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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Jornal “Caminho - notícias da missão no Peru

Neuza (2).jpg

Partilhamos mais um pedaço do Jornal Caminho de Abril da Paróquia de Cristo Rei da Vergada.  Hoje com notícias do Peru pela LMC Neuza Francisco. 

Amar é a partida

 

 

Desde que cheguei aqui, tenho descoberto a cada dia que passa, o amor. Um amor que exigiu e exige continuamente uma partida, uma partida de nós próprios, uma partida de tudo o que já conhecemos, uma partida que exige que te ponhas a caminho. Precisamos amar o mundo e tudo o que n’Ele espelha o amor de Deus. Aqui encontrei uma outra forma de amar, encontrei um amor disponível, um amor simples, um amor que brota da honestidade do que tenho e do que partilhando permitimos doar e receber do outro. Assim de forma desinteressada. Um amor que brota de um crescer juntos, como irmãos. É aqui que sinto ardentemente que tenho que estar. É neste irmão que sinto todos os dias o chamamento de Deus. É nas subidas e descidas dos grandes montes que me rodeiam que encontro constantemente sorrisos, lágrimas, encontro braços que me esperam, olhos que refletem história, muita história.

É por estes caminhos de terra que todos os dias caminho, que encontro testemunhos que me convertem e me fazem agradecer a Deus, o milagre da vida. Agradeço, ter sido uma das suas escolhidas. Pouco a pouco, vou conhecendo não apenas os seus rostos, a sua expressão, vou conhecendo cada nome, cada casa, cada família. Já são muitas as vezes em que escuto de longe que me chamam “Andrea, hermanita Andrea”. Sim aqui todos somos irmãos e irmãs.

Um dia vos contarei a história do meu nome. Sinto-me um deles. Somos uma família.

Ai Peru, que roubaste o meu coração!

Neuza (1).jpg

Na partilha do que têm, sim, dão-te muitas vezes do pouco que têm e do muito que são. Fazem questão. São muitas as vezes em que no regresso, trago o regaço cheio com meia dúzia de maçãs do senhor que vem ao encontro de idosos, com uma banana que durante o caminho o senhor da pequena mercearia me ofereceu, com os grãos de milho que me ofereceu uma das famílias que visitei ou com duas ou três batatas, da senhora que estava doente, me ofereceu.

Aceitamos a cada dia crescer juntos. Aceitamos a cada visita, ajudar-nos a carregar a cruz de cada um. Somos palavras de aconchego mútuo, somos sorrisos, somos silêncios que se confessam, somos lágrimas. Somos, na consequência do ser-se, frágeis e muitas são as vezes em que de joelhos nos reconciliamos com o amor.

Na humildade de cada pessoa que cruza o meu caminho que encontro o rosto de um Deus, um Deus misericordioso.

Na alegria e na dor do dia a dia encontro o sentido da vida. E cada vez que ao longe, avisto uma família, um conjunto de crianças que me esperam, avisto dois braços, os braços de Cristo.

Neuza Francisco, LMC

Em Missão, no Peru

Envio da Márcia

Neste fim-de-semana de 24 e 25 de Outubro, pudemos estar presentes na Paróquia da Márcia, Valongo do Vouga, para celebrar o seu envio para a missão de Mongumba na Republica Centro Africana, juntamente com a sua Comunidade Eclesial.

 

No Sábado, começamos por participar em vários encontros de catequese onde falamos da partida da Márcia e apresentamos vários aspectos da Missão da Igreja. Estivemos presentes na Missa para as crianças, muito participada, onde se percebeu a animação da sua Paróquia. À noite, fizemos uma vigília de oração com um bom número de pessoas.

 

No Domingo foi o grande dia, a igreja estava cheia para participar na Missa de envio presidida pelo Pe. Luís Filipe Dias, Missionário Comboniano que, para além de já ter trabalhado naquela paróquia, foi um dos responsáveis pela construção das fundações do nosso Movimento em Portugal.

 

A Eucaristia foi carregada de sentido e vivida com muita emoção. Para alem do significado que tem a partida da Márcia, foi sublinhado o papel dos que ficam, especialmente dos familiares e amigos mais próximos, que também são convidados a olharem para este acontecimento com os olhos da fé e a entregarem todas as dificuldades a Deus para participar desta forma tão especial na Missão da Igreja.

 

Foi muito bom poder ter participado neste fim-de-semana missionário, por tudo o que representa a partida de mais uma missionária de Jesus para o Mundo, mas também pelo convívio com todos aqueles que se sentem próximos da Márcia e participaram da festa.

