Darfur, Assertividade e Castanhas
Mais um encontro de formação dos LMC. Este fim-de-semana o tema abordado foi a assertividade. Poderia escrever a necessidade de assertividade… poderia escrever a importância da assertividade! No entanto, e corrijam-me se estiver errada a assertividade não é um estado absoluto! Não é um estado supremo. Não é um estado perfeito. É uma forma de reacção perante uma determinada situação.
A assertividade é a capacidade de nos expressarmos aberta e honestamente, sem negarmos os direitos dos outros. Belo conceito! No entanto, custou-nos um pouco interiorizá-lo em toda a sua plenitude. Agora estou a escrever isto e lembrei-me da famosa frase do Zé-Povinho: “não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti”. Parece-me ter algum sentido aqui, pois afinal de contas ninguém gosta de ser tratado nem com agressividade, nem com desprezo… todos queremos ser tratados com respeito e ser escutados – não só, pura e simplesmente, ser ouvidos!
Por isso, ser assertivo não é ser passivo e também não é ser agressivo ou impetuoso com o intuito de levar os outros à submissão. É antes uma atitude, uma postura que visa a obtenção e a troca de opiniões.
Durante os momentos de partilha todos nos lembramos de situações onde, depois de terem ocorrido, desejaríamos ter actuado de modo diferente! Situações onde sentimos que deveríamos ter falado em vez de ficarmos calados; ou onde falamos e deveríamos ter ficado calados! Todas essas situações tiveram em comum o facto de nos deixarem ficar “mal”, desconfortáveis… Porque ficamos calados? Porque não dissemos o que pensávamos? Porque é que perdemos a cabeça? Três questões simples que nos fizeram pensarem durante o tempo que tivemos para a reflexão pessoal.
Ser assertivo é gozar dos nossos direitos em pleno, é expressar os nossos sentimentos, é pedir aquilo que queremos e expressar os nossos pontos de vista, de modo directo, integro, honesto e com respeito pelos outros.
Neste fim-de-semana o nosso encontro coincidiu com o do Fé e Missão… Juntamo-nos aos jovens na Hora de oração pelo Darfur. Mais um momento em que a oração demonstrou ter um abrangência extraordinária. Rezamos por todos aqueles que sofrem a milhares de kms de distância, no Darfur, na certeza que naquela noite de sábado eles dormiram um sono mais descansado, mesmo aqueles que depois dessa noite não mais acordaram para a “nossa” vida, mas para a vida junto do Pai.
Neste fim-de-semana também tivemos oportunidade de dizer disparates, comer as maravilhosas castanhas da Elizabeth e as não menos maravilhosas castanhas assadas dedicadamente pelo Pedro e pelo João – mesmo as que ficaram carbonizadas! Houve também tempo para partilhar um pouco do que a semana passada vivemos no I encontro da FEC sobre “voluntariado missionário e espiritualidade missionária”.
Mais uma vez agradeço a Deus por me ter possibilitado dar mais este passinho da caminhada até à missão.
Bárbara