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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Uma formação que nos falou ao coração

FEC.jpgQuando falamos do que está cheio o coração, somos capazes de tocar o coração dos outros com uma intensidade tal, que nem nos apercebemos. De facto, para além de uma grande formação sobre o voluntariado e cooperação para o desenvolvimento, La Salete, formadora do encontro, foi-nos contanto histórias sobre a sua vida em missão fantásticas, deixando-nos, na minha opinião, uma grande mensagem: é extremamente importante colocarmo-nos no lugar do outro, procurar compreender determinadas situações para que possamos relacionarmo-nos com maior abertura, respeito e amor pelos povos com quem nos cruzamos em missão.

 

O segundo encontro de formação da FEC realizou-se em Fátima, nos dias 17 e 18 de Fevereiro e foi bastante intenso. Durante a formação tivemos oportunidade de discutir sobre as desigualdades no Mundo; a riqueza e o desenvolvimento concentrados em poucos países; os conceitos de cooperação e desenvolvimento; os paradigmas do desenvolvimento; a educação para o desenvolvimento e para a cidadania global e, ainda, tivemos oportunidade de ter uma formação intensa sobre metodologia e análise de projetos.

Partilho convosco alguns pontos que achei curiosos: o conceito de Felicidade Interna Bruta que foi um conceito criado pelo rei do Butão para contrapor ao Produto Interno Bruto e que teve bons resultados; o “fairphone”, um telemóvel fabricado sem prejudicar ou escravizar todos os trabalhadores que o produzem. Ficando mais caro, a venda deste telemóvel não pretende ter lucro à custa da exploração de muitos trabalhadores, mas o seu trabalho tem uma justa remuneração, assim como as lojas de comércio justo.

No fim da tarde de sábado vimos o filme Shotting Dogs e, posteriormente, fizemos um cine fórum onde analisámos várias condutas e atitudes das personagens do filme, o que se traduziu numa partilha de ideias e de sentimentos muito bela. À noite tivemos o testemunho missionário de um casal pertencente aos Leigos da Boa Nova, que esteve durante de um ano na diocese de Pemba, em Moçambique.

É sempre uma alegria participar nestes encontros de formação, partilhar com imensas pessoas o carisma missionário e sentir a diversidade da Igreja. O facto de o encontro ser em Fátima e de ter a oportunidade de ir rezar na capelinha das aparições, ainda tornou este encontro mais especial. Quem bom é poder caminhar e crescer nestas formações que nos alargam horizontes e nos ajudam a ir compreendendo os caminhos da missão.

 

LMC Pedro Nascimento

1ª sessão de Formação FEC - Voluntariado Missionário e Espiritualidade

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"Voluntariado Missionário e Espiritualidade” foi o tema da 1ª sessão de formação para voluntários da FEC, que se realizou nos passados dias 13 e 14 de janeiro de 2018 na Casa de Saúde do Telhal (Sintra). Nela participaram alguns LMC e formandos. E assim deixamos o testemunho da Ana Raposo, participante desta formação da FEC.

No 1º encontro da FEC aprofundámos a temática " Alegria do Evangelho" que tem como mentor o Papa Francisco. Alegria do Evangelho chama-nos para uma igreja em saída para cuidar da casa comum, uma igreja que contempla o mundo na alegria, no amor e no louvor promovendo assim o bem comum e o cuidar do próximo. Fala-nos de um procurar- te em ti, o descobrir um " tu" que me faz um eu, ter como missão acolher a vontade de Deus e levar Deus que já lá está, acender a chama. Essa alegria, esse amor, foi vivido nesse fim de semana, na formação e na homilia de domingo. O brilho e a alegria que imanava o pároco e os utentes crentes apesar das suas limitações e do formador Juan Ambrosio que nos fez ver com outra perspectiva enquanto nos dissipávamos de algumas dúvidas.

Deus o amante, Jesus o amado, Espírito Santo o amor.

Deus é Amor, Alegria.

Ana Raposo

Encontro de Natal: da família de Nazaré à Família LMC

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Nos passados dias 16 e 17 de dezembro teve lugar, em Viseu, na casa dos Missionários Combonianos o encontro de Natal dos LMC, em que o tema foi “Da família de Nazaré à família LMC”. Participaram vários Leigos Missionários Combonianos, bem como os formandos. Um encontro que ficou marcado pela alegria e pelo conforto de sermos família: família comboniana; e família LMC. Uma família unida em torno do mesmo ideal – que é Cristo – e do mesmo carisma comboniano.

