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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Notícias do LMC Pedro Nascimento

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Recém chegado à Etiópia, o nosso amigo LMC escreve-nos, transmitindo a alegria que é estar de regresso à missão que Deus lhe entregou e fala-nos ainda um pouco sobre as tensões que se vivem atualmente algumas regiões.

Queridos amigos e queridas amigas,

Encontro-me já na Etiópia, o que me deixa muito feliz! Quando soube que o meu destino missionário era a Etiópia fiquei triste: era um país que não conhecia, que me era  pouco familiar. Agora amo este país, quero bem a esta gente e orgulho-me de aqui estar em missão!

Cheguei no dia um de Novembro e, desde então tenho estado na capital, Addis Abeba! Estes têm sido dias de regresso, após quase quatro meses ausente, de contacto com a realidade do país, de preparação para a dura realidade que a minha região de Benishangul-Gumuz, zona Metekel, atravessa.

Quando cheguei soube da morte de cerca de 35 pessoas de etnia Amara, na região Oromo, perpetuada por rebeldes Oromo. Dois dias depois, na região Tigray, a norte da Etiópia, militares regionais de Tigray atacaram uma base militar do governo federal, que causou a morte de muita gente. Ora, o governo federal decretou guerra à região o que está a causar muitas mortes e refugiados no Sudão. Infelizmente os responsáveis de Tigray não se renderam e até já lançaram misseis para outras cidades da Etiópia e também da Eritreia. Têm sido momentos difíceis os que se vivem na Etiópia.

Na minha região, infelizmente, também surgiu um grupo armado Gumuz e que tem criado insegurança, mortes e feridos. Ainda ontem ouvi dizer que mataram mais de 50 pessoas, normalmente, de outras etnias. As pessoas vivem com medo e sem certeza do futuro.

É, pois, para esta realidade que sou chamado a ser testemunha do amor de Jesus Cristo, a ser portador de esperança e a viver com esta gente que amo. Aguardo o meu regresso com alegria! Sei que tenho que ter cuidado pois sou responsável pela minha vida e responsável perante os que confiaram em mim para estar aqui, mas não vou com medo. O medo supera-se com a fé de que Deus me quer ali. Esta é a realidade a que Deus me chama e quero ser-lhe fiel!

Quero agradecer pelos donativos: dinheiro, roupa e outros materiais! Sem dúvida que a vossa ajuda é preciosa para a continuidade do meu serviço missionário! Estai certos de que a vossa partilha será usada para os trabalhos da missão e ao serviço deste povo lindo! Mas, mais que isso, a vossa contribuição ajuda-me a estar aqui! A vossa contribuição significa que estão comigo, que vieram comigo, que me apoiam e que querem fazer parte da obra de Deus aqui, na Etiópia! Sem dúvida que a missão se faz com os pés dos que partem, as mãos generosas dos que repartem e com os joelhos dos que rezam! Que Deus vos abençoe pelo bem que quereis à Etiópia!

Rezai pela Etiópia! Rezai por este lindo país que vive momentos de dor! Rezai pelos Gumuz! E, se ainda tiverdes um tempinho, rezai por este vosso amigo!

Obrigado pelo vosso apoio e amizade! E não se esqueçam de partilhar comigo sobre vós! É muito importante para mim saber dos amigos e amigas, sentir-me perto, presente!

Beijinhos e abraços,

Pedro Nascimento

Ecos da missão em República Centro-África

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“Aqui envio um pouco da vida da missão.” É com estas palavras que a nossa querida amiga Maria Augusta nos abraça e nos escreve sobre os passos que se vão dando na missão em RCA.

A Ana [LMC polaca] tem andado com um problema no cotovelo. Fez uma ecografia e depois fomos com ela ao centro médico militar, em Bangui. Foram muito acolhedores e simpáticos, tal como da vez que eu lá fui. Iremos almoçar com eles amanhã, se Deus quiser. 
Os restantes membros da comunidade estamos bem,  graças a Deus. Temos tido notícias do padre Samuel, que também está bem, aproveitando as suas férias para descansar e visitar a família e amigos.

Nesta semana chegou até nós uma mãe com as suas duas filhas gémeas, que já tinha vindo à missão pedir leite, porque não tinha suficiente para as duas bebés. Nessa altura já estavam mal nutridas. Foram tratadas e voltaram para casa bem! Agora voltou com uma das gémeas muito magrinha, pesando apenas dois quilos, e tendo já nove meses... fiquei muito impressionada com a bebé e dirigi-me de imediato com a mãe aos cuidados dos mal nutridos para que ali fosse internada. Não sei se recuperará! Que o Senhor faça o melhor para ela.