 

A forma como a família da Márcia nos abriu as portas foi tocante, dando-nos o privilégio de assistir, tanto à alegria de vê-la a dar um passo tão importante, como à saudade que o afastamento que se aproxima promete a todos.

 

Agradecemos a hospitalidade de toda a comunidade de Valongo do Vouga que foi maravilhosa pelo entusiasmo demonstrado nas Eucaristias. Agradecemos ao Pe. João Paulo, pároco de Valongo do Vouga, pela disponibilidade, abertura e participação sentida. Finalmente agradecemos à Família da Márcia pela alegria e hospitalidade com que nos recebeu. 

 

Todos juntos pedimos ao Senhor que, por intercessão de Maria e Comboni, acompanhe sempre a Márcia pelos caminhos da Missão, que mantenha o seu coração aberto aos Seus Desígnios e os nossos fervorosos na oração para que tudo corra segundo a Sua vontade.

 

                                                                                                          Pedro Moreira

LMC       

 

Novas partidas!

Desde ontém contamos com mais dois leigos missionários combonianos em missão. Os nossos queridos Carlos e Adelaide partiram ontém para a sua nova terra - em Moçambique e para a sua nova casa - na missão de Carapira. Nos seus novos trabalhos vão poder estar com as pessoas, vão poder ouvi-los, vão poder ser com elas sem pressas, sem stress, sem achar que sabem o que os outros precisam para além de uma palavra amiga, de um ombro, de uma mão que os ajude a levantar-se. Ficaremos deste lado a rezar por vós que "partis" diariamente em missão, para que a voz do outro seja ouvida, para que o seu pedido seja respeitado e para que Deus vos ajude, sempre, a encontrar a melhor maneira de seguir o caminho. Carlos e Adelaide, sejamos apóstolos de Jesus e, inspirados pelo seu exemplo, possam entregar-se à vida em comunidade... uma comunidade do tamanho do mundo vivida no coração do Bom Pastor e protegidos pelo nosso S. Daniel Comboni!

Regresso a Mongumba

 

 

Olá amiguinhos!

Como vão as coisas? Cá estou eu de volta a casa depois destas minhas “curtas e merecidas” férias!
Na verdade, o tempo passou depressa e quase nem deu para estar com vocês, mas… o pouco tempo que passamos juntos, foi bem passado, não foi?

Pois é, aterrei no aeroporto de Bangui às 5 horas da manhã de 11 de Setembro. Do lado de fora, esperava-me um Missionário Comboniano que, indo para M’bata, me perguntava se eu queria boleia e, de M’bata, o Pe. Luigi me daria boleia até casa. Claro que a meio da tarde já estava eu em Mongoumba com a Rosanna e a Maria Augusta.

Como as sebes da Missão, da Da ti Ndoye (Centro de deficientes) e da Caritas está a ser comida pelas térmitas, a Rosanna e eu pensamos ir a Batalimo (a 18 km de casa) tentar pedir uma ajuda para conseguir a madeira necessária para refazer as sebes.
O carro parecia não pegar…
Continue a leitura do texto de Susana Vilas Boas, LMC, fazendo clique
aqui….

 

Regressar vai custar muito

 

A Sandra Fagundes partilhou com os Jovens de Fé e Missão, como se sente agora com o cada vez mais perto regresso a Portugal depois de dois anos em Moçambique, na Missão de Carapira. Mas Missão é isso mesmo não só Partir mas também Regressar.


