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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

2ª Encontro da FEC

Nos dias 9 e 10 de janeiro de 2016 decorreu a segunda sessão formativa organizada pela FEC, com o tema “Voluntariado e cooperação para o desenvolvimento”. O encontro teve lugar em Fátima, no seminário do Verbo Divino, contando com o precioso contributo da La Salete Coelho.

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O ponto de partida marcou-se pela definição e familiarização dos conceitos com que iriamos lidar durante o fim-de-semana. Comummente associamos o conceito “desenvolvimento” a uma perspetiva meramente assistencialista e económica, motivo pelo qual, ao longo do tempo, o mesmo tem sido adjetivado. Foram então surgindo, por exemplo, conceitos como desenvolvimento alternativo, desenvolvimento sustentável e decrescimento. Sobre a noção de “cooperação” refletiu-se a necessidade de existir uma cooperação para o desenvolvimento, envolvendo todos os atores vitais para o processo. Enquanto isto, através de dinâmicas, vídeos, gráficos ou imagens, e respetiva reflexão sobre os mesmos, fomos tomando conhecimento de alguns estudos/ teorias, assim como factos e números atuais sobre as desigualdades no mundo. Entre alguns documentos, dedicamos algum tempo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Chegamos a conclusão que uma estratégia vital para combater as desigualdades é através do compromisso e responsabilidade de todos numa educação voltada para o desenvolvimento e para a cidadania global.    

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No final do dia de sábado vimos o filme “Shooting dogs” que nos permitiu refletir sobre alguns problemas e desafios da missão, nomeadamente o papel das instituições/ ONGD’s e a questão da interculturalidade (importância da aprendizagem da língua local; hábitos, costumes e tradições; relação com a comunidade; conhecer aspetos alusivos à cultura e história do povo; …). Ainda neste dia, houve a oportunidade para ouvirmos o testemunho de uma jovem – a Sofia, natural de Almeirim - que fizera uma experiência de missão de curta duração na Bolívia. Foi um momento que nos encheu de algum entusiasmo e possibilitou conhecer um pouco a realidade daquele país, assim como perceber o impacto desta experiência na vida da Sofia e das pessoas que a rodeiam.

No domingo a manhã foi dedicada ao estudo do projeto: o que é um projeto, os princípios e as fases inerentes e ferramentas utilizadas na sua conceção.

Seguiu-se a eucaristia, momento que contou com o envio de duas pessoas: o Vítor, que irá um mês para S. Tomé e a Rosa, que irá para Timor Leste.

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Penso que este encontro foi importante e enriquecedor, não só porque nos permitiu conhecer tantas outras pessoas prontas para a Missão e perceber o modo como estão e se dispõem ao serviço como, também, para refletir aspetos mais técnicos, necessários, no entanto, para uma presença mais autêntica e um trabalho reflexivo no terreno de missão.

Foi um privilégio passar aqueles dois dias ali e com aquelas pessoas, ter podido parar para refletir questões tao atuais e presentes no nosso quotidiano.

Este fim de semana reforçou, no meu íntimo, a ideia de que há um projeto em mim, em cada um de nós, e que, antes de partir em missão, há algo que precede essa mesma partida: a tomada de consciência daquilo que somos (no mundo, em nós mesmos, na vida, com o outro – e não “para” o outro). Ao longo do tempo, quando falávamos sobre as diferenças culturais e a importância da inculturação, refleti que, não obstante a singularidade de cada povo ou cultura, existe algo que é comum e em nada difere: o grito do nascimento. Seja de que casta, estatuto, tribo, grupo, nível, … do oriente ou do ocidente, norte ou sul, o traumatismo da luz é-nos transversal e todos somos depositários de um bem que humaniza. Por mais ou menos desenvolvida que é a sociedade A, B ou C em relação a qualquer outra, acredito que uma educação para o desenvolvimento só ganha sentido, e será tanto mais autêntica, quanto maior for a nossa capacidade para derrubar os muros do preconceito, estigma e da indiferença e enchermos o nosso coração de rostos e de nomes e, ainda assim, renascer as vezes que forem necessárias.

