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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Começemos por falar de leigos para acabar em religiosas... porque o Espírto sopra onde quer!

 

 

“Deixei para o fim a Ir. Ângela

pois foi o testemunho dela que, ainda hoje,

me faz refletir sobre um determinado assunto…”

 

No fim de semana de 11/12 de maio de 2013, tivemos mais uma sessão de formação dos Leigos Missionários Combonianos. Realizou-se em Lisboa, nos Olivais, nas Irmãs Combonianas e teve como coordenadora a Susana Vilas Boas.

 

No domingo também tivemos a missa de despedida da Márcia Denise que estava de partida para uma missão de 2 anos em Moçambique.

 

Esta ida da Márcia Denise para Moçambique, por coincidência, relacionou-se com o assunto da nossa formação: “Leigos na Igreja. Espiritualidade laical e missionária”.

 

A Susana, que nos orientou ao longo de toda a sessão formativa, baseou-se principalmente nos Atos dos Apóstolos, mas também em Marcos, Mateus e Lucas, para nos mostrar que a Igreja sempre teve uma vocação missionária. E também nos mostrou que, passados 2000 anos, os atuais leigos missionários ainda têm muito em comum com os primeiros missionários. E não me refiro só aos apóstolos, pois Paulo, Lucas e outros não eram apóstolos.

 

Desde logo com o chamamento do Espírito Santo que, há 2000 anos, fez com que aquela comunidade composta por tão poucas pessoas e sem preparação religiosa se virasse para fora e estivesse na origem da religião que mais tem influenciado a História Universal desde sempre.

E também tem sido o Espírito Santo que tem permitido que a Igreja sobreviva devido a este seu carisma missionário pois, como dizia já não sei quem, se não fosse a Graça do Espírito Santo, quanto muito a Igreja já só seria uma ONG piedosa.

 

A Susana ainda insistiu noutros pontos:

  • Que o Espírito Santo não toca apenas nos consagrados, mas também nos leigos.
  • Que devemos sentir a Graça do Espírito Santo no nosso dia-a-dia, nas coisas mais simples e que somos convidados a trazê-Lo para a nossa própria comunidade, para o nosso quotidiano.
  • Etc.

 

Podia e devia desenvolver muito mais este assunto que a Susana nos ensinou ao longo do fim-de-semana de formação, mas, sempre que me pedem para escrever sobre o que aprendi, insistem que devo dar relevo especialmente áquilo que mais me marcou em toda a sessão.

 

Sei que a Susana me vai perdoar, mas o que mais me marcou (não exagero se disser o que mais me impressionou), foi algo muito mais “terra a terra”, mais até do que a excelente formação que nos foi ministrada. Foi a comunidade das Irmãs Combonianas.

 

“[Na casa das Missionárias Combonianas]

continua a existir um ambiente de recolhimento,

mas sente-se que há movimento.”

 

Ao longo destes quase dois anos de formação, fui conhecendo várias congregações religiosas femininas onde me hospedei: Teresianas de Fátima, onde tudo se passa com uma imensa calma e invejável recolhimento; as Irmãs Concepcionistas de Viseu que vivem em clausura; etc. Mas as Irmãs Combonianas, pelo menos naquele fim-de-semana que lá passei, são diferentes: aquela casa mexe.

 

É difícil explicar porque, inclusivamente, continua a existir um ambiente de recolhimento, mas sente-se que há movimento. Enfim, não consigo explicar-me como deveria. Mas logo de entrada, a Ir. Carmo Bogo recebeu-me como se me conhecesse há muito, mas sem ser uma atitude forçada. Eu, que reconheço que até tenho dificuldade em me sociabilizar enquanto não conheço bem as pessoas, senti-me logo à vontade. Depois, às refeições, tudo aquilo é uma alegria e eu reparei que me integrava naquelas conversas e brincadeiras sem qualquer esforço. A Ir Fátima, teve que ir a uma reunião de jovens e praticamente não esteve connosco.

 

Tivemos, durante a formação, o testemunho das Ir. Piedade e Ângela

A Ir. Piedade contou-nos o seu calvário quando foi raptada pela Renamo. A certa altura disse que tinha emagrecido imenso ao fim de mais de 1000 Km de marcha em condições que não se deseja a ninguém

Então ouviu-se a Ir. Isabel perguntar com aquele seu sotaque que nunca há-de perder:

- E porque não continuaste?

Eu não resisti e desmanchei-me todo a rir. Mas a Ir. Piedade não levou a mal e também achou graça.