Olá a todos!
Aqui por Moçambique tudo vakhàni-vakhàni (pouco a pouco), como o povo diz, nunca se está completamente bem! J
Para mim é difícil explicar por palavras tudo o que tenho vivido durante estes dois anos que estou aqui! No primeiro ano, é um tipo de experiência, depois já começa a ser outra! No início é a adaptação, aprendizagem, depois como já percebemos um pouco mais da cultura (que tem coisas boas e outras menos boas) e do povo tudo se torna mais real e deixa de ser uma ilusão!
Este ano estou a dar aulas de química e informática, comecei um curso de informática aos trabalhadores da empresa (aqui temos escola + empresa), continuo no lar feminino e por fim na pastoral com os jovens. Este ano tenho menos tempo para estar com os outros, ir visitar as pessoas! No início ficava com a sensação que não fazia nada, agora estou a fazer mais coisas mas tenho a sensação que estou a fazer menos! É estranho, tento sempre dar o mais que posso mas fico sempre com a sensação que é pouco! E na verdade acho que é mesmo pouco o que podemos dar a este povo que precisa tanto, é tão simples e nos tem tanto a ensinar! Por vezes perco a força mas, graças a Deus temos aqui uma comunidade muito boa, onde nos ajudamos, tentando sempre confortar o outro e respeitá-lo! Também os momentos de oração comunitária são um apoio para o nosso crescimento e ajuda pessoal!
Muitos amigos daí ainda perguntam: “Mas como é que tas aí assim, e a carreira profissional e o dinheiro?!” e eu muito sinceramente não me arrependo nada de ter dado estes anos da minha vida, porque cada vez mais tenho certeza que o dinheiro, a posição é o menos importante, as pessoas que encontramos no nosso caminho, as suas alegrias e tristezas, a vida comunitária, o trabalho missionário valem muito mais que isso tudo!
Pois é… já falta pouco para regressar a Portugal e eu nem gosto de pensar nisso! Não sei o que sinto nem como vou fazer, só sei que vai custar muito! Eu sei que tenho que me começar a mentalizar que vou voltar, mas ainda é muito difícil, por isso só aos poucos essa ideia vai avançando!
A vida de missionário é assim, agora vou partir, quem sabe um dia vou voltar, para aqui ou para outro sítio, quem sabe até fazer comunidade com algum de vocês, o que interessa é nunca perder o Espírito Missionário!

Unidos na oração

Beijinhos
Sandra Fagundes

Encontro de Abril - o envio

Neste fim-de-semana realizámos mais um encontro em Coimbra. Tratou-se de um momento muito especial porque foi o último encontro em que eu e a Emília estivemos presentes. Se Deus quiser, dia 19 parto para o Brasil e ela parte dia 29 para a “sua” Venezuela.

No sábado de manhã tivemos um momento de reflexão pessoal, em que lemos o livro de Leonard Boff "Os Sacramentos da Vida e a Vida dos Sacramentos". Após essa leitura individual, seguiu-se um espaço de partilha sobre o havíamos lido e reflectido. Da parte da tarde, os elementos que participaram no encontro dividiram-se em dois grupos: um grupo formado com os LMC que estão a fazer a formação e outro grupo com os LMC que pertencem ao COM (Cenáculo de Oração Missionária). Os LMC do COM aproveitaram este encontro para fazer um balanço do caminho percorrido e dos objectivos atingidos durante estes poucos meses de existência. Reflectiram também sobre o futuro e sobre os novos desafios que se vão apresentando à medida que o grupo cresce em idade e em espiritualidade. Os outros LMC que estão na formação abordaram o tema “Aprender a rezar com a Igreja sendo Igreja”, onde se estudou o calendário do Ano Litúrgico, cada ciclo em que se divide e as suas respectivas celebrações. De seguida, falou-se dos Salmos. Porquê rezar os Salmos? Que dificuldades existem? Como se classificam? Os salmos em Cristo, para nós cristãos. A Igreja e os Salmos. Após o jantar seguiu-se uma explicação detalhada sobre a estrutura e celebração da Liturgia das Horas.

No domingo de manhã os dois grupos (LMC em formação e LMC do COM) reuniram-se e partilharam o que haviam vivido nos respectivos encontros, fazendo um pequeno resumo do que haviam falado no sábado à tarde. Depois de alguns avisos por parte da equipa coordenadora, formámos pequenos grupos para preparar a missa de envio (minha e da Emília). Os pais dela estiveram presentes, assim como outros familiares e amigos. A celebração foi muito bonita, simples e tocante. Agradeço a Deus por tanto a Emília como eu, partirmos em Missão com a compreensão e o apoio das nossas famílias.

Na hora da minha partida em missão, quero agradecer a Deus pela partilha e caminhada com todos os elementos que formam a família Comboniana - missionários, missionárias e leigos. Todas essas pessoas que se cruzaram no meu caminho desde que iniciei a formação nos LMC foram uma bênção de Deus... Cada uma à sua maneira me foi tocando, transformando e tornando numa pessoa melhor... Cada uma com a sua presença, amizade, carinho e amor à missão foi ganhando um espaço muito especial no meu coração... Que Deus os abençoe a todos e que sempre os encha de amor para dar a quem o não tem. A todas elas dedico estas palavras de Francisco Libermann, um dos fundadores dos Missionários do Espírito Santo:

“Os caminhos da Missão são os caminhos onde Cristo ainda não chegou,
dos pobres que ainda esperam por Ele,
das periferias que os ricos isolaram,
dos paralíticos de há tantos anos,
esquecidos à beira da fonte.

Encontramos os missionários em situações de fronteira e de risco
onde a guerra divide e o ódio afoga toda a esperança.
Missão de presença e de testemunho,
de Páscoa e de martírio,
e da dor de quem nada pode fazer.