O pequeno André, órfão, que encontrei em Novembro de 2015, e ao qual demos o leite, tem "mal de Pott" (tuberculose vertebral). Veio ao pediátrico a Bangui e agora está a ser tratado contra essa doença. Depois será operado também como o Gervelais*, que  até agora não caminhava e, passados dois meses de tratamento contra a tuberculose, já começou a dar os primeiros passos e vê-se que tem muita força de vontade para aprender depressa a andar.

Na escola começámos a dar aulas de recuperação**, de 90 minutos, dois dias por semana. Nos primeiros anos trabalha-se principalmente a leitura e escrita e nos anos mais avançados também a Matemática. Que o Senhor dê muita força e vontade aos alunos para não faltarem e que consigam melhorar o seu aproveitamento. Graças a Deus, temos alguns alunos com muita força... e é isso que nos encoraja a continuar. Agradecemos ao Senhor que nos dá saúde e também alegria e boa disposição para o fazer.
Desejo- vos a todos um tempo de Quaresma Tranquilo e de Crescimento no Amor a Deus e aos Irmãos.

Continuamente unidos pela oração e à missão! Bem hajam pelas vossas orações.

Maria Augusta Pires, LMC na RCA

 

* Gervelais é o nome de um "rapazinho" ao qual a Maria Augusta fez referência na publicação de 6 de Abril de 2018, in leigosmissionarioscombonianos.blogs.sapo.pt/noticias-da-lmc-maria-augusta-vindas-da-142151)

** em virtude de os resultados dos alunos não serem animadores, conforme nos informou na sua última carta, (in leigosmissionarioscombonianos.blogs.sapo.pt/2019/02/)

 

21 anos de Vida, “e Vida em abundância”

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É dia de agradecer ao Senhor o caminho que temos feito como Leigos Missionários Combonianos. Hoje completamos 21 anos de História e Missão; 21 anos desde aquele 25 de Janeiro de 1998 no qual iniciámos este caminho de discernimento e formação para Leigos, animados pelo Espírito Santo e por São Daniel Comboni, na Maia.

 

Tem sido um caminho muito bonito. Um caminho feito aos pés da Cruz, diante do Senhor. E é deste caminho que brota a missão – aquela que é feita de obras de Deus que “nascem e crescem aos pés da Cruz”. Um caminho como família, inspirados por São Daniel Comboni que nos conduz a “Salvar África com África” – esta maravilhosa África que hoje em dia já não tem limites, que está nas nossas periferias.

Muitos foram os que connosco caminharam. Uns foram, outros continuam comprometidos como LMC, mas todos, de algum modo, fomos deixando tragos e gotas que completam hoje este oceano de amor que somos e que une continentes. A todos os nos acompanharam e continuam acompanhando agradecemos do fundo do coração.

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Nestes 21 anos foram vários os LMC que viveram a sua vocação além-fronteiras: em Moçambique, no Brasil, na República Centro-Africana e no Perú . Hoje continuamos difundindo a nossa alma missionária nestes mesmos países: a Marisa em Moçambique; a Liliana no Brasil; a Maria Augusta e a Cristina na República Centro-Africana; a Paula e a Neuza no Perú. Sem esquecer todos quantos somos os que estão comprometidos e que se encontram em Portugal, nas periferias, nas suas famílias, na vida, procurando habitar a missão que Deus lhes pede, e todos os formandos que buscam o discernimento encontrando no Carisma de São Daniel Comboni o chamamento de Deus.

Missionários em Cristo e pelo baptismo, avançamos como nos animava São Daniel Comboni:

«tenham sempre os olhos postos em Jesus Cristo, amando-o ternamente e procurando entender cada vez melhor o que significa um Deus morto na cruz pela salvação das almas» (Escritos 2721).

E salvar almas Comboni afirmava-o como muito mais além de uma simples Evangelização: a salvação da humanidade na paixão e na morte de Cristo, que nasce e vive da identificação do missionário com este mistério pascal, neste morrer para nascer, para viver. "Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele fica só. Mas, se morre, produz muito fruto." - (Jo 12,24)

É com muito ânimo que seguimos o caminho, as pegadas de São Daniel Comboni, de mãos entrelaçadas para que a sua obra não morra, um caminho de árdua e entusiasmante missão entre os povos e nações sedentos do amor de Cristo.

Terceira Unidade Formativa – Espiritualidade laical é missionária

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Nos passados dias 17 e 18 de Novembro, na casa dos Missionários Combonianos em Viseu, encontrámo-nos mais uma vez para um encontro de formação, orientado pelo LMC Carlos Barros, com o tema “espiritualidade laical e missionária”.