 

No dia seguinte, em Fetais, depois da Missa da Márcia Denise, fomos arranjar as coisas para o almoço em comunidade. Eu, que estava morto por dar uma vista de olhos no Expresso, lá fui para um canto e só pedia a Deus que a Ir. MariCarmen não entrasse e me visse a ler o jornal em vez de estar a trabalhar. É que ainda não me esquecera de, dois meses antes, ter ido buscar a Márcia a Fetais e, quando dei por mim, estava escada abaixo, escada acima, a carregar livros e a arrumá-los no sótão sem me apetecer nada. Na realidade, a Ir. MariCarmen apenas me tinha perguntado se eu não me importava de lhe dar uma ajuda. Mas aquela pergunta soou-me como se fosse uma ordem.

 

Já a Ir. Elvira, que me viu a ler o jornal em vez de estar a trabalhar, nunca me disse nada. Não há dúvida que a Ir. Elvira é mais boazinha.

 

Da Ir. Carmo Ribeiro não vou dizer nada pois não ficaria bem estar a elogiar quem, conjuntamente com o Pedro, me tem orientado ao longo destes quase dois anos de formação. Não só lhe devo muito sob o ponto de vista espiritual como também me tem tirado muitas dúvidas em assuntos de teologia, onde estou muito mal preparado. Espantosamente, ainda não desistiu de me explicar como devo orientar-me a ler as Laudes.

 

A vida Missionária é vida riquíssima

de entrega total ao próximo,

sem esperar agradecimentos nem reconhecimentos.

 

Deixei para o fim a Ir. Ângela pois foi o testemunho dela que, ainda hoje, me faz refletir sobre um determinado assunto.

 

A Ir. Ângela tem uma vida riquíssima de entrega total ao próximo, mas percebe-se que não está à espera de agradecimentos nem de reconhecimento. Excetuando poucas pessoas, ninguém tem a noção do bem que a Ir. Ângela tem feito por esse mundo fora.

E o que me tem feito pensar no assunto de vez em quando é o fato de haver tanta gente conhecidíssima de todos, mas que nenhum valor tem acrescentado para o bem da humanidade, e a Ir. Ângela, que tanto tem feito, na sua humildade acha natural esta inversão de papéis.

 

Não posso deixar de pensar que este mundo, por muito que tenha evoluído ao longo dos séculos, ainda apresenta umas falhas tremendas.

 

Por: Zé Cruz

 

 

 

 

DESTINO: CARAPIRA

 

 "Que através da sua alegria,

possa transmitir a todos com quem se cruzar,

a mensagem de fraternidade e de amor de Cristo Ressuscitado."

 

A Márcia Costa partiu no passado dia 20, do aeroporto Francisco Sá Carneiro, rumo a terras Moçambicanas.

 

A Márcia tinha regressado a Portugal, em Julho do ano passado, depois de ter estado 2 anos na Missão de Mongoumba, República Centro Africa.

Neste período que passou em Portugal, além de ter tido umas merecidas férias junto da sua família, a Márcia integrou o projeto “Despertar”, da Família Comboniana, em Fetais, paróquia de Camarate.

 

Partiu agora para a Missão de Carapira, para se juntar à comunidade internacional LMC que ansiosamente espera por ela. Quem também a espera certamente, é o generoso povo macua, que a partir de agora é também o povo da Márcia.

 

Quando ainda celebramos a festa de Pentecostes, agradecemos ao Senhor por continuar a derramar o seu Espírito sobre a Márcia. Desejamos-lhe um bom período de Missão, e que através da sua alegria, possa transmitir a todos com quem se cruzar, a mensagem de fraternidade e de amor de Cristo Ressuscitado.

 

Por: Carlos Barros, LMC

Missa de Envio da Márcia Costa

 
 
“Não será assim o Céu:
repleto de almas multicolores e transbordantes,
louvando ao Senhor e desejosos que todos
possam participar nesta alegria puríssima e sem fim?”
 

No passado fim-de-semana de 11 e 12 de Maio, os LMC estiveram concentrados em Camarate – Loures, no âmbito do envio da Márcia Costa que se preparava para partir para Moçambique hoje, dia 20 de Maio.

 

Enquanto os formandos iam tendo a sua formação na casa das Missionárias Combonianas de Lisboa, tendo por tema “Leigos na Igreja – Espiritualidade Laical e Missionária”, os LMC procuraram animar missionariamente a Paróquia de Camarate participando em encontros de jovens e dando testemunho nas Eucaristias de vários lugares.