Nós os encontramos
nos desertos da primeira evangelização
procurando descodificar culturas novas
e aprender o alfabeto
de um amor que fala todas as línguas.

Nós os encontramos
na onda do ciclone,
lutando pelos direitos de quem os não tem,
pela justiça donde nasce a paz,
pela defesa dos bens da terra e da natureza,
essa Bíblia onde Deus escreveu o seu nome.

Nós os encontramos
embarcados com os emigrantes,
bagageiros das suas esperanças,
levantando a tenda
entre os deslocados e refugiados da guerra,
procurando com eles
os caminhos de regresso à sua história.

Nós os encontramos
nos templos das diferentes religiões
abrindo com eles
o diálogo de uma amizade
que ultrapassa todas as teologias
e procura olhar o diferente
por encima dos muros que nos toldam o olhar.

Nós os encontramos
peregrinos da velha cristandade
reacendendo esperanças,
atiçando valores
e fazendo de chamas quase extintas
um lume novo que volta a ser fogueira.

Nós os encontramos
acampados no planeta jovem
tocando as suas guitarras
procurando ler nos seus sonhos
a promessa de um futuro diferente…”

Envio de Maria Augusta

 

 

Maria Augusta Pires, Leiga Missionária Comboniana, depois de um ano cá em Portugal e depois de ter conseguido a reforma parte dia 13 de Fevereiro para a Missão de Mongoumba, Republica Centro Africana. Maria Augusta esteve durante 9 anos com leiga missionária em Moçambique, na missão de Alua e de Mueria. Devido a motivos profissionais teve que regressar a Portugal. Agora que conseguiu a reforma parte pela segunda vez, não para Moçambique mas para a RCA. Isto porque era necessária mais gente no projecto de Mongoumba, onde existe já uma comunidade internacional de LMC, juntando a isto a facilidade de Maria Augusta saber o Francês e ser uma professor qualificada.
Com o seu sorriso e a sua generosidade inconfundível e sempre disponível para ajudar quem mais precisa Maria Augusta esta de bagagem para a RCA. A Eucaristia de Envio será no dia 10 de Fevereiro na Paroquia de S. Miguel de Alcainça, em Mafra, às 10 horas

Vou estar sempre em Missão!

 

Vânia Sofia Silvares da Costa, nasceu há 28 anos em Castelo Branco, é solteira tirou o curso de Contabilidade e Gestão Financeira na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova. É filha de Felisbelo Alves da Costa e de Maria Joana Silvares, baptizada a 5 de Agosto de 1979 e crismada 4 de Junho de 1995. Trabalhou durante 6 anos no Gabinete de Contabilidade de Mário Rui Dias e agora prepara-se para partir em missão para Moçambique, no dia 25 de Janeiro.
- Feita a tua apresentação, diz-me onde e quando nasceu o desejo de seres missionária leiga?
O desejo de ser missionária nasceu acerca de 12 anos atrás, quando fui a um encontro de jovens dos Missionários Combonianos, em Coimbra. Nesse encontro vi uma apresentação de power-point de um missionário, onde vi a situação de crianças pobres e indefesas e, foi quando, tive a consciência que não basta ficar indignada, é preciso fazer alguma coisa! Ai, o "bichinho"da missão entrou e nunca mais saiu.
- Essa tua vocação foi acompanhada pelos Missionários Combonianos. Fala-me um pouco dessa fase da tua vida.
Tudo começou quando o. Sr. Cunha, catequista do 10° volume da catequese, me convidou para pertencer ao GJAMSJO, Grupo de Jovens de Acção Missionária de S. José Operário.
Este grupo tinha contacto com os Missionários Combonianos, os quais nos convidavam para irmos aos encontros de jovens em Coimbra e Santarém.
Agora recordo com saudade esses encontros, onde havia tantos jovens vindos de todo o país para convivermos e conhecermos mais e melhor a palavra de Deus.
Para alem dos encontros de jovens, participei, em 1997, na SEM -Semana de Experiência Missionaria, que consistiu numa semana de oração e de acção com os mais necessitados. Ai senti que a minha vida tinha mais sentido, pois estava a utiliza-la de uma forma útil, em favor de alguém que mais necessitava! Foi, de facto, a " confirmação da minha vocação como missionaria, utilizar a minha vida em favor dos mais necessitados.
- -Um ano depois participei noutra actividade dos .Missionários Combonianos - Projecto Missão. Um verdadeiro acampamento durante uma semana na freguesia de Porto de Ovelha, do Concelho de Almeida, cujo objectivo foi a oração e animação daquela população nomeadamente nas eucaristias, actividades lúdicas e outras coisas que a população necessitou. Recordo agora que fizemos uns jogos tradicionais e um baile onde a população participou e com imensa, alegria! Julgo que Deus também ficou alegre!
Entretanto comecei a tirar o curso superior e a trabalhar e não tive nem tempo nem disponibilidade para continuar a ir aos encontros dos missionários, no entanto continuei a frequentar o grupo de jovens da paroquia e a dar catequese como forma de alimentar a minha fé. Retomei, depois em 2004, no grupo dos Leigos Missionários Combonianos, com a certeza que queria receber a formação para ser Leiga Missionaria Comboniana.
Essa formação incluiu 2 anos de formação, encontros na FEC - Fundação, Evangelização e Culturas em Portugal, e um curso de Formação Missionária e viver em comunidade durante 3 meses e meio em Espanha.
- Houve certamente dificuldades que tiveste de ultrapassar. Quais foram as principais e como conseguiste vence-las?