A manhã de sábado teve uma apresentação da LMC Sandra Fagundes sobre S. Daniel Comboni e o movimento. De seguida, houve um jogo em que tivemos a oportunidade de ir descobrindo mais sobre a Família Comboniana, sobre o sentido do Natal, sobre o Natal na missão, à medida que íamos refletindo e rezando sobre os vários pontos de reflexão. Uma experiência de diálogo, de partilha, que nos enriqueceu e nos fez ter presente em oração várias realidades distantes dos nossos olhos e toda a família comboniana.

A tarde teve uma outra surpresa: tivemos a oportunidade de, em vários grupos, estar e conversar com os Missionários Combonianos mais idosos que vivem na casa de Viseu sobre o Natal na missão, sobre o seu rico testemunho de vida; com as Irmãs Missionárias Combonianas, na sua casa sobre o que as mais marcou nos vários Natais vividos em missão; e em casa da família da LMC Marisa Almeida, conversando, convivendo, estando unidos a uma família que é também parte da família LMC, pois com ela partilha e vive a dedicação e o carinho pela missão. Uma tarde de união, de fazer encontro e partilha uns com os outros e com outros membros da família comboniana. Uma tarde em que fomos interpelados e desafiados por muitos testemunhos de vidas cheias, totalmente entregues à missão.

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Após a oração da tarde e o jantar, tivemos um serão de convívio em que, mais uma vez, se partilharam muitas alegrias, sorrisos, brincadeiras e música (que o padre Feliz nos deu o prazer de dar, ao tocar o seu acordeão). Tivemos até troca de prendas! E, mais uma vez, um momento de união, feito neste convívio alegre e genuíno, da família LMC e com a família comboniana.

No domingo, a LMC Susana Vilas Boas apresentou o tema “da família de Nazaré à família LMC”, com um momento de reflexão e partilha no final. Da manhã, fica uma ideia de caminho: a família LMC faz uma caminhada, como dizia Comboni, com os olhos fixos em Cristo – só assim tal caminhada faz sentido, para atingir o exemplo da família de Nazaré: a união de Maria e José, o seu serviço humilde a Jesus, a sua vontade de cumprir a vontade de Deus e a sua entrega total à Sua vontade devem ser exemplo para a família LMC, para que possa cumprir o sonho que Deus tem para ela, fazer um caminho de contínuo crescimento sempre com o intuito de servir a missão ao estilo de São Daniel Comboni.

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Terminámos o encontro de Natal com a Eucaristia, presidida pelo padre Francisco Medeiros e com a alegria de ter os pais e familiares da LMC Neuza Francisco presentes no almoço de família.

E seria precisamente essa a palavra que escolheria para resumir o encontro de Natal dos LMC: família. Na oração, na partilha, no convívio, na escuta, este encontro despertou em cada um de nós uma noção de pertença a algo maior que nós próprios, uma família espiritual que nos acolhe e nos desafia a ser mais, a fazer e viver a missão ao jeito de Comboni, com os olhos fixos em Cristo, apaixonados por Ele e pelas pessoas.

 

Filipe Oliveira

2ª Unidade Formativa LMC

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Neste que foi o 3ºfim-de-semana de Novembro, entre os dias 17, 18 e 19 os formandos dos Leigos Missionários Combonianos reuniram-se em Viseu no Seminário dos Padres Missionários Combonianos. Para mais uma unidade formativa, subordinado ao tema “Sacramentos e Vida: Que Ligação?” ministrada pela Irmã Carmo Ribeiro.

A formação iniciou-se no final do dia 17, sexta-feira, com a chegada dos formandos ao Seminário e com o habitual jantar em família.

O sábado iniciou-se com a Missa junto com a comunidade local. Posteriormente ao pequeno-almoço iniciaram-se os trabalhos com o simples mas muito cativante testemunho do Sr. P. Feliz que falou-nos das suas vivências/experiencias missionárias no Sudão. Principalmente nas áreas do ensino e da saúde. Como o próprio Sr. P. Feliz menciona ao longo do seu testemunho “o trabalho missionário não é um trabalho de salvação imediata mas sim um trabalho para a eternidade”, mostrando-nos o inesgotável trabalho de um missionário ao serviço do Senhor e do seu Reino.

Após o testemunho, iniciamos o tema principal da formação com as leituras de textos sobre os sacramentos. Ao longo das leituras, partilhas e da exposição teórica da Irmã Carmo podemos absorver alguns conceitos fundamentais ao tema. Quanto a isto, a Irmã Carmo referiu-se aos sacramentos como pilares do caminho da graça, tendo em conta que os sacramentos são fulcrais para pôr-nos em Deus e Deus em nós, ou seja, os sacramentos vem de Cristo e levam-nos a Cristo.