 

 

Foi enriquecedor partilhar a nossa visão missionária da Igreja no fim-de-semana em que Jesus nos dizia: “Vós sois minhas testemunhas!”, porque de facto encontramos muitas testemunhas de Cristo que pela sua partilha, simplicidade e devoção no ajudaram a sentir que a Missão continua a ser de um Corpo com muitos membros… cada um deles muito importante!

 

No Domingo reunimo-nos todos na Capela de Fetais, lugar onde a Márcia esteve presente nos últimos 3 meses em preparação para a sua partida. Ali, ela pode partilhar a vida com o povo de Fetais, sobretudo com as crianças do “Despertar” onde deu um importante contributo no arranque do projeto.

 

“A pequena Capela tornou-se de repente grande quando dei por mim a reparar na diversidade cultural que ali estava presente.”

 

A pequena Capela, muito simples e bem cuidada, tornou-se de repente grande quando dei por mim a reparar na diversidade cultural que ali estava presente. Como poderíamos representar melhor a riqueza da Igreja do que com uma Missa de Envio Missionária onde se uniam ritmos africanos, com vários sotaques de Portugal e sorrisos Latino-Americanos? 

 

 

Foi sentido o envio da Márcia, quer pela adesão da Comunidade, como pela presença de vários Missionárias e Missionários Combonianos e pelo apoio testemunhado pela sua Família. Julgo que, por graça, sentimos com especial particularidade que eramos participantes do Reino Celeste,  suas testemunhas no Mundo onde ainda caminhamos. Não será assim o Céu: repleto de almas multicolores e transbordantes, louvando ao Senhor e desejosos que todos possam participar nesta alegria puríssima e sem fim?

 

 

Resta-me agradecer de coração o acolhimento de toda a Paróquia de Camarate, a abertura do seu Pároco e Equipa Missionária, a disponibilidade das Missionárias Combonianas de Fetais (com quem a Márcia viveu estes 3 meses), às Missionárias e Missionários Combonianos pela participação na Missa de Envio e, por fim, à Família da Márcia pelo seu testemunho de amor incondicional.

 

À Márcia, em nome dos LMC, desejo uma nova etapa repleta do Espírito Santo, junto do Povo de Moçambique, para que os saiba amar sempre como Jesus os ama, e ser a parte visível de um Corpo missionário ao qual todos pertencemos. Porque nós do lado de cá continuaremos unidos pela oração e com o que for preciso, para que o Reino de Deus chegue aos corações de todos os homens.

 

Por: Pedro Moreira, LMC 

Formação da FEC em reportagem da Ecclesia


 

"O voluntariado laical

é um sinal da dinâmica e da riqueza da Igreja."

 

No passado dia 23 de Abril, o programa Ecclesia apresentou uma reportagem sobre a formação da FEC (Fundação Fé e Cooperação), formação que normalmente é frequentada pelos formandos LMC no ano que antecede a sua partida para a missão.

Nesta reportagem podemos encontrar uma ideia atual do que é o laicado missionário a partir da partilha da Ana Patrícia Fonseca - Responsável da Rede de Voluntariado Missionário da FEC, do Zé Cruz - Formando LMC e do Pe. Pedro Fernandes - Missionário Espiritano que viveu 13 anos em Moçambique.

Acompanhe esta notícia que se encontra entre os minutos 2'26'' e 6'26'' do programa.

Formação LMC - Organigrama Familiar

 

 

 

No encontro de formação LMC do mês passado foi abordado o tema do Organigrama Familiar, do qual nos dá testemunho a Catarina Cardoso.

Mais uma vez agradecemos a hospitalidade das Irmãs Teresianas de Fátima e a disponibilidade da Liliane Mendonça que tão bem conduziu o encontro.

 

 

“Quem sou eu? Quem é a minha família?

Que laços me unem aos meus familiares?

Qual é o meu passado? Quais são os meus projectos?”

 

Neste encontro, debruçados sobre o tema” ler a minha história: organigrama familiar e projecto de vida”, encontramo-nos a nós próprios ficando a conhecer melhor quem sou eu, a minha família, os laços que me unem aos meus familiares, o meu passado e quais são os meus projectos.

 

Descobrimos as intervenções de Deus na nossa vida, através de experiências positivas e negativas tantas vezes dolorosas, mas que também nos aproximam do mistério da cruz. Estas vivências abrem nos para uma relação mais autêntica com Deus e com os irmãos.

 

“Descobrimos as intervenções de Deus na nossa vida,

através de experiências positivas e negativas -

tantas vezes dolorosas,

mas que também nos aproximam do mistério da cruz.”