Como cristã, tenho o compromisso de anunciar o Reino de Deus. Para mim, o Reino de Deus é um mundo onde há paz, justiça, saúde, alimento para todos. Apesar de poder acontecer aqui e agora, tal Reino parece estar longe de existir enquanto, houver pessoas gananciosas. Se há possibilidade para todos vivermos bem, porque isso não acontece? “Se o Sol é de todos, porque a terra não é"? Alguns Homens -apoderaram-se da terra; como de um bem próprio, mas quem lha "vendeu"? Deus construiu o mundo para todos os homens que vivem nela e por isso, não se justifica haver pessoas a morrer de fome enquanto outros desperdiçam tanta coisa. É injusto algumas pessoas terem de mais à custa de outros e esses outros não terem nada. O colonialismo e a exploração das multinacionais em países subdesenvolvidos é a prova disso.
É esta realidade e são estes os sentimentos de indignação que me levam a ter coragem para fazer alguma coisa por aqueles, que não tem nada e, ao longo destes anos todos, Deus, através das pessoas que vai colocando no meu caminho, tem me ajudado a superar as minhas dificuldades
Quando sentimos que há pessoas que gostam de nós e que estamos estáveis a nível profissional, é complicado largar isso tudo, Mas estou certa que, quem gosta de mim de verdade nunca vai deixar de gostar e, quanto ao trabalho, eu agora estou por Deus e, quando voltar, Deus estará por mim!
- Agora Moçambique, concretamente a cidade de Maputo está à vista: porquê Moçambique, como te sentes preparada para a tua missão? Concretamente o que esperas realizar neste pais africano?
Porque Moçambique? Realmente é uma boa pergunta, mas não sei responder. Só sei que, desde o momento em que tomei esta decisão na minha vida, a minha ideia foi sempre, se possível, Moçambique.
Quanto a me sentir preparada para a missão, julgo que sim (só terei a certeza "quando lá chegar!).
Os anos de formação nos Leigos Missionários Combonianos, os encontros da FEC - Fundação Evangelização e Culturas e o curso de Formação Missionaria em Madrid, contribuíram para me sentir preparada, mas também com um sentimento de uma grande responsabilidade! Tal como eu, há muitas pessoas que querem ajudar estes países onde há falta de tudo, mas temos que saber ajudar! Quero dizer com isto que tem que haver um grande respeito pela população que vamos encontrar, nomeadamente pela sua cultura e suas tradições! Lembro-me de um caso apresentado num dos encontros da FEC. Uma equipa quis ir ajudar um povo africano. Aperceberam-se que as mulheres perdiam muito tempo em ir buscar agua ao rio, que ficava distante da população. Resolveram, então, fazer um poço no meio da vila. Após a construção, verificaram que as mulheres continuavam a ir ao rio. Só depois, analisaram a situação e perceberam que as mulheres, enquanto iam buscar água ao rio, aproveitavam para conversar. Quero dizer com este caso, que por mais boa vontade que tenhamos de ajudar, temos que saber ajudar.
Sem dúvida que é muito mais fácil dar o peixe em vez de ensinar a pescar (como diz; o provérbio), mas há que estar atento a realidade, a cultura que se vai encontrar nestes países e sobretudo respeitar. Depois, o que se puder fazer de encontro as suas reais necessidades, faz-se!
Concretamente, o projecto que estou inserida é dar apoio numa escola de lª à 6ª classe e na pastoral num bairro de Maputo, em Moçambique. Apesar de ser importante o que vou fazer, durante este tempo de formação também aprendi que, neste tipo de acções, mais importante que fazer é saber estar. A nossa presença já é um sinal de esperança para estas pessoas que, vamos encontrar, por isso acima de tudo tenho que saber estar, como sinal do amor de Deus por eles.
- Vais ser enviada pela tua comunidade paroquial de S. José Operário. Que esperas desta comunidade?

