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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Ecos do Encontro de Maio 2015

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“o sorriso do outro paga tudo”

 

No passada sexta feira dia 22 de maio teve inicio mais um encontro dos formandos dos LMC na casa de Viseu. O tema desta unidade formativa foi, Leigos na Igreja – Espiritualidade laical e missionária, apresentado pelo Carlos Barros.

 

Começamos por ver um filme que muito me tocou “Selma a marcha da liberdade” o qual relata a luta que Marther Luther King teve que travar para ser concedido o direito ao voto a todas as pessoas, que termina com uma marcha épica desde a cidade de Selma até Montgomery, no Alabama, e que levou o presidente Lyndon B. Johnson a assinar a Lei dos Direitos de Voto em 1965.

 

No sábado o Carlos começou por nos falar sobre Espiritualidade, muito foi dito mas algumas das frases que mais me marcaram foram “espiritualidade é um caminho com Deus, “é um namoro com Cristo”, é a vida alimentada com Cristo””. A Espiritualidade cristã não é só de alguns, é um estilo de vida…

 

Tivemos a oportunidade de refletir sobre a identidade dos LMC através dos artigos 4º e 5º do diretório, onde nos foi pedido que pensássemos sobre algumas questões:

  • Como é que eu interpreto a minha esiritualidade à luz destes artigos do directório LMC?
  • Ao longo desta caminhada formativa já fui ganhando consciência sobre alguns aspetos que constam nestes artigos?
  • Existem alguns pontos nestes artigos, cuja finalidade eu considero que ainda não consigo alcançar? Quais? E Porquê?
  • Pensas que um dia será possível orientar a tua vida elos principios que constam nestes artigos?

 

Durante a manhã de sábado tivemos ainda a surpresa de sermos visitados pela recém chegada da missão Palmira Pinheiro – Missionária Secular Comboniana, que partilhou connosco um pouco da sua vida na missão.

 

LMC Maio 1

 

Após o almoço, que foi muito agradável e com as energias reforçadas, foi tempo de voltarmos ao trabalho. O Carlos continuou a falar de espiritualidade mas mais concretamente de Espiritualidade Laical onde nos falou do papel dos Leigos na Igreja, e sem dúvida alguma que seguir Jesus é “uma tarefa exigente e comprometida”, temos

que ter um papel activo, estarmos disponíveis para SERVIR e não para ser servidos, há que ser radicais para assumirmos que “vivemos o chamado à missão como cristãos movidos pela fé e não pelo trabalho”.

Durante a oração da tarde reflectimos sobre “Ide também vós para a Minha vinha” onde Jesus convida a fazer parte da vinha d’Ele não apenas os religiosos ou religiosas mas sim todos os fiéis leigos, todos os batizados pois estamos todos unidos pelo Batismo. Cada um de nós é parte da Igreja, quando alguém não está presente, a igreja fica mais pobre.

 

Jesus convida-nos ainda a viver uma vida diferente enquanto Leigos, convida-nos a vivermos desapegados dos bens materiais, dos laços familiares (que é para mim o mais dificil de pensar ou sequer imaginar…) e termos a coragem de ir… de não termos medo de dizer “Sim Pai, aqui estou…”

 

Ao final do dia fomos mais uma vez presenteados e, desta vez pelo testemunho do Pe. Ginno Pastor que nos chegou através do Skype (as novas tecnologias fazem maravilhas como esta), onde ouvimos falar sobre a sua experiência na missão, sempre em Moçambique, e notava-se perfeitamente que o Pe. Ginno falava desta com muito amor. O seu sorriso ao falar da missão, as suas palavras transpiravam amor pelo próximo, pelo mais pobre pelo mais necessitado, é um exemplo vivo de quem foi pobre com os pobres, alguém que foi sem dúvida um deles enquanto viveu na missão… A frase que mais me tocou no seu testemunho foi “o sorriso do outro paga tudo”.

 

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Já a noite ia longa e como era uma Grande Noite, Noite de Pentecostes, fizemos uma pequena vigilia onde cada um de nós pode partilhar o “ser Igreja” escrevendo num bago do cacho de uvas quando é que nos sentiamos Igreja… “Sou igreja quando…”.

 

"Espero a cada dia conseguir dizer ao Senhor :

“Eis-me aqui…"

 

No domingo pela manhã participámos na Eucaristia com a comunidade de Viseu, e foi muito bonito poder sentir a presença do Espírito Santo… foi um momento muito especial. Senti mais uma vez a vontade se ser Radical, ser diferente e de fazer o que faço pela fé e não por obrigação, como alguém dizia “ Se for de interior e não de obrigação isso se reflecte”. Há que acreditar como nos dizia o Papa João Paulo II “Cristo não tira nada, só dá” e é com a certeza desse amor por nós, que continuo empenhada enquanto cristã… e espero a cada dia conseguir dizer ao Senhor “Eis-me aqui…

 

Andreia Martins

Ecos do encontro de Abril 2015

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"Deixar que Deus viva em nós, 

e antes de tudo, deixarmo-nos viver n’Ele."

 

Nos dias 17 a 19 de Abril, decorreu em Viseu a 8º Unidade do percur

so formativo dos LMC. A formação foi subordinada ao tema: “Comboni: Deus, a Cruz e a Missão”, apresentado entusiasticamente pela nossa Irmã Carmo Ribeiro. Neste encontro participaram O Carlos, LMC, a Andreia, a Carolina, o Flávio, a Marisa, a Neusa, a Patrícia e a Paula, formandos LMC.

 

Fomos generosamente (e muito confortavelmente) acolhidos pela Comunidade 

de Viseu dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, a quem estamos muito gratos pela hospitalidade.