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Teoricamente os sacramentos dividem-se em três: de Iniciação – Batismo, Confirmação e Eucaristia; Cura – Penitência e Unção dos Doentes e os de Serviço – Ordem e Matrimónio. Mas para nós os sacramentos, como aprofundamos neste fim-de-semana vão muito além do explicável teoricamente. Deste modo, afirmamos que para nós os Sacramentos são as pedrinhas que constroem a calçada da caminhada de um cristão para Deus, como linguagem de uma História. Os sacramentos são encontros com Deus que nos transformam e convertem.

O serão foi dedicado ao cinema. Visualizamos o filme “A vida de Jesus Cristo segundo o Evangelho de São João”. De onde retiramos uma frase de Jesus Cristo que para nós é o resumo de todo o filme “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai se não por mim”.

No Domingo iniciamos a nossa caminhada com as Laudes. Ouvimos atentamente a experiencia do casal de leigos missionários Ana e Artur Valente, primeiros leigos missionários, que fizeram as delicias dos presentes com o amor visível um pelo outro e a Deus com que falam aos formandos presentes. De entre todos os conselhos e parábolas que nos deixaram, queremos partilhar convosco a seguinte “quando Deus nós vê tão atrapalhados ele manda-nos um rebuçado e só nos diz: Descasca-o” (Sra. Ana Valente). O Domingo formativo terminou com a Eucaristia e o almoço em Família, onde ouvimos por entre brincadeiras e risos as experiências dos mais velhos, trocamos várias ideias e pontos de vista.

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Em todo este fim-de-semana, que se fez de tão intenso fugaz, oramos especialmente a Deus pelo Dom da chuva, dada a seca que o nossa país e algumas partes do mundo atravessa, para que os agricultores possam regar as suas plantações, os pastores dar de beber aos seus rebanhos e as nossas montanhas possam cobrir-se pelo manto verde novamente. Humildemente pedimos a todos vós que juntem-se a nós nesta oração pelo Dom da chuva.

 

“Quando TUDO FALHA, há um que NÃO FALHA. Que é DEUS.”

Irmã Carmo Ribeiro 20/11/2017

Laura e David Ganilo

Curso de Missiologia – um presente de Deus (parte III)

Diálogo Inter-religioso

(cont.)

Já quase no término do Curso, dia 26, tivemos connosco o Frei José Nunes que nos abordou o Diálogo Inter-religioso. Neste dia perspetivamos a evolução da comunicação entre religiões ao longo dos tempos. Vemos que hoje a Igreja face às outras religiões propõe um fecundo diálogo, baseado no apreço e respeito por elas. Vemos hoje que as religiões são “vias de salvação”, não pelos seus credos, mas porque conferem a cada ser um sentido de vida. Muito há em comum entre todas as religiões.

 

“(As tradições religiosas da humanidade) merecem a atenção e estima dos cristãos, e o seu património espiritual é um convite eficaz ao diálogo, não só acerca dos elementos convergentes, mas especialmente sobre aqueles em que diferem” (Documento Diálogo e Missão)

Grupo

 

A par destes dias de reflexão e visão da história do Cristianismo e de revisão deste Ser Missionário Cristão, estiveram momentos de partilha em grupo e de reflexão sobre os diversos temas. Momentos muito ricos de partilha de cada cultura, de crescimento pessoal e como comunidade cristã.

 

 

 

EucaristiaConvívio

Uma semana também ela pincelada com a beleza de Eucaristias multiculturais, onde os tons de pele se fundiam e pintavam o quadro da Festa do Senhor, onde ecoava a música em várias línguas e onde a dança preenchia o altar.

E todos estes dias inspiradores, de grande aspiração à vocação missionária, me emocionaram e me preencheram o coração por todo o caminho que a humanidade tem feito enquanto peregrina desta Obra divina que é o Mundo, o Universo. Orgulhosamente missionária com todos aqueles ali presentes, senti-me enviada com esta chama que só Deus inflama. Deus envia-nos. Citando o Padre Adelino Ascenso no seu discurso final: mais do que “ide e ensinai”, a esta igreja missionária Deus proclama:

“Ide e escutai”.

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 LMC Carolina Fiúza

Curso de Missiologia – um presente de Deus (parte II)

Momento cultural no fim do dia 22

 (cont.)