O que é espiritualidade? Espiritualidade, epiritualidades ou espiritualidades dentro de uma espiritualidade maior? O que significa ser leigo, hoje, na Igreja? Qual o lugar e as formas concretas de vivência espiritual da vocação laical? Quais os aspetos que marcam o ser e viver enquanto Leigo Missionário Comboniano, à luz do Diretório dos LMC e dos recém aprovados Estatutos?

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Através dos momentos de formação orientados pelo Carlos, das partilhas e discussões em grupo, da reflexão pessoal e da oração, procurámos responder a estas questões e – sobretudo – perceber para cada um de nós o sentido concreto de tudo o que escutámos e refletimos neste encontro e, daí, retirar propósitos concretos para darmos passos em direção a uma relação cada vez mais profunda e íntima com Cristo e a uma comunhão maior com todas as pessoas.

Acima de tudo, retiramos deste encontro que todos fomos feitos, criados, sonhados para o mesmo: perceber a presença de Deus, abraçá-la e moldar a nossa vida para que esta presença seja cada vez mais profunda e vivida. Cada um por seu caminho; e no concreto da vida de cada um. Mais íntimos com Cristo, testemunhamos mais genuinamente e caminhamos para a santidade.

O Domingo foi um dia diferente: em grupos, discutimos e refletimos propostas concretas no contexto dos trabalhos preparatórios da Assembleia Geral dos LMC que será em Roma, de 11 a 16 de Dezembro. Foi uma ótima oportunidade para cada um partilhar ideias, aprender mais sobre o Movimento dos Leigos Missionários Combonianos e cada um poder contribuir com aquilo que pensa e refletiu e, de algum modo, para a caminhada deste Movimento.

Filipe Oliveira

Uma parte de mim chamada Peru

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Penso muitas vezes no sentido das vidas que cruzam o meu caminho. Penso muitas vezes na condição em que nos conhecemos e no quanto a simplicidade nos aproxima.

Podia enumerar uma quantidade infindável de situações que já vivi aqui. Muitas delas ultrapassadas e outras que viverei para compreender.

São já muitas as vidas que são minhas, são já muitos os sorrisos que me pertencem e os abraços que não nego e me restabelecem as forças. Na sensibilidade de apenas estar, deixo-me horas sem fim entregue às conversas de soleira da porta. A missão para mim não tem tempo.

A nossa casa tem as portas abertas, portas que se abrem para receber as maiores alegrias dos que passam e acolher os sofrimentos daqueles que buscam em nós o seu refúgio. Buscam de ti a única coisa que tens para dar, tu próprio.

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É quando a noite cai que mais gosto de rever os meus dias e ainda que muitas vezes me entregue às lágrimas, estas são de contemplação das maravilhas que Deus opera em mim e através de mim, é impossível não ver, é impossível não dar graças a Deus por tudo. São muitas as vezes em que revejo vezes e vezes sem conta os pequenos milagres e sinais que me chegaram através destas pessoas que agora são minhas.

A missão é dura, mentiria se vos dissesse que não. A missão é árida, aqui, onde a paisagem é coberta pelas chapas do que resta das casas que com os fortes ventos que se fazem sentir quase desabam. É, em Agosto parte de trabalho de um ano se desfaz quando a natureza sopra tão forte que é impossível resistir. Sem medo eles arregaçam as mangas sem desistir e, ainda que seja escasso o que têm, nada é mais forte que a vontade de continuar.

Não minto, a missão é dura. Muitas vezes chega a ser cruel, chega a doer. Ver o sofrimento no olhar destes meus irmãos e ver a incapacidade face a tantos desafios pelos quais ultrapassam. São tantas as vezes em que me limito a escutar, a dar a mão, o ombro. São tantas as vezes em que sorrimos juntos em que partilhamos esse amor de Deus tão concreto e livre ao mesmo tempo. São tantos os abraços as mãos estendidas. São tantos os momentos de silêncio e entrega ao outro na mais simplicidade de te sentares no seu chão e seres um com eles.

A missão é dura, sim. Foi nesta dureza que encontrei o sentido mais profundo da minha presença em terras peruanas. Foi nesta terra árida que depositei os meus sonhos e a minha esperança. É neste pequeno pedaço de mundo que oro dia após dia pela integridade e os direitos de um ser semelhante a mim, criado por Deus. É um constante estar frágil e entregares-te na simplicidade e humildade daquele que nada tem. Assim desinteressadamente.

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A missão é dura, mas é esta a missão que sempre sonhei é este constante descobrir quem sou e o que faço aqui. É este saber que não sou nada e ver frequentemente os milagres acontecerem assim, naturalmente. Numa confiança que nos faz carne da mesma carne.

Aos poucos tudo vai encontrando o seu lugar, aos poucos tudo acontece simplesmente nos tempos não humanos mas celestiais.