Qualquer pessoa que é enviada necessita de 2 tipos de apoios: material e espiritual. A missão de Benfica, em Maputo, agradece qualquer apoio monetário que a comunidade queira dar.
Espero também que a comunidade me apoie nesta minha decisão e que reze por mim, assim tal como por todos os missionários.
- Só Deus sabe o futuro, mas dependendo de ti por quanto tempo vais para a missão?
Tudo esta nas mãos de Deus, mas por mim, e considerando missão ad gentes, ou seja, missão fora da minha comunidade, vou por 2 anos.
Mas se considerar missão como modo de anunciar o Reino de Deus, é por toda a vida. Como baptizada tenho esse dever. Eu acredito que Deus nos ama e que quer o nosso bem! E que o Seu Reino é onde há vida, amor, alegria, saúde, paz, justiça, e respeito pelos outros e pela natureza. Resta-me fazer por viver assim e fazer para que os outros também assim vivam. Deste modo, considero que vou estar sempre em missão.

 

Entrevista publicada no jornal Reconquista

Vou estar sempre em Missão!

 

Vânia Sofia Silvares da Costa, nasceu há 28 anos em Castelo Branco, é solteira tirou o curso de Contabilidade e Gestão Financeira na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova. É filha de Felisbelo Alves da Costa e de Maria Joana Silvares, baptizada a 5 de Agosto de 1979 e crismada 4 de Junho de 1995. Trabalhou durante 6 anos no Gabinete de Contabilidade de Mário Rui Dias e agora prepara-se para partir em missão para Moçambique, no dia 25 de Janeiro.
- Feita a tua apresentação, diz-me onde e quando nasceu o desejo de seres missionária leiga?
O desejo de ser missionária nasceu acerca de 12 anos atrás, quando fui a um encontro de jovens dos Missionários Combonianos, em Coimbra. Nesse encontro vi uma apresentação de power-point de um missionário, onde vi a situação de crianças pobres e indefesas e, foi quando, tive a consciência que não basta ficar indignada, é preciso fazer alguma coisa! Ai, o "bichinho"da missão entrou e nunca mais saiu.
- Essa tua vocação foi acompanhada pelos Missionários Combonianos. Fala-me um pouco dessa fase da tua vida.
Tudo começou quando o. Sr. Cunha, catequista do 10° volume da catequese, me convidou para pertencer ao GJAMSJO, Grupo de Jovens de Acção Missionária de S. José Operário.
Este grupo tinha contacto com os Missionários Combonianos, os quais nos convidavam para irmos aos encontros de jovens em Coimbra e Santarém.
Agora recordo com saudade esses encontros, onde havia tantos jovens vindos de todo o país para convivermos e conhecermos mais e melhor a palavra de Deus.
Para alem dos encontros de jovens, participei, em 1997, na SEM -Semana de Experiência Missionaria, que consistiu numa semana de oração e de acção com os mais necessitados. Ai senti que a minha vida tinha mais sentido, pois estava a utiliza-la de uma forma útil, em favor de alguém que mais necessitava! Foi, de facto, a " confirmação da minha vocação como missionaria, utilizar a minha vida em favor dos mais necessitados.
- -Um ano depois participei noutra actividade dos .Missionários Combonianos - Projecto Missão. Um verdadeiro acampamento durante uma semana na freguesia de Porto de Ovelha, do Concelho de Almeida, cujo objectivo foi a oração e animação daquela população nomeadamente nas eucaristias, actividades lúdicas e outras coisas que a população necessitou. Recordo agora que fizemos uns jogos tradicionais e um baile onde a população participou e com imensa, alegria! Julgo que Deus também ficou alegre!
Entretanto comecei a tirar o curso superior e a trabalhar e não tive nem tempo nem disponibilidade para continuar a ir aos encontros dos missionários, no entanto continuei a frequentar o grupo de jovens da paroquia e a dar catequese como forma de alimentar a minha fé. Retomei, depois em 2004, no grupo dos Leigos Missionários Combonianos, com a certeza que queria receber a formação para ser Leiga Missionaria Comboniana.
Essa formação incluiu 2 anos de formação, encontros na FEC - Fundação, Evangelização e Culturas em Portugal, e um curso de Formação Missionária e viver em comunidade durante 3 meses e meio em Espanha.
- Houve certamente dificuldades que tiveste de ultrapassar. Quais foram as principais e como conseguiste vence-las?