Prosseguimos no dia 23 para o tema da Espiritualidade Missionária contando com a Dra. Teresa Messias como oradora. E o que é isto de Espiritualidade? Algo que não se reduz à vivência cristã, mas sim uma dinâmica de ser. Todos a temos enquanto seres animados de desejo de autotranscedência, de nos realizarmos, de sermos felizes. Falámos concretamente desta Espiritualidade Cristã que tem que ser sempre Missionária. Uma Espiritualidade que me liberta e que tem um sentido escatológico, ou seja, que não acaba. Citando a Dra. Teresa Messias nem no céu a experiência de Deus tem fim. E percebemos a Trindade como fonte de missão, na relação Eu-Cristo-O outro.

 

Missão não é somente fazer coisas; não é sair de um lugar; é ser pessoa; é uma possibilidade de ser vida e gerar vida no outro e na humanidade; é esvaziar-se, a kenosis de que São Paulo fala. (Dra. Teresa Messias)

 

Vimos este Deus Missão, um Deus que também se esvazia quando nos dá o seu Filho, um Deus Parentalidade, que não só é Pai, mas também Mãe, e só assim é fecundo. Um Deus que não só dá, mas que também acolhe o seu Filho, também recebe. E que isto tem tradução no meu ser missionário: quem só sabe dar, não sabe amar. É necessária esta capacidade de receber.

Assim, a Espiritualidade Missionária requer o Desinstalamento – esvaziar-me, “Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza “(2Co 8, 9) –, Confiança – na providência divina que apenas se obtém na oração, na escuta, na leitura dos sinais de Deus, “aspirai às coisas do alto e o resto ser-vos-á dado por acréscimo” (Col 3,1-4) – e Inculturação – descer a cada cultura para encontrar a novidade de Cristo.

Refletimos sobre a missão cristã, as suas potencialidades e dificuldades. Identificámos a necessidade de um êxodo contínuo, da descentralização da Igreja em si mesma – a Igreja não se prega a si, não se serve a si e não se orienta em si, mas sim voltada para Cristo. A Missão não é um fim em si mesma e uma igreja autorreferencial não é uma Igreja de Cristo. Terminámos o dia refletindo sobre qual a minha missão?, na sua dimensão pessoal, irrepetível, personalizante e carismática do seguimento de Jesus. E a resposta é um caminho processual: requer oração e escuta e só nelas percebo o que Deus vai querendo, o que é que Ele me vai propondo para cada dia.

Padre Adelino Ascenso

 

No dia 24 fomos presenteados pela sabedoria e tranquilidade das palavras do Padre Adelino Ascenso com uma abordagem artística sobre a Literatura e teologia: a ficção de Shūsaku Endō. Ficaria ali a ouvir as suas palavras durante dias: palavras sábias, fruto de uma experiência inimaginável no Japão, no contacto com o povo e com o profundo silêncio do Tibete onde o único som audível era o tiritar dos seus próprios dentes, tal não era o frio sentido. Começou por nos fazer uma abordagem da literatura japonesa e das suas tradições, uma cultura do escondimento, do silêncio, da harmonia, da tripla insensibilidade face à morte, por exemplo. Perspetivamos de forma histórica a chegada do Cristianismo ao Japão e é aqui que entra Shūsaku Endō com a sua obra literária de romances, entre os quais O silêncio. Endō lutou toda a sua vida com questões relacionadas com a sua fé, nomeadamente com forma de ser simultaneamente, japonês e cristão. Essa luta está patente nas suas obras com temas que podem contribuir para a elaboração de uma nova imagem de Cristo e do cristianismo no Japão. E desta forma ao longo do dia o Padre Adelino estabeleceu uma ponte entre a realidade do Cristianismo no Japão e o romance “O silêncio” (filme que tivemos oportunidade de ver no fim do dia), falando sobre a apostasia, o silêncio de Deus nos diversos momentos da vida e esta salvação dos apóstatas (e de todos os homens, independentemente das suas crenças). Dotado de uma capacidade artística de se exprimir, o Padre Adelino terminou com algumas palavras que o meu caderno gravou:

 

A igreja não possui Cristo. A Sua presença não se confina à Igreja embora seja nela que se aprende a entender a presença d’Ele fora dela.”

“Só se pode conhecer Deus através das suas feridas” (citação que parte da obra de Tomas Halik, O meu Deus é um Deus ferido)

“O silêncio não é a ausência de palavras, mas sim um murmúrio de Deus para além do silêncio”.

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(cont.)