 

O pontapé de saída da nossa jornada foi o filme “A Missão” de 1986, um drama histórico dirigido por Rolland Joffé, que retrata um período da história da Evangelização junto dos Indios Guarani do Brasil.

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Durante o dia de Sábado e a manhã de Domingo a Irmã Carmo guiou-nos na descoberta de

Comboni, da sua vida e missão, inspiradoras por em tudo transparecerem Cristo: “Falar de Comboni, da sua vida e missão, é falar da sua experiência de Deus. Experiência essa que moldou, deu forma, sentido e direção a toda a sua vida. Vida que se tornou missão. A experiência de Deus é a vivência de Deus, deixar que Deus viva em nós, e antes de tudo, deixarmo-nos viver n’Ele.”

 

Foi na primeira pessoa que fomos conhecendo Comboni, através dos seus escritos que lemos paralelamente com as citações Bíblicas que o inspiraram.

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O nosso itinerário passou pela descoberta dos pilares da vida e missão de Comboni que são também os

pilares de toda e qualquer vocação Comboniana. Seguidamente apresento estes pilares citando os escritos de Comboni.

 

1ª Confiança em Deus

“O Senhor disponha como melhor Lhe aprouver, estamos em suas mãos e portanto bem guardados.” E 457

 

2º Momento Carismático: O amor de Cristo Trespassado de Cristo Bom Pastor

“O Católico habituado a julgar as coisas com a luz que lhe vem do alto, olhou a África não através do miserável prisma dos interesses humanos, mas do puro raio da sua fé, e descobriu lá uma infinidade de irmãos, pertencentes à mesma família, que têm nos Céus um pai comum, ainda curvados sob o jugo de Satanás e à beira do mais horrendo precipício. Então levado pelo ímpeto daquela caridade

que se acendeu

com divina chama aos pés do Gólgota e, saída do lado do Crucificado, para abraçar toda a família humana, sentiu que o coração palpitava mais fortemente; e uma força divina pareceu empurrá-lo para aquelas bárbaras terras, para apertar entre os seus braços e dar um ósculo de

paz e de amor àqueles infelizes irmãos seus.” E 2742

 

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3º O amor à Cruz

“Eu encontro-me mesmo no cimo do Gólgota mesmo no lugar onde foi crucificado o Filho Unigénito de Deus,

aqui eu fui redimido.” E 39-43

“A cruz tem a força de transformar a África central em terra de bênção e de salvação”

 

4º Cenáculo dos Apóstolos

“Este instituto torna-se pois um cenáculo de apóstolos para a África, um ponto luminoso que envia até ao Centro da Nigricia tantos raios quantos os solícitos e virtuosos missionários que saem do seu seio.” E 2648

 

5º Maria, Mãe da Igreja e Mãe da África

“A ti devo, ó Maria, não ter ainda morrido, … Ó Maria mostra-te também rainha e mãe dos pobres negros, porque também eles são teu povo… Mostra-te Mãe!” E 1639-644

 

6º S. José

“S. José é sempre jovem, tem sempre bom coração e intenção reta e ama sempre o seu Jesus e os interesses da sua glória.”

“Somos os mais felizes da Terra, porque estamos nas mãos de Deus, de Maria e do bom S. José. “ E 5082

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7º Oração

“Como a obra que tenho entre as mãos é toda de Deus, é com Deus especialmente com quem há que tratar todos os assuntos grandes ou pequenos da missão; por isso é da máxima importância que entre os missionários abundem sobremaneira a piedade e o espírito de oração.” E 3615

 

8º Sentido da Igreja, pertença

“Negar-me-ia a converter o mundo inteiro, se com a graça de Deus me fosse possível, quando não mediasse o mandato e a autorização da Santa Sé e dos seus representantes”

 

Apesar da riqueza destes dias, houve ainda tempo para dois encontros. Visitamos e fomos visitados. No inicio da tarde de Sábado fomos visitar a Comunidade das Irmãs Concepcionistas de Santa Beatriz da Silva, que partilharam a alegria e missão de uma vida totalmente entregue a Deus num silêncio habitado e fecundo

(como alguém comentou: é bonito!). Na noite de Sábado, fomos visitados por duas irmãs missionárias combonianas, Irmã Lurdes Ramos e Irmã Guida Agostinho. A Irmã Lurdes Ramos partilhou connosco a sua experiência missionária junto dos povos indígenas da amazónia e mais tarde na ilha de Lampedusa. A exemplo de Comboni, vida tornada missão, esquecida de si, ferida para servir e amar os irmãos.

 

Por infeliz coincidência, nessa noite de 18 de Abril, no mar naufragava um barco de imigrantes a caminho de Lampedusa, sabemos a tragédia que se seguiu… naquela noite a Irmã fazia memória do drama dos que partem e arriscam a vida para poder viver e chegados a terra não têm com que viver. “Todos somos pessoas”,

penso, que ainda hoje, na nossa oração não nos são indiferentes estes nossos irmãos... “sentiu que o coração palpitava mais fortemente; e uma força divina pareceu empurrá-lo para aquelas bárbaras terras, para apertar entre os seus braços e dar um ósculo de paz e de amor àqueles infelizes irmãos seus”…

 

Por fim, terminamos o nosso encontro celebrando a Páscoa, a glória de Jesus Ressuscitado; VIDA que brota do coração trespassado. “O meu Deus é um Deus ferido”, reconhecido por Tomé nas marcas do seu Amor por nós: “Meu Senhor e meu Deus!”

 

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 Por: Patrícia Benardino