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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

2ª Unidade Formativa LMC

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Neste que foi o 3ºfim-de-semana de Novembro, entre os dias 17, 18 e 19 os formandos dos Leigos Missionários Combonianos reuniram-se em Viseu no Seminário dos Padres Missionários Combonianos. Para mais uma unidade formativa, subordinado ao tema “Sacramentos e Vida: Que Ligação?” ministrada pela Irmã Carmo Ribeiro.

A formação iniciou-se no final do dia 17, sexta-feira, com a chegada dos formandos ao Seminário e com o habitual jantar em família.

O sábado iniciou-se com a Missa junto com a comunidade local. Posteriormente ao pequeno-almoço iniciaram-se os trabalhos com o simples mas muito cativante testemunho do Sr. P. Feliz que falou-nos das suas vivências/experiencias missionárias no Sudão. Principalmente nas áreas do ensino e da saúde. Como o próprio Sr. P. Feliz menciona ao longo do seu testemunho “o trabalho missionário não é um trabalho de salvação imediata mas sim um trabalho para a eternidade”, mostrando-nos o inesgotável trabalho de um missionário ao serviço do Senhor e do seu Reino.

Após o testemunho, iniciamos o tema principal da formação com as leituras de textos sobre os sacramentos. Ao longo das leituras, partilhas e da exposição teórica da Irmã Carmo podemos absorver alguns conceitos fundamentais ao tema. Quanto a isto, a Irmã Carmo referiu-se aos sacramentos como pilares do caminho da graça, tendo em conta que os sacramentos são fulcrais para pôr-nos em Deus e Deus em nós, ou seja, os sacramentos vem de Cristo e levam-nos a Cristo.

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Teoricamente os sacramentos dividem-se em três: de Iniciação – Batismo, Confirmação e Eucaristia; Cura – Penitência e Unção dos Doentes e os de Serviço – Ordem e Matrimónio. Mas para nós os sacramentos, como aprofundamos neste fim-de-semana vão muito além do explicável teoricamente. Deste modo, afirmamos que para nós os Sacramentos são as pedrinhas que constroem a calçada da caminhada de um cristão para Deus, como linguagem de uma História. Os sacramentos são encontros com Deus que nos transformam e convertem.

O serão foi dedicado ao cinema. Visualizamos o filme “A vida de Jesus Cristo segundo o Evangelho de São João”. De onde retiramos uma frase de Jesus Cristo que para nós é o resumo de todo o filme “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai se não por mim”.

No Domingo iniciamos a nossa caminhada com as Laudes. Ouvimos atentamente a experiencia do casal de leigos missionários Ana e Artur Valente, primeiros leigos missionários, que fizeram as delicias dos presentes com o amor visível um pelo outro e a Deus com que falam aos formandos presentes. De entre todos os conselhos e parábolas que nos deixaram, queremos partilhar convosco a seguinte “quando Deus nós vê tão atrapalhados ele manda-nos um rebuçado e só nos diz: Descasca-o” (Sra. Ana Valente). O Domingo formativo terminou com a Eucaristia e o almoço em Família, onde ouvimos por entre brincadeiras e risos as experiências dos mais velhos, trocamos várias ideias e pontos de vista.

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Em todo este fim-de-semana, que se fez de tão intenso fugaz, oramos especialmente a Deus pelo Dom da chuva, dada a seca que o nossa país e algumas partes do mundo atravessa, para que os agricultores possam regar as suas plantações, os pastores dar de beber aos seus rebanhos e as nossas montanhas possam cobrir-se pelo manto verde novamente. Humildemente pedimos a todos vós que juntem-se a nós nesta oração pelo Dom da chuva.

 

“Quando TUDO FALHA, há um que NÃO FALHA. Que é DEUS.”

Irmã Carmo Ribeiro 20/11/2017

Laura e David Ganilo

Notícias da Missão de República Centro-Africana

1.pngEspero que tudo vos esteja a correr bem e a todas as pessoas que me conhecem. Eu e todos os membros da C. A. (comunidade apostólica) estamos bem, graças a Deus.

Estou em Mbaiki a participar no retiro com os combonianos, estou a achar muito bom. Espero que venha a dar bons frutos! Que o Senhor nos ajude a segui-Lo cada vez melhor, com o coração e não só com a cabeça, a sermos-Lhe fiéis, e a nunca perdermos a confiança n´Ele porque Ele é sempre fiel e está sempre ao nosso lado. Na doença e nas dificuldades não devemos duvidar da Sua presença, porque aí Ele nos dá a Sua mão e, muitas vezes nos transporta, quando já estamos a desanimar.

Estes primeiros tempos têm sido difíceis, as matrículas dos alunos, a escolha dos professores que é muito difícil, pois o nível de estudos é muito baixo. São pais professores que têm o 9º, 10º... não temos nenhum professor diplomado. Fazemos testes para os admitir mas os resultados são muito fracos e assim não dá para os colocar diante de uma classe, é preciso saber um certo mínimo. Para além disso as classes têm cerca de 50 alunos o que dificulta mais o ensino. Dou graças a Deus que estão já todas as classes a trabalhar. Que o Senhor ajude os professores e os alunos a conseguirem boas aprendizagens é Ele que faz caminhar, avançar o trabalho na Missão. Nós somos simples servidores.

Domingo será a ordenação episcopal do Padre Jesus, em Bangui. Não se esqueçam de rezar por nós e de também rezar muito por ele. Que a paz volte o mais rapidamente para Bangassou a diocese que lhe está confiada. Eu não me esqueço de rezar por todos, cada dia. Boas melhoras a todos aqueles que estão doentes, que o Senhor vos conceda força e serenidade...

Aqui tem chovido muito. As estradas estão péssimas com muitos buracos, são muito cansativas as viagens. Desde que cheguei só fiz a viagem para Mongoumba que foi grande as outras viagens foram de poucos quilómetros. Espero que já tenha chovido bem aí e que tenham terminado os fogos. Terça voltarei para Mongoumba se o Senhor o permitir.

Estamos sempre unidos pela oração. Um abraço Missionário do tamanho do Mundo!

Maria Augusta

Estar aqui. Com eles e entre eles!

22790782_10215031450241977_2067650889_o.jpgEstamos num dos lugares mais bonitos do mundo. Apenas deveremos acrescentar que neste lugar, algures, perdido entre os vulcões Chachani e Misti, vive um povo, um povo humilde no qual fazemos morada agora.

Ao longo da nossa ainda precoce caminhada, são já muitos os rostos que ficaram cravados em nós. Talvez porque a desumanidade se faz presente de uma forma tão evidente que em última das hipóteses leva à morte. São já muitas as histórias de violência que nos foram contadas não apenas através de palavras, mas através do testemunho vivo de quem diariamente luta pela esperança da mudança. Ou não seja este país, Peru, o país onde os níveis de machismo são dos mais elevados de mundo. Neste testemunho de Manu Tessinari, podemos conhecer de uma forma mais profunda esta realidade:

 

“Peru é um país machista. Muito machista.

No Peru, uma adolescente pode ser espancada pelo pai se flagrada tendo sexo com o namorado. Aqui, a mulher que está em cárcere não tem direito a visitas conjugais. No sistema público de saúde, é proibido a entrega gratuita da pílula do dia seguinte para pacientes vítimas de estupro.

22641683_1205471326251727_267057887_o.jpgAlgo mais absurdo? No Peru, se a mulher é largada pelo marido e não se divorciam, o homem pode refazer a vida e registrar todos os filhos da nova companheira. A mulher não. A lei indica que o filho desta mulher é legalmente do ex-marido (protegido pelo vinculo do matrimonio) e para que o pai biológico consiga registá-lo, é necessário um longo e complexo processo legal.

De 10 mulheres peruanas, 6 são vítimas de violência psicológica e 2 são vítimas de violência física por parte de seu companheiro. 16% das pessoas (homens e mulheres) acham que a culpa é da própria mulher, sendo que 3,7% acham que elas MERECEM ser golpeadas e 3,8% NÃO vêem problemas em o homem forçar relações com suas parceiras.

As peruanas são trabalhadoras. Segundo o INEI (Instituto Nacional de Estatísticas e Informação), 95,4% das peruanas trabalham, a maioria em serviços. Em média, uma peruana ganha UM TERÇO A MENOS do que um peruano ganho, fazendo o mesmo serviço. Infelizmente, somente 36% das mulheres conseguem terminar a escola e pouco mais de 16% conseguem concluir uma faculdade. Isto num país onde as mulheres são 15.800.000, ou seja, 49,9% da população”.

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As vidas de quem nos passa pela porta, não nos ficam indiferentes, e ainda que a realidade seja esta, levamos-lhe a alegria de um Evangelho que não é apenas nosso, um Evangelho que necessita ardentemente de ser levado ao mundo, levado aos confins da periferia.

 

Não tenhais medo de sair e ir ao encontro destas pessoas, de tais situações. Não vos deixeis bloquear por preconceitos, por hábitos, por inflexibilidades mentais ou pastorais, pelo famoso «sempre fizemos assim!». Mas só podemos ir às periferias, se tivermos a Palavra de Deus no nosso coração e se caminharmos com a Igreja, como fez são Francisco. Caso contrário, estamos a anunciar a nós mesmos, e não a Palavra de Deus, e isto não é bom, não beneficia ninguém! Não somos nós que salvamos o mundo: é precisamente o Senhor que o salva!

- Papa Francisco -

 

É aqui que nos sentimos chamadas a habitar entre eles e com eles. É aqui que deixamos de ser nós para ser, instrumentos vivos ao serviço de Jesus Cristo no Peru.

 

 

Comunidade Ayllu,

Neuza y Paula