LMC Carolina Fiúza

 

 

Curso de Missiologia – um presente de Deus (parte I)

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Um presente de Deus que nos permitiu mais e melhor olhar para a obra de Deus com grande graça! Um presente de Deus foi para mim este Curso de Missiologia onde pude participar entre os dias 21 e 26 de Agosto em Fátima, uma iniciativa dos responsáveis do Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG), com o apoio das Obras Missionárias Pontifícias (OMP). Nesta formação pude ver os oceanos a cruzarem-se e unirem-se num só ponto: da cadeira onde me sento para enriquecer a minha sabedoria e apaixonar-me mais por este ser de Cristo, vislumbro uma plateia de cerca de 60 participantes dos 4 continentes – Portugal, Itália, Filipinas, Colômbia, Brasil, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Angola, Moçambique, Congo, entre outros países. Uma semana em que as cores se misturaram e fundiram para aprender e partilhar este “Ser Missionário” nos dias de hoje. Comigo estavam em comunidade o Mário Breda, a Ana Raposo, a Maria José Martins e o Luís: e que rica foi também a nossa experiência quer como comunidade, quer na partilha com os restantes participantes.

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O Curso foi todo ele muito rico em termos de conteúdo. Começámos no dia 21 (segunda feira) por abordar A missão no Evangelho de São Mateus, com D. António Couto, Bispo de Lamego. E D. António Couto apresenta-nos o primeiro dos livros do Novo Testamento pelas suas ligações com o previamente escrito no Antigo Testamento. Apresenta-nos um Evangelho onde o Perdão é marca d’água: Mateus, um cobrador de impostos, abre-se a esta conversão a Jesus Cristo pelo perdão que Este concede a todo o Homem. E assim em todo o Evangelho de Mateus estão patentes 5 discursos (em analogia ao Pentateuco do Antigo Testamento): Discurso da Montanha, Missionário, das Parábolas, Eclesial e Escatológico. E destaco o discurso Missionário (Mt 10, 6-10): “de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10, 8). Graça – a figura maternal biblíca, o olhar (materno) que podemos ter sobre cada um. D. António apelou a que, como missionários, devemos ter esta “pausa e bemol na música da nossa vida para que saibamos deixar o Espirito Santo falar” e realçou a importância de sermos missionários “sempre abertos à surpresa e com a sensibilidade apurada”.

 

Os cristãos têm uma missão vital: "Sim! Somos chamados a servir a humanidade do nosso tempo, confiando unicamente em Jesus, deixando-nos iluminar pela sua Palavra: «Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça». Quanto tempo perdido, quanto trabalho adiado, por inadvertência deste ponto! Tudo se define a partir de Cristo, quanto à origem e à eficácia da missão: a missão recebemo-la sempre de Cristo(…). (in homilia do Papa Bento XVI, Porto, 14 de Maio 2010)

E pela história do Cristianismo ao longo dos séculos viajámos no dia 22; uma viagem com o Dr. José Eduardo Franco como guia – O Cristianismo e Globalização: Estado, Igreja e Missionação na época moderna e contemporânea. E pudemos perceber que a história não é passado, mas sim presente.  É ela que faz cada presente. E nesta viagem percebemos o papel do povo Português através das suas descobertas por mares nunca dantes navegados para a Missionação e Evangelização da Igreja Cristã; e mais: que esta missionação foi, ao longo dos tempos, construtora da globalização que atualmente atinge o seu auge. Nesta viagem visitámos a imagem de Deus e da Igreja desde o século I – um Deus territorial de Isaac e de Jacob, o homem age apenas mediante a vontade de Deus –, passando pela disseminação do Cristianismo pelos discípulos e por missionários que acompanhavam as viagens da época dos Descobrimentos e chegando, por fim, aos dias de hoje. E atualmente percebe-se que o Evangelho pede uma Missionação inculturada: um fazer-se grego com os gregos, romano com os romanos (São Paulo), aproveitando o Cristianismo aquilo que cada cultura tem de excelência. O Evangelho deve levar à humanização e, desta forma, o Missionário é o construtor de uma humanidade nova, que chega a todos pela via, não da imposição mas, da credibilidade.

(cont.)

 

LMC Carolina Fiúza

Fim de Semana de Espiritualidade Missionária Comboniana

Nos dias 23, 24 e 25 de junho teve lugar na casa dos Missionários Combonianos, da Maia, o fim de semana de Espiritualidade Missionária Comboniana, que se realiza anualmente. Entre consagrados (as), LMC´S, colaboradores, membros dos cenáculos de oração, jovens do Fé e Missão, simpatizantes da Família Comboniana, reuniu-se uma vasta equipa – com participantes de norte a sul do país.

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Um grupinho de nove Leigos Missionários Combonianos, marcou presença. Eu participei, e agradeço a Deus a oportunidade. Foi bom!