por Marisa

 

A cooperação para o desenvolvimento é sem dúvida o caminho a seguir para um mundo melhor. A desigualdade e a pobreza são enormes e cabe-nos a nós numa lógica de amor e entreajuda trabalhar na cooperação para o desenvolvimento. O desenvolvimento destes projetos deverá ser sempre numa lógica das pessoas para as pessoas e com as pessoas, ou seja, salvando África com os África tal como defendia S. Daniel Comboni. Para isso, é imprescindível não só conhecer o povo, a cultura e os costumes locais mas também envolver as pessoas em todas as fases do projeto trabalhando numa lógica de cooperação e entreajuda. Só cooperando e trabalhando em conjunto conseguiremos chegar mais longe, caminhando em conjunto conseguiremos levar o amor e a alegria de viver no Amor de Cristo a todos os confins e periferias do planeta.

por Paula

Peregrinação de Confiança - Encontro da comunidade Taizé, em Valência

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Confiança, disponibilidade e (re)encontro.Posso resumir nestas três palavras o que vivi no final de ano com a Comunidade de Taizé e com as outras 16 mil pessoas que abraçaram esta peregrinação.

Quem conhece a Comunidade de Taizé sabe e sente que Algo extraordinariamente transcendente opera sempre em nós. Olhamos à volta e somos todos diferentes mas estamos ali todos com o mesmo propósito, somos cristãos, podemos ser de igrejas diferentes mas todos nos juntamos à volta da Cruz e confiamos neste Deus que é Amor, e “respiramos” a Sua comunhão, cantamos pela Sua misericórdia e sorrimos e/ou

índice 5.jpgchoramos na ânsia do Seu perdão e da Sua paz e o Espírito Santo verdadeiramente actua e está e faz-se presente connosco.

A minha decisão de ir não foi nem muito pensada nem muito ponderada: “vamos!”, e assim fui sem saber bem o que me esperava, apenas disponível, não só de tempo mas principalmente de coração, e para mim é tão difícil comprometer-me e estar disponível, e depois chego ali e estamos todos reunidos cheios de alegria e confiança e é tão simples e tão acertado.

Neste encontro todos os participantes foram recebidos em famílias, o que só demonstra o quanto o povo de Valência nos quis acolher e se disponiblizou de braços abertos, o que muito agradecemos. Fiquei na Paróquia de Jesús Maestro e fui acolhida juntamente com uma jovem polaca em casa de duas Senhoras que são irmãs, umas jovens entre os 70 e 80 anos, que vivem mesmo em frente da Igreja Paroquial e que todos os dias quando acordam vão à janela e dizem: “Senhor, Jesus nosso mestre, estamos aqui para fazer a Tua vontade.”.Que simplicidade!

Todas as manhãs eramos convidados a participar no nosso pequeno grupo de partilha na nossa paróquia. No meu grupo para além de portugueses, havia polacos, espanhóis e franceses e criou-se entre nós uma relação de confiança e partilha tão íntima, profunda e rica, como se sempre nos tivessemos conhecido. Todos os dias participávamos nas três orações comunitárias, a da manhã na nossa paróquia e as outras duas com a Comunidade de Taizé,  tinhamos a possibilidade de participar em vários workshops sobre Fé e Espiritualidade/Solidariedade/Sociedade/Arte e Cultura e, para além disso, alguns de nós podiam ainda ter um trabalho. O meu serviço foi a recolha do lixo no jardim a seguir ao almoço, e foi bonito ver a interacção espontânea que se cria com o outro neste gesto, os sorrisos e os agradecimentos.