Com amor e gratidão

Neuza Francisco

Nós te enviamos Pedro Nascimento, rumo a Etiópia.

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E depois de um fim de semana em grande em Comunidade no Ervedal (Alentejo), paróquia que viu crescer o LMC Pedro Nascimento e que agora o envia, a nossa LMC Rufina partilha connosco a sua grande emoção.

 

Hoje o Alentejo, mais concretamente o Ervedal esteve em festa.

Já se adivinhava que fosse assim, contudo, superou e em muito as expectativas, o que também não é de estranhar, principalmente, quando encontras uma Igreja linda, primorosamente decorada, curiosamente, já a anunciar o Ano Missionário Extraordinário, e, cujo Pastor consegue, seguramente, como fruto do trabalho que, ao longo dos anos, vem desenvolvendo, congregar todas as paróquias que lhe estão confiadas a participarem de forma responsável e alegre no envio do querido Pedro Nascimento para a Etiópia.

O momento alto foi, sem dúvida a Eucaristia, presidida pelo Senhor Arcebispo D. Francisco Senra Coelho e concelebrada por outros sacerdotes convidados, nomeadamente, o P. Francisco Medeiros, Missionário Comboniano e da diocese de Viseu.

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Contou igualmente com a presença de dois Diáconos, familiares, amigos e vários elementos dos Leigos Missionários Combonianos (LMC), que, tal como o Pedro, fazem parte das "Mil Vidas para a Missão".

Seguiu-se um momento de convívio , praticamente, com todos, tendo sido servido um lauto almoço, à boa maneira alentejana e que nos deliciou.

Pedro, como LMC e alentejana não posso deixar de dar graças a Deus pelo teu envio neste Ano Missionário Extraordinário, na certeza de que será um momento de crescimento e de enriquecimento e que te permitirá desenvolver junto do povo etíope, uma missão a transbordar de amor, imbuída de carisma comboniano, e iluminada pelo sorriso que o Senhor amorosamente colocou na tua face e que adoçará essa alma alentejana que tão bem te caracteriza, nos momentos de dificuldades.

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Como diz o Papa Francisco "Missão é ir ao encontro do outro".

E, como referido na Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa para o Ano Missionário e o Mês Missionário Extraordinário “Todos, Tudo e Sempre em Missão".

Então, Vai, Amigo, Vai!

Estamos juntos! Boa Missão!

Bjs

Rufina (14-10-2018)

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Obrigada Rufina. Obrigada Pedro. Obrigada pela entrega de ambos. 

Fim de semana de Espiritualidade Comboniana

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No passado fim-de-semana, de 8 a 10 de junho, os Leigos Missionários Combonianos marcaram a presença no Fim-de-Semana de Espiritualidade Missionária Comboniana, realizado na Maia e que teve como tema São Daniel Comboni - desafio para os jovens de hoje.

O encontro iniciou na sexta-feira à noite com a apresentação de todos os participantes, de entre os quais estavam membros dos diferentes ramos da família comboniana e mais alguns amigos e colaboradores.

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A manhã de sábado iniciou com o momento de oração orientado pelos formandos dos LMC presentes.

A Secular Comboniana, Helena Laranjeiro, abriu a temática convocando todos os presentes a enumerarem uma chuva de palavras em volta da palavra Jovem. Entre as várias palavras e expressões citadas, concluiu-se que os jovens são bons e, muitas vezes, são as “pessoas” que os definem como “maus”. Ainda dentro da procura da definição de Jovens, foram feitos pequenos grupos que discutiram entre si a visão da realidade juvenil nos dias de hoje e os seus aspetos positivos e negativos.

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A segunda parte da manhã foi assinalada pelo testemunho do P. Nuno que pertenceu à pastoral universitária de Coimbra, falando sobre o seu trabalho com os jovens no dia de hoje, salientando que não nos poderemos focar no número de jovens presentes nas atividades, paróquias e movimentos, mas sim pela qualidade, sendo essa uma vantagem, uma vez que é mais fácil de trabalhar e acompanhar. Da sua experiência, evidenciou alguns dos erros comuns da Igreja, quanto animadora da comunidade, referindo que devemos falar com entusiasmo e alegria, mostrando aquilo que dizemos sobre a alegria de seguir Jesus Ressuscitado.

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 De tarde, a sessão foi orientada pelo p. Ricardo Gomes que partilhou a sua experiencia como padre jovem e também do que são Daniel Comboni já dizia a respeito dos jovens. Dividiram-se novamente os grupos para refletir e discutir alguns escritos de Comboni destinados a vocações jovens.

Ao final da tarde prosseguiu-se com a Adoração ao Santíssimo, sendo esse um momento forte do dia, uma vez que permitiu refletir e interