Jornadas Missionárias 2015 - Missão sempre e em todas as frentes
"A renovação das paróquias e dioceses só acontecerá
quando existirem iniciativas missionárias."
Foram os 18, 19 e 20 de setembro que marcaram o início de um novo ano de percurso missionário. Neste encontro, em Fátima, na casa dos MCCJ, estavam presentes o Carlos, a Carolina, o Franklim, o Flávio, a Rufina, a Paula, a Marisa, a Neuza e a Sandra e ainda dois novos elementos que iniciam este ano a sua caminhada com os LMC: a Maria José e o Mário.
Este encontro foi marcado pela participação dos LMC nas Jornadas Missionárias cuja temátca Ad Gentes e Igrejas particulares foi refletida em conferências, workshops, testemunhos e diálogo em assembleia.
Cito algumas das conclusões das Jornadas
- Portugal está convocado para a missão, mas a resposta é ainda muito ténue.
- É fundamental ter claro que a missão ad intra não anula a missão ad extra.
- Os participantes alegraram-se ao verem em vídeo os primeiros passos da comunidade cristã criada na Mongólia há 20 anos. Este vídeo pode ser visualizado através deste link.
- O Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja, aprovado há 50 anos no fim do Concílio Vaticano II, apresenta desafios cruciais para hoje.
- Assim:
- A Igreja é missionária na sua natureza e, como tal, quando falta a missão, não há Igreja.
- A finalidade da missão não pode ficar somente no anunciar ou no conhecer; é imprescindível fazer discípulos.
- A renovação das paróquias e dioceses só acontecerá quando existirem iniciativas missionárias.
- As Obras Missionárias da Igreja (Infância Missionária, São Pedro Apóstolo, Propagação da Fé, União Missionária) são propostas que procuram envolver todo o povo de Deus na missão da Igreja. É preciso conhecê-las para entrarmos nesta rede universal de solidariedade espiritual e material.
- A Igreja em Portugal celebra o 5º aniversário da Carta pastoral «Como Eu vos fiz fazei vós também». Para um rosto missionário da Igreja em Portugal que propõe a criação de Centros Missionários Diocesanos e Grupos Missionários Paroquiais. Estes caminhos levam as comunidades a descobrir que sair é uma riqueza e não um empobrecimento.
- A missão de alto risco foi-nos trazida, em primeira pessoa, pelo P. Paul Karam, libanês e Presidente da Caritas nacional. O Médio Oriente é hoje, para os cristãos, terra de mártires. Estamos comprometidos com este drama que gera milhões de refugiados. Salvar vidas é uma grande missão.
Pessoalmente, marcou-me a participação num workshop sobre Missão e Voluntariado. Confesso: ia desprevenida de expectativas. O workshop contou com o testemunho de elementos dos Jovens Sem Fronteiras (JSF) que partilharam connosco a sua experiência de 1 mês de Voluntariado Missionário no Brasil, com o projeto Ponte 2015. Fez-me ter uma visão diferente sobre as experiências missionárias de curta duração na medida em que permitem o discernimento pessoal sobre uma experiência missionária de longa duração. Além do mais, e apesar de serem de “curta duração”, permitem ao missionário que regressa para Portugal (neste caso) a sensibilização para determinados aspetos da sociedade, o adquirir de uma nova visão, uma visão mais simples, mais humilde, mais “ao estilo de Deus”, e, nesta medida, a missão não termina quando regressa a Portugal: simplesmente continua em Portugal no testemunho de que uma vida simples é possível, é feliz.
"Soube bem ter a mesa cheia com alguma diversidade
quer em termos de culturais, quer em termos de idade,
quer em termos de experiência missionária"
Marcou-me ainda o brilhante espetáculo à noite, particularmente a atuação do grupo “Jovem levanta-te” (parte da sua brilhante atuação encontra-se disponível aqui ). Marcou-me não só a atuação em si mas a história que levou ao nascer (e crescer) deste grupo: a história de uma jovem, hoje mulher, que cresceu com a avó que lhe ensinou valores cristãos. Uma jovem que se perdeu no caminho, tornando-se uma “mulher da noite”, citando-a no seu relato de vida que teve a coragem de contar de uma forma limpa – “nua e crua”. Mas Deus não dorme: assim como se perdeu, esta jovem encontrou-se. Cresceu e hoje, mulher, traduz Deus em dança e em arte.
Por fim, senti que todo o encontro dentro da casa dos MCCJ foi uma excelente oportunidade de convívio, de partilha e de conhecimento da nossa comunidade, não só com os acima referidos, mas também com outros que participavam nas Jornadas e que foram por nós convidados para as refeições – 3 noviços combonianos (2 deles Moçambicanos) e 2 jovens que sentem dentro algo que os impele na caminhada missionária.
Soube bem ter a mesa cheia com alguma diversidade quer em termos de culturais, quer em termos de idade, quer em termos de experiência missionária – um ambiente de calor, um sentimento de estar em casa em família.
Por: Carolina Fiúza