Como cristã, tenho o compromisso de anunciar o Reino de Deus. Para mim, o Reino de Deus é um mundo onde há paz, justiça, saúde, alimento para todos. Apesar de poder acontecer aqui e agora, tal Reino parece estar longe de existir enquanto, houver pessoas gananciosas. Se há possibilidade para todos vivermos bem, porque isso não acontece? “Se o Sol é de todos, porque a terra não é"? Alguns Homens -apoderaram-se da terra; como de um bem próprio, mas quem lha "vendeu"? Deus construiu o mundo para todos os homens que vivem nela e por isso, não se justifica haver pessoas a morrer de fome enquanto outros desperdiçam tanta coisa. É injusto algumas pessoas terem de mais à custa de outros e esses outros não terem nada. O colonialismo e a exploração das multinacionais em países subdesenvolvidos é a prova disso.
É esta realidade e são estes os sentimentos de indignação que me levam a ter coragem para fazer alguma coisa por aqueles, que não tem nada e, ao longo destes anos todos, Deus, através das pessoas que vai colocando no meu caminho, tem me ajudado a superar as minhas dificuldades
Quando sentimos que há pessoas que gostam de nós e que estamos estáveis a nível profissional, é complicado largar isso tudo, Mas estou certa que, quem gosta de mim de verdade nunca vai deixar de gostar e, quanto ao trabalho, eu agora estou por Deus e, quando voltar, Deus estará por mim!
- Agora Moçambique, concretamente a cidade de Maputo está à vista: porquê Moçambique, como te sentes preparada para a tua missão? Concretamente o que esperas realizar neste pais africano?
Porque Moçambique? Realmente é uma boa pergunta, mas não sei responder. Só sei que, desde o momento em que tomei esta decisão na minha vida, a minha ideia foi sempre, se possível, Moçambique.
Quanto a me sentir preparada para a missão, julgo que sim (só terei a certeza "quando lá chegar!).
Os anos de formação nos Leigos Missionários Combonianos, os encontros da FEC - Fundação Evangelização e Culturas e o curso de Formação Missionaria em Madrid, contribuíram para me sentir preparada, mas também com um sentimento de uma grande responsabilidade! Tal como eu, há muitas pessoas que querem ajudar estes países onde há falta de tudo, mas temos que saber ajudar! Quero dizer com isto que tem que haver um grande respeito pela população que vamos encontrar, nomeadamente pela sua cultura e suas tradições! Lembro-me de um caso apresentado num dos encontros da FEC. Uma equipa quis ir ajudar um povo africano. Aperceberam-se que as mulheres perdiam muito tempo em ir buscar agua ao rio, que ficava distante da população. Resolveram, então, fazer um poço no meio da vila. Após a construção, verificaram que as mulheres continuavam a ir ao rio. Só depois, analisaram a situação e perceberam que as mulheres, enquanto iam buscar água ao rio, aproveitavam para conversar. Quero dizer com este caso, que por mais boa vontade que tenhamos de ajudar, temos que saber ajudar.
Sem dúvida que é muito mais fácil dar o peixe em vez de ensinar a pescar (como diz; o provérbio), mas há que estar atento a realidade, a cultura que se vai encontrar nestes países e sobretudo respeitar. Depois, o que se puder fazer de encontro as suas reais necessidades, faz-se!
Concretamente, o projecto que estou inserida é dar apoio numa escola de lª à 6ª classe e na pastoral num bairro de Maputo, em Moçambique. Apesar de ser importante o que vou fazer, durante este tempo de formação também aprendi que, neste tipo de acções, mais importante que fazer é saber estar. A nossa presença já é um sinal de esperança para estas pessoas que, vamos encontrar, por isso acima de tudo tenho que saber estar, como sinal do amor de Deus por eles.
- Vais ser enviada pela tua comunidade paroquial de S. José Operário. Que esperas desta comunidade?