Com a temática: “Com Maria, missionários de Jesus”, o encontro subdividiu-se em três grandes subtemas, dois apresentados durante o sábado e um terceiro que através de um painel surgiu na manhã de domingo.

 

"É de Maria que se aprende o verdadeiro sentido de ser discípulo."

O primeiro subtema denominado: “O caminho missionário de Maria”, a cargo pelo Padre Dário, Missionário Comboniano, que nos apresentou Maria como a primeira discípula, como a primeira missionária, disponível a “levar” Jesus aos outros, como exemplo de Misericórdia, contemplando a ação de Maria, o “SIM”, a visita à prima Isabel e a cada momento intervindo com pequenos cânticos de Maria. Sem dúvida um momento muito bom! E citando Papa Francisco, ficou-me esta certeza:

 

 «É necessário aprender com Maria, reviver o seu «SIM», a sua disponibilidade total para receber o Filho de Deus na sua vida, que a partir daquele momento a transformou.»

de Papa Francisco

 

Com divisão dos participantes, em grupos, foram diversos os momentos de partilha, o que nos ajudou a interagir e a conhecer outras experiências, bem como, verdadeiros testemunhos.

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O segundo subtema, chegou-nos pelas palavras da Irmã Arlete, Missionária Comboniana - “O caminho missionário de Daniel Comboni, com Maria”Vimos o percurso de São Daniel Comboni desde da entrada dele no Instituto Mazza até à sua paixão pelo povo africano, passando pela sua entrega e devoção também ao Sagrado Coração de Jesus e Maria.Com auxílio, aos escritos de Comboni, conseguimos perceber melhor esta devoção.

 

«Foste tu, divina Mãe, que me inspiraste, para o novo Plano para a Regeneração da África,(...)».

de São Daniel Comboni

 

MARIA, adotou-nos como filhos no Calvário. E como diz o Santo Padre: "Temos Mãe!" - uma mãe que nos protege e acolhe no Seu manto. Uma Mãe que tem de ser um exemplo de vida. Uma Mãe que nos mostra como seguir Jesus.

Com tempos definidos, a reflexão, os cânticos, o espaço para convívio, os momentos de oração não faltaram.

Já no domingo de manhã, depois da oração da manhã, organizada pelos Leigos Missionários Combonianos, surgiu o terceiro subtema, não menos importante: “O Lugar de Maria, no nosso Caminhar Missionário”, a jeito de um painel muito diversificado, vivemos um bocadinho o trabalho desempenhado pelos cenáculos de oração, o trabalho realizado pelos Grupos da Infância Missionária e por sua vez, esteve representado também o grupo JIM - o Movimento Jovem da Família Comboniana.

Os participantes do painel mostraram aos presentes o quanto Maria está presente em suas vidas. E como é vivida a devoção por Maria nos grupos.

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Entre os temas e reflexões, o acolhimento, surgiu com a participação de Helena Laranjeiro, Missionária Secular Comboniana.

 

Alegria e boa disposição não faltaram, até porque era fim de semana de São João!!! Os motivos para fazermos festa também não faltaram, em dia de São João, Padre Claudino, completou 44 anos de Sacerdócio, no dia 25 foi a vez de Padre Dário estar de parabéns com os seus 45 anos de Sacerdócio. Parabéns a ambos...Votos de muitos mais anos de Missão!!

 

 

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Sofia Coelho

"Reler e reler-me - a família e o projeto de vida"

Formador Dr Miguel Villas Freitas

Foi nos passados dias 19, 20 e 21 de Maio que decorreu a 9ª unidade Formativa LMC em Viseu, com o tema “Reler e reler-me – a família e o projeto de vida”, orientado pelo psicólogo Dr. Miguel Villas Freitas.

A formação teve início no fim da tarde de dia 19, Sexta-feira. Depois de uma calorosa receção, lá nos fomos juntando, com troca de sorrisos, beijos, abraços e novidades! Sim, são abraços à LMC, como eu lhes chamo, por serem bem apertados e genuínos de quem anseia encontrar-se para partilhar momentos únicos e muito enriquecedores!

 

Iniciámos o dia de Sábado com uma breve abordagem do formador, para que entendêssemos melhor o que é reler-me: fazer uma leitura pormenorizada dos acontecimentos passados e das minhas características; tomar consciência de que ninguém o faz por mim; é um tornar-me presente diante da “Presença” para um encontro comigo próprio! E como “cada um de nós se define pelas relações que mantém com o outro”, este encontro foi feito em grupo e assim encontrámos juntos os sinais desta “Presença”.

