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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Que Quaresma? Para quê?

Andei estes dias, a sós comigo mesma, a pensar no verdadeiro sentido da Quaresma.
Na verdade, esta questão, que parece já mais que esclarecida desde o tempo que andava na catequese, ganhou nova forma e nova dimensão este ano.
Perguntei-me se Quaresma seria apenas um tempo para rever e aprofundar a vida de Cristo desde o início da Sua “vida pública” até ao Calvário…
Após alguma reflexão, esta “definição” pareceu-me muito pouco satisfatória.
Perguntei-me, então, se não seria um tempo para fazer a chamada “penitência do corpo”, isto é, um tempo de sacrifício, onde nos abstemos de comer o que mais gostamos…
Achei que esta era uma “definição” interessante, do que é a Quaresma, no entanto, também não a considerei satisfatória.
As definições de Quaresma são muito claras e existem mesmo muitas (e boas) teorias de como viver o tempo de Quaresma. Mas… para quê? Que Quaresma devemos nós, Cristãos, viver?
Devemos ser meros “espectadores emocionados” da vida de Cristo…? Para quê?
Devemos “sacrificar” o corpo para nos tornarmos “exemplos de sacrifício explícito”…? Para quê?
Tentei então ver mais em pormenor a Quaresma de Cristo. Na verdade, Ele foi o protagonista da verdadeira Quaresma.
E… que fez Ele nesse tempo?
Durante esse tempo, Ele deu a vida lutando, pelas leis do Amor, pela igualdade, pela justiça e para que todos conhecessem o Pai.
E… para quê?
Para que todos tivessem Vida em abundância com a certeza do Amor do Pai.
Na verdade, Cristo passou a Sua Quaresma (a Sua vida), dando a vida para que, no fim desse “tempo quaresmal”, a vida vencesse para sempre a morte, para que a vida gerasse vida!
Neste tempo de Quaresma, penso que podemos seguir muitos ritos de penitência e purificação, mas, se tudo isso que fazemos não conduzir a uma “nova vida”, de nada nos servirá o sacrifício.
Se a nossa Quaresma não for vivida segundo as leis do Amor e da Justiça, dando quotidianamente testemunho do Pai, não lhe poderemos chamar Quaresma, porque este tempo não nos servirá para nada.
Viver a Quaresma como Cristão, não é (apenas) seguir alguns ritos, é vivê-la, em verdade, a exemplo de Cristo: é dar a vida todos os dias para que todos possam, no Amor do Pai, ter vida em abundância.


Susana Vilas Boas, LMC

Ecos do Encontro de Fevereiro

Alvaro Gomes partilha connosco as suas impressões sobre o último encontro formativo dos LMC realizado em Coimbra no mês de Fevereiro. Começa a ser constante a sua partilha e presença neste nosso blog. Um muito obrigado pela sua participação e enriquecimento deste espaço mas principalmente pela sua amizade e ideial missionário.

O quinto encontro em Coimbra teve duas partes distintas: a partilha sobre a leitura do livro “Daniel Comboni – A Força de um Ideal” de Luís Butera e o tema deste fim-de-semana “Leigos na Igreja – Espiritualidade Laical Missionária”. Foi uma partilha muito rica sobre o livro que reflecte a vida do nosso fundador Daniel Comboni e toda a sua luta , dedicação e perseverança para atingir o seu objectivo – “Salvar a África com a África”. Foi impressionante perceber que ele tinha a certeza, que após a sua morte, a sua obra iria continuar, porque não era a sua obra, mas sim uma obra de Deus. O tema deste encontro foi dividido em 3 partes distintas: Na 1.º parte - Os Leigos na Igreja, espiritualidade laical” - vimos que todos os Leigos são chamados por Deus para que concorram para a santificação do Mundo a partir de dentro, como fermento, para deste modo manifestar Cristo aos outros. Os Leigos têm de aceitar o desafio de tornar a Igreja presente nos locais e circunstâncias em que só através deles possa ser o sal da terra. Cada Leigo deve ser, perante o Mundo, uma testemunha da Ressurreição e da vida de Jesus e um sinal do Deus vivo. Na 2 .º parte – “Os Leigos na Igreja, Espiritualidade Missionária” - compreendemos que a actividade missionária não pode ter uma imagem redutora, como se esta fosse, principalmente auxílio aos pobres , contributo para a libertação dos oprimidos, promoção do desenvolvimento, defesa dos direitos humanos. A Igreja Missionária está empenhada também nessas frentes, mas a sua principal tarefa é testemunhar e anunciar a salvação de Cristo e fundar as igrejas locais. Por último, a 3.º parte - “Os Leigos na Igreja, a Cooperação na Actividade Missionária” – mostrou-nos que apenas alguns partem para a missão ad gentes, mas a responsabilidade para com a actividade missionária é de todos os cristãos. Como disse o nosso querido Papa João Paulo II - “Membros da Igreja por força do baptismo, todos os cristãos são responsáveis pela actividade missionária. Não podemos ficar tranquilos, ao pensar nos milhões de irmãos e irmãs nossas que ignoram ainda o amor de Deus. A causa missionária deve ser, para cada crente tal como para toda a Igreja, a primeira de todas as causas, porque diz respeito ao destino eterno de todos os homens e responde ao desígnio misterioso e misericordioso de Deus.”

Foi um tema muito enriquecedor e também um abanão de consciência! Agora 2 notas pessoais . Quero dar graças a Deus porque a operação do nosso querido Artur não poderia ter corrido melhor e a sua recuperação vai de vento em popa. Um grande abraço para ele e um enorme beijo para a sua/nossa Ana que sempre esteve, está e estará a seu lado! Quero agradecer também a Deus pelo facto de a minha carta de apresentação já ter sido enviada ao provincial do Norte do Brasil! É o primeiro passo concreto para a minha futura partida em Missão. Peço a todos os meus queridos amigos e também companheiros nesta caminhada para rezarem por mim, para que a resposta não demore e que seja positiva!

“A participação na missão universal, portanto, não se reduz a algumas actividades isoladas, mas é o sinal da maturidade da fé e de uma vida cristã que dá fruto. Deste modo o crente alarga os horizontes da sua caridade, ao manifestar solicitude por aqueles que estão longe e pelos que estão perto: reza pelas Missões e pelas vocações missionárias, acompanha-lhes a actividade com interesse e, quando regressam, acolhe-os com aquela alegria com que as primitivas comunidades cristãs ouviam, dos Apóstolos, as maravilhas que Deus operara pela sua pregação.”

João Paulo II