 

 

Por vezes no dia a dia não estamos atentos ou, com tanta azafama, não conseguimos ver o quanto Deus nos ama. Principalmente nas experiências negativas podemos ver a graça e a misericórdia de Deus, de forma a que estas situações nos sirvam como experiência de Deus e do Seu amor, e não apenas como uma maldade ou um motivo de ressentimento.

 

Descobrir, acolher e assumir a própria realidade com fé e amor é inicio de mudança, libertação e redenção. Colocarmo-nosem frente de Deusé a forma de irmos até ao mais profundo de nós mesmos e assim, através da oração, conseguirmos melhor a cura e ver Deus em cada momento da nossa vida.

 

“Descobrir, acolher e assumir a própria realidade com fé e amor

é inicio de mudança, libertação e redenção.”

 

 

Este fim de semana foi realmente um encontro com cada um de nós e com Aquele que nos ama, e descobrirmos queem cada momento Deusnão nos deixou, mas esteve  sempre a dar-nos a mão.

 

 

 

 

Agradeçamos ao Senhor o dom da vida e tudo o quanto nela recebamos como dádiva do seu amor para connosco.  E assim após a Eucaristia e um almoço convívio, partimos mais uma vez com a certeza do quanto Deus nos ama e quantas vezes a gente não dá conta desse mesmo amor. Ficamos atentos á sua presença.

 

Por: Catarina Cardoso

LMC – Espiritualidade e vida (Formação inicial)

 

  

 

“Eis a escrava do Senhor,

faça-se em mim segundo a tua palavra.”

(Lc 1, 38)

 

 

Conhecer e amar Jesus é um processo sempre inacabado que se vai realizando à medida que O vamos seguindo. O problema é que, não poucas vezes, instalámo-nos em certezas adquiridas e passamos a escutar muito mais a voz mesquinha do nosso ego em vez das palavras de liberdade do divino Mestre.

 

O encontro com Jesus Cristo dá-se de forma especial na Eucaristia, na escuta da Palavra, na Oração e no encontro com os mais pobres. No entanto, há outras fontes onde Deus também se revela. Na sua Carta Apostólica, o Papa emérito Bento XVI indicava o Concílio Vaticano II, e os documentos que este inspirou, como “bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa” (Porta Fidei, n.º 5).

 

 

  

"O principal objetivo é o de proporcionar aos participantes

um espaço de Escuta e Encontro com Jesus"

 

Em Portugal, a formação inicial dos LMC tem duração de 2 anos e concretiza-se através de encontros mensais (com duração de um fim-de-semana) nos quais se apresentam diversos temas de dimensão missionária, bíblica, comboniana e humana. Este tempo é enriquecido com um acompanhamento espiritual que permite uma maior proximidade entre os formandos e o Movimento com vista a uma maior objetividade no caminho percorrido.

 

 

 

 

 

Embora esta formação esteja orientada para a preparação de leigos para partir em missão, o seu principal objetivo é o de proporcionar aos participantes um espaço de Escuta e Encontro com Jesus que possibilite o correto discernimento vocacional.

 

Tem sido recorrente ouvir, dos familiares e amigos dos LMC que partem para a missão, a seguinte pergunta: “Porque partem para tão longe se aqui também há tantas necessidades?” A resposta a esta questão não se pode limitar ao simples desejo de partir.

 

 

 “É o amor de Cristo que enche os nossos corações

e nos impele a evangelizar.” (Porta Fidei, n.º 7)

 

 

A razão mais profunda que motiva o LMC está dentro dele. Surge em resposta a Cristo que chama, para um mundo que Ele ama e conhece em cada necessidade. “É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar.” (Porta Fidei, n.º 7)

 

  

 

 

O programa formativo pretende introduzir conhecimentos concretos que clarifiquem a questão a discernir. Ao longo dos dois anos os formandos conhecem e aprofundam o conhecimento da vida de São Daniel Comboni e a forma como o Dom do seu carisma continua a frutificar no mundo de hoje através de toda a Família Comboniana. Aprofundam o seu sentido de pertença a uma Igreja local que é quem os envia. Melhoram o seu autoconhecimento e preparam-se para a vivência em Comunidade e trabalho de equipa. Redescobrem a vocação a partir do seu Batismo.

 

 

Finalmente, é através da oração e de uma interpretação contemplativa da vida que poderão chegar ao fim do percurso formativo e afirmar, como Maria: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1, 38)

 

 

 

Por: Pedro Moreira, LMC

Fonte: “Evangelizar Hoje”

 

 

1ª parte: LMC – Espiritualidade e vida (História)