 

Em seguida, com a orientação do formador, cada elemento do grupo foi incentivado a fazer uma viagem ao seu passado, localizando-se num período da vida onde fora muito feliz! Depois de uma pausada análise dos motivos impulsionadores dessa felicidade, fomos solicitados a transportar esse estado de espírito de paz, sucesso, bem-estar, alegria, realização e felicidade, para o momento presente. Cada um foi ao encontro da sua pérola de sabedoria que desencadeou tanta felicidade nesse período que cada um reviveu. É necessário recuperar esta pérola, trazê-la para o hoje, cuidar dela!

 

Analisámos experiências bíblicas de um reler interior como por exemplo, o encontro de Jesus com os discípulos de Emaús e o encontro de Jesus com Nicodemos. São experiências onde se passa inevitavelmente pelas seguintes etapas: (1) Reformar; (2) Conformar; (3) Transformar; (4) Confirmar.

 

Quem passa por elas analisa as zonas do seu ser que precisam de ser convertidas, procura tomar a forma de Jesus, transforma-se e passa a viver em conformidade com esta transformação. Assim, sai de si, abandona as falsas seguranças e vai para uma lógica de entrega e serviço. Passa a procurar não só o que dá bem-estar, que satisfaz, mas sobretudo o que realiza e deixa marcas mais profundas no seu caráter!

 

Ao logo da manhã foram-nos proporcionados momentos de reflexão individual, seguidos de partilha a dois e, depois, com todo o grupo. Concluímos a manhã de reflexão com o visionamento do documentário “Celebrando o que o mundo tem de bom” da National Geographic, riquíssimo em mensagens relacionadas com a procura do que há de mais belo neste mundo.

 

Durante a tarde refletimos sobre as 24 forças de caráter, escolhendo cada um, aquelas que o impulsionam à ação com toda a naturalidade. Questionamo-nos, individualmente, sobre quais as energias que precisam de ser mais trabalhadas em nós próprios e quais as mais indispensáveis em terreno de Missão como LMC.

 

De seguida fizemos a reflexão individual, com questões muito concretas para responder e partilhar depois, sobre dois pontos: (1) A minha paixão; (2) O meu propósito.IMG_20052017_193108.jpgOração da Tarde

Na oração da tarde tivemos momentos de grande interioridade e partilha. Ele, Jesus Cristo, está ali connosco e o seu Espírito fala em cada um. Como é bom estarmos ali reunidos no cenáculo!

 

 

 

 

À noite, e para relaxar, sem perdermos o espírito de interiorização, vimos o filme: “O Mordomo”.

 

No Domingo surgiram mais momentos de oração e partilha.

Foram-nos apresentados 3 quadros à volta dos quais, deveríamos colocar nossa atenção e reflexão:

 

“Jesus mostra as suas feridas a Tomé!”

Quais as minhas feridas? Como assumi-las em vez de as esconder?

 

“Pegadas na areia!”

Reler momentos da minha vida em que Jesus me pegou ao colo. Com quem e através de quem?

 

“Diminuir o tamanho da minha cruz não é solução.”

Tenho consciência de que sempre que tento diminuir a minha cruz perco a oportunidade de crescer a nível humano e espiritual?

        

Individualmente definimos um propósito para ser levado para casa como desafio e ponto de esforço, tendo em vista que só comprometendo-nos com a mudança poderemos ser felizes!

 

Em conclusão: Só me encontrando comigo, vendo como sou realmente, quais as minhas feridas, que cruz carrego eu e colocando tudo nas mãos de Deus, deixando-me transformar, é que aprenderei a ser o melhor de mim para o mundo, percorrerei o caminho que me levará à Missão e a ser feliz nesta missão à qual estou destinada!

Foto Grupo

 

Glória Rocha

"E tu Maria, que nos dizes da missão?"

Foi nos diasPedro Moreira 29 a 30 de Abril de 2017, que fomos acolhidos com muito carinho na casa das Missionárias Seculares Combonianas no Porto, onde se realizou a 8.ª unidade formativa dos LMC, com o tema “E tu, Maria, que nos dizes da Missão?”, o qual teve como formador o LMC Pedro Moreira.

O encontro começou na sexta-feira à noite com a chegada dos formandos. Para mim, em especial, foi um grande momento de reencontros, que me encheu o coração de alegria, por estar de novo com quem já sinto família de caminhada. Que verdadeira Graça de Deus cada um e que prova de que “não há longe nem distância”.

O tema foi abordado durante todo o dia de sábado e a manhã de domingo.

«Quereis oferecer-vos a Deus?», a mesma pergunta que Nossa Senhora fez aos Pastorinhos em Fátima, foi o nosso mote inicial para que soubéssemos onde nos dirigíamos e onde voltar sempre.

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Através do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luís Maria Grignion de Montfort e da Encíclica “Redemptoris Mater” de São João Paulo II o Pedro Moreira foi-nos guiando e dando-nos o seu testemunho com muita simplicidade, reflectindo a sua bonita relação de intimidade, devoção e amor com, em e por Maria, nossa Mãe.

“Quanto mais aprofundamos Maria, mais missionários ficamos.” foi uma das afirmações que ficou a ressoar dentro de mim e a inquietar-me durante o encontro.

            Através de traIMG_29042017_180359_HDR.jpgbalho em grupo meditámos a palavra de Deus procurando virtudes missionárias em Maria, foi uma oportunidade de validação do quão missionária foi Maria, a partir do momento do seu “Sim” até ao Cristo Crucificado, que ali na cruz no-La entregou como nossa Mãe, fazendo com que assim, ela renovasse o seu “Sim” com tamanha obediência, fidelidade e confiança à vontade de Deus. Tudo para Maior Glória de Deus.

            Tivemos ainda momentos de reflexão pessoal que nos permitiram aprofundar a nossa relação com Nossa Senhora e ajudar-nos a sermos missionários como Maria.

 

“Ao ouvir estas palavras ela perturbou-se.” Lc 1, 29

“E eu, como reajo perante a voz de Deus que se manifesta na minha consciência? Especialmente quando sinto que sei qual o caminho certo mas não tenho coragem para o seguir…”

“Ser missionário exige consciência da nossa pequenez e fragilidade, porque é aí que Deus se manifesta.”

“É a partir de dentro que Maria opera em nós a conversão. O anúncio de Jesus é profundamente íntimo, porque nele se expressa o amor de Deus para connosco e o nosso destino eterno.”

“Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor.”

 

Deixou-vos estas citações que me tocaram, ou até perturbaram, ao perceber o quanto tenho que crescer na minha relação com a Mãe. Maria que é o caminho de Amor até Jesus. Quem melhor conhece o filho que Sua Mãe? E se seguimos o que amamos, e só amamos o que conhecemos, é este o caminho a que somos chamados a trilhar como missionários.

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   Em comunidade rezámos o terço, entregando as nossas intenções e entregando-nos ao Imaculado Coração de Maria, Rainha da esperança e da paz. Recordando a Consagração da África à Virgem de La Salette, feita por São Daniel Comboni: “Ó Maria, mostra-te também rainha e mãe dos pobres negros, porque também eles são teu povo. ... Sim, boa mãe de misericórdia, tu és a Mãe dos negros. Neste momento, eu, seu pai e missionário, coloco-os todos a teus pés, para que tu os metas todos no teu coração; mostra-te Mãe!” E 1639 – 1644

Sábado à noite assistimos ainda ao filme “Maria, filha de seu filho”, que mostrou o papel fundamental de Maria na obra do seu filho Jesus, ela que mesmo sem compreender tudo, confiou e esperou com fidelidade, unindo a sua vida à missão e realidade divina do seu filho.

Domingo foi mais uma oportunidade para reflectirmos a dimensão “Nós e(m) Maria”, nós como filhos de Maria, através da meditação da história biblíca de Rebeca e Jacob.

Eucaristia Areosa

 

Terminámos este nosso encontro com a participação na Eucaristia na Paróquia de Nossa Senhora da Areosa, onde tivemos a oportunidade de praticar durante a sagrada comunhão a devoção sugerida por São Luís Maria Montfort, porque quanto mais deixarmos Maria agir na comunhão, mais Jesus será glorificado.

            Muito grata por mais este passo e pela dedicação de cada um!!

 

“Quem não tem Maria por Mãe, jamais terá a Deus por Pai.” São Luís Maria Montfort

 

Que o carisma e a fé de São Daniel Comboni continue a ser o nosso exemplo nesta caminhada como Família Comboniana, para que sejamos humildes missionários. Deixo-vos este excerto de Comboni, no Acto de consagração da África Central a Nossa Senhora do Sagrado Coração, a 08/12/1875, rezemos juntos:

«E Vós, ó Maria, ó Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus, cuidai de nós pobres filhos, guardai-nos como herança e propriedade vossa.

Sede nossa guia nas viagens, a nossa mestra nas dúvidas, a nossa luz nas trevas. Sede nossa saúde e vigor na enfermidade, nossa advogada, nossa mãe perto do Coração do vosso bendito Filho Jesus em toda a nossa vida.»

 

Por: Vanessa Sofia Pedro