índice.jpgCada vez mais me vou apercebendo de como a nossa vida é feita destes encontros e reencontros, pelo que tento sempre apreciá-los e absorvê-los, porque a maioria deles acontece quando menos se está à espera mas curiosamente quando mais precisamos, relembrando-me que preciso confiar mais na história que o Senhor quer fazer comigo. Ele que vem sempre ao nosso encontro e sabe quando e como deve colocar estes e tantos outros encontros na vida de cada um. Porque o que vi e o que não vi mas vivi, porque os vários testemunhos que recebi naqueles dias, antes poderiam ter-me passado ao lado em vez de transformar o meu coração e de me deixar tão agradecida, trazendo no coração este tesouro: que só quando nos confiamos a Deus acolhemos e somos a misericórdia.

 

por Vanessa Pedro

ECOS DO ENCONTRO DE JANEIRO 2016

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Nos dias 22, 23 e 24 de janeiro de 2016 decorreu mais uma formação dos Leigos Missionários Combonianos, a primeira do ano de 2016, na casa dos MCCJ, em Viseu. A formação a cargo do LMC Pedro Moreira centrou-se sobre o papel dos Leigos na Evangelização à luz dos documentos da Igreja.

No Sábado de manhã iniciámos o dia com a celebração da Eucaristia com a comunidade de Viseu. Na parte da manhã, depois do pequeno-almoço, abordámos as Encíclicas Lumen Gentium, Cristifidelis Laici e Redemptoris Missio. O objectivo foi aprofundar o verdadeiro papel dos leigos na Igreja. Sendo os leigos incorporados na Igreja pelo Baptismo, devem ser sempre testemunho vivo de Cristo na família, no trabalho, com os amigos, enfim, em todas as situações da vida. Ainda durante a manhã fomos convidados a meditar, individualmente, alguns textos que nos foram propostos. O deserto do silêncio foi extremamente produtivo e permitiu-nos escutar Deus que ansiava por nos falar. De facto, a vida do cristão, do missionário precisa de passar pela aridez do deserto para que Jesus nos torne produtivos. Como nos foi referido no encontro, a fé é um encontro pessoal, é uma experiência de encontro pessoal.

 Durante a parte da tarde demos um passo na nossa formação enquanto leigos, com um carisma missionário. Ora, enquanto LMC fomos convidados a reflectir vários escritos de Comboni, aprofundando a espiritualidade comboniana, a qual tem como características essenciais: a Cruz, o Bom Pastor, o Coração de Jesus e a vida nos Cenáculos (de oração). Antes de jantar tivemos um momento de oração com exposição do Santíssimo Sacramento. Neste encontro com Jesus, face a face, entre a meditação de alguns textos e o silêncio, ali permitimos que Jesus nos olhasse, como nos pede o Papa Francisco.

Depois de jantar tivemos oportunidade de ouvir o testemunho emocionante da Bárbara, LMC italiana que se está a preparar para ir para Carapira, Moçambique. Ouvimos um testemunho de vida rico em Evangelho, sendo para a Bárbara claramente fundamentada a opção de deixar emprego estável e que a concretizava, casa, carro, vida social e familiar: “é Ele quem nos diz para deixarmos tudo e segui-lO”. Um testemunho muito interessante.

O dia 24 iniciou-se às 08:00 com a oração das laudes. Durante a manhã fomos convidados a formar quatro grupos e, depois, irmos meditar com base em alguns textos que nos foram propostos. Durante a reflexão em grupo tivemos a oportunidade de trocar os nossos pontos de vista com todos os colegas de grupo, num diálogo bastante interessante. Ao meio dia celebrámos a Eucaristia que é sempre momento de união, partilha e de alegria. Depois de almoço os formandos começaram a seguir viagem para as suas casas, até porque era dia de eleições presidenciais e a maioria ainda ia cumprir o seu dever cívico.

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Considero que este encontro foi bastante importante e intenso. Fomos desafiados a crescer espiritualmente, a ter conhecimento sobre o que a Igreja pede e quer dos Leigos mas também a procurar Deus no silêncio. Agradeço o excelente encontro que os LMC, através do Pedro Moreira, nos proporcionaram na certeza de que somos uma verdadeira família que se encontra apaixonada por Cristo e pela missão, ao jeito de Comboni.

 

por Pedro Nascimento