem da sociedade civil e a sofrer a descriminação racial (que chega a ter contornos muito violentos). Após um ano de animação e colaboração de toda a Família Comboniana, começaram já os trabalhos de construção dos poços.

 

A Élia Gomes mandou-nos algumas fotos e um sentido obrigado por esta colaboração. De facto, este projeto é de urgência máxima para evitar epidemias e, consequentemente, a perda de vidas humanas.

 

A Élia encontra-se na República Centro-Africana desde 2011 e, como enfermeira, acompanha a vida do povo pigmeu sobretudo na área da Saúde.

 

Atualmente, em espírito de missão e de Família Comboniana, nesta mesma missão, encontram-se os Missionários Combonianos e as Missionárias Seculares Combonianas que, juntamente com o povo pigmeu, vão realizando este, e outros projetos, nos âmbitos da saúde, mas também da pastoral, da educação, da Justiça e dos Direitos Humanos.

 

Com os olhos fixos em Cristo, e seguindo as pegadas de Comboni, juntos fazem a missão acontecer e nós, de mãos dadas com eles e com este povo sofredor, unimos as nossas ajudas e orações em prol de um mundo mais justo e mais humano, onde todos possam chamar a Deus de Pai e ver no outro um irmão pleno de direitos e de dignidade

.2

Ecos do Encontro de Formação de Janeiro 2015

IMG_2508

 

Na sexta-feira dia 16 chegámos a Viseu onde, depois de uma grande viagem, fomos acolhidos e muito bem acolhidos numa casinha quentinha.

No sábado começamos bem cedinho com a nossa missa às 8.30 e depois conhecemos a Liliane que, segundo ela, veio para nos fazer sofrer (”Hum! O que será que vem dali?”, perguntávamos). Começamos por nos apresentar de uma forma diferente. Perguntas diferentes para as quais tínhamos 5 minutos para responder, e que eu respondi muito confiante.

 

"Senti que na minha vida esteve sempre presente Deus."

 

De seguida construímos a espiral da nossa vida, tudo o que de bom e de menos bom vivemos faz de nós quem nós somos hoje. Ao fazer a espiral senti que na minha vida esteve sempre presente Deus, quer nos bons momentos em que tudo é azul e cor-de-rosa, quer nos momentos menos bons que não podemos dizer que são maus: conseguimos perceber, se olharmos um pouco mais à frente na nossa vida, que todos eles fizeram sentido pois foram também peças do puzzle da vida, tendo a mesma importância que os momentos bons, permitindo-me estar hoje aqui.

 IMG_2491

 

Cada espiral era diferente da outra, cada um de nós viveu a sua vida em espiral que desenhou e pintou. Deus esteve sempre presente, em cada vida, cada dia. Cada nascer do Sol foi planeado e foi-nos dado por Deus com muito amor, tantos dias, tantas coisas que passamos, tão diferentes, tão boas e outras tão menos boas, e naquele momento passámo-las para o papel. Foi um recordar de todos os presentes que Deus nos deu, como alguém dizia, “o momento presente é tão importante e nos é dado com tanto amor por isso é que se chama “presente” e vem de Deus”. Já nos foi dado tantas vezes, vivemo-lo sempre de forma diferente e mesmo hoje, mesmo agora, estamos a vivê-lo e devemos aproveita-lo para que, daqui a uns anos, quando estivermos a fazer novamente a nossa espiral que será maior, seja cheia de momentos que, vividos com mais ou menos alegria, tenham sido

verdadeiramente sentidos.

 

Depois de um agradável almoço, voltámos. E se a construção da nossa espiral foi um momento de reflexão complexo, a tarde incluiu momentos de reflexão tão ou mais complexos, tornando vivas as palavras da Liliane (“Eu vim para vos fazer sofrer”). “A Roda da Vida, avalia as facetas da tua vida e procura aperfeiçoa-las: Qualidade de Vida, Pessoal, Profissional, Relacionamentos”. Ao preencher a minha roda da vida percebi que determinados aspectos, que tinha como certos na apresentação inicial afinal, não eram assim tão certos. Senti mesmo que foi uma reflexão difícil, mas importante. Muitas vezes não sei em que mudar, como ser mais feliz, como posso fazer os outros mais felizes. Há dias (poucos) que quando me deito sinto-me super feliz, sinto-me realizado, sinto que fiz a minha parte naquele dia. Outros (muitos) são aqueles em que não o sinto, e não sei o que mudar. Esta reflexão ajudou-me a perceber, nos vários aspectos da minha vida, aquilo em que posso melhorar: aspectos em que não imaginava que pudesse haver melhorias, afinal há!

 

Reflectir sobre o futuro

 IMAG0577

 

Tive também oportunidade de reflectir um pouco sobre o futuro. Não é coisa que costumo fazer porque gosto muito de viver dia-a-dia e não gosto muito de pensar no futuro porque acho que é complicar demasiado a vida. Mas sinto que foi importante pensar no futuro, o que serei um dia depende do que faço hoje e o que farei todos os dias até lá. Portanto, tenho de pensar o que quero ser, o que quero fazer, que objectivos quero alcançar e, por isso, é importante definir metas. Cheguei à conclusão que pensar no futuro é essencial para não andarmos ao sabor do vento: o que faço hoje, agora, neste momento, constrói o que quero ser o que quero ter um dia? Se sim, óptimo; se não, então devo pensar se é realmente útil.

 DSC07314

 

No nosso serão tivemos o prazer de poder ouvir a irmã Carmo e o seu testemunho. Que vida, que coragem! Fica a célebre frase “Carmo não te admires”! Realmente dentro do nosso mundo existem vários mundos e tão incrivelmente diferentes!

 No nosso último dia falámos sobre a família. A minha família é muito mais que as pessoas que me rodeiam: a minha família é história, é um passado, é uma construção única. A minha família é o meu berço, sou muito do que aprendo com a nossa família. Apercebi-me fortemente da importância da minha família, principalmente do meu pai e da minha mãe: são muito mais que as pessoas com quem vivo ou que me dão comida, roupa e tecto. O meu pai e a minha mãe são história, são duas vidas que se cruzaram a certo ponto e desde aí construíram uma nova vida. É através dessa construção de vida conjunta entre Pai, Mãe e Deus que eu nasci. “Obrigado Papá por escolheres a Mamã para construíres a tua vida! Obrigado Mamã por escolheres o Papá para construíres a tua vida! Com todo o vosso passado, com toda a vossa infância e crescimento, com todas as vossas experiências, com todas as vossas memórias, com tudo o que era diferente até ali, construíram uma família, construíram um lar grandioso, único, no qual eu nasci e do qual tantas vezes me esqueço de valorizar e agradecer. Obrigado meu Deus pela minha vida, pelos meus pais, pela nossa família, obrigado.” 

Obrigado Liliane por neste encontro nos fazeres sofrer pois aprendi uma coisa que para mim é agora uma certeza:

 

"Há certas realidades que só se vêm bem com os olhos limpos pelas lágrimas!"

Papa Francisco

DSC07305

 

Por: Flávio Soares