Qualquer pessoa que é enviada necessita de 2 tipos de apoios: material e espiritual. A missão de Benfica, em Maputo, agradece qualquer apoio monetário que a comunidade queira dar.
Espero também que a comunidade me apoie nesta minha decisão e que reze por mim, assim tal como por todos os missionários.
- Só Deus sabe o futuro, mas dependendo de ti por quanto tempo vais para a missão?
Tudo esta nas mãos de Deus, mas por mim, e considerando missão ad gentes, ou seja, missão fora da minha comunidade, vou por 2 anos.
Mas se considerar missão como modo de anunciar o Reino de Deus, é por toda a vida. Como baptizada tenho esse dever. Eu acredito que Deus nos ama e que quer o nosso bem! E que o Seu Reino é onde há vida, amor, alegria, saúde, paz, justiça, e respeito pelos outros e pela natureza. Resta-me fazer por viver assim e fazer para que os outros também assim vivam. Deste modo, considero que vou estar sempre em missão.

 

Entrevista publicada no jornal Reconquista

Regresso(s) - reencontro(s) - partida(s)

O último encontro realizou-se em Castelo Branco nos passados dias 19 e 20 de Janeiro. Este encontro foi muito especial por dois motivos: em primeiro lugar, porque foi o meu reencontro e da Vânia com os outros LMC. Já não estávamos juntos desde Agosto… E o segundo motivo, foi porque no domingo estivemos na paróquia da Vânia na sua missa de envio! Era um momento tão importante para ela, que não podíamos deixar de a acompanhar neste gesto tão simbólico!

No sábado de manhã o tema girou à volta da importância da partilha da missão entre o missionário e a sua paróquia e de tarde falámos da parte financeira do nosso movimento, analisando o balanço do ano passado.

Primeiro, somos enviados pela Igreja, depois pela nossa paróquia e por fim pelos Combonianos.
Quando estamos em missão o enriquecimento tem de ser mútuo. Tem de existir uma comunhão permanente entre o enviado em missão e a sua comunidade local, que o apoia a nível espiritual e, se possível, também a nível financeiro. Diz-se que partir em missão é atingir a outra margem. O missionário é o elo de ligação, a ponte. O missionário tem um pé em cada margem! É muito importante para ele sentir o apoio e o interesse da sua comunidade local e é muito importante para a sua paróquia receber notícias de como vai o seu trabalho em terras de missão. Acontecendo isto, vai também havendo uma comunhão entre as duas comunidades: a de lá e a de cá. Vai crescendo o interesse mútuo e as duas acabam por partilhar o mesmo caminho espiritual e o crescimento na fé através de esta experiência e através do missionário.

À noite, na paróquia da Vânia, organizámos uma vigília integrada na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Aproveitámos a data para dar alguma relevância ao diálogo ecuménico entre todos os Cristãos: católicos, protestantes e ortodoxos.

No domingo de manhã, realizou-se a Eucaristia de envio da nossa querida Vânia na sua paróquia. Estiveram presentes muitos dos seus amigos e familiares. Ela estava emocionada e muito contente pelo carinho demonstrado por todos!

Foi maravilhoso estar novamente junto de todos os LMC, esta família incrível que me tem acompanhado na caminhada em direcção à Missão! Mas apesar de tantos meses separados fisicamente, foi como se os tivesse visto no mês passado! Nada mudou nem com o tempo, nem com a distância… A cumplicidade, alegria e amizade continuam tão intensas como quando eu e Vânia partimos para Madrid.

Mas tenho de confessar uma coisa: Aquando da partida da Sandra e da Susana e com o "afastamento" da Vânia, pensei que o grupo iria sofrer uma grande quebra. Mas o que aconteceu foi precisamente o contrário! Com a entrada da Bárbara, do Carlos e da Elizabeth (que são pessoas fantásticas), o grupo saiu reforçado e ainda mais unido!


Depois, este ano, com a “saída” da Bela, da Emília e do João, tive o mesmo receio... Mas de novo, uma agradável surpresa! Entraram a Márcia e a Renata. A Renata, infelizmente ainda não conheço, mas o pouco tempo que estive com a Márcia deu para perceber que é uma miúda 5 estrelas e que já está perfeitamente integrada e identificada com o grupo. Tenho a certeza que com a Renata se passa o mesmo!


Dou graças a Deus por ir colmatando as “saídas”, com a entrada de pessoas tão ou mais importantes para o crescimento do grupo do que aquelas que vão “saindo”!

Por falar em saindo, a Vânia já está em Maputo! Que Deus sempre ilumine o seu caminho!

“Deus não tem mãos e serve-se das minhas para fazer o seu trabalho de cada dia.
Deus não tem pés e serve-se dos meus para indicar o caminho aos homens.
Deus não tem lábios e usa as minhas palavras para falar e proclamar a sua Palavra aos homens.
Deus não tem ouvidos e utiliza os meus para escutar os problemas dos homens.
Deus não tem meios e conta com a minha ajuda para levar os homens até Ele.”

 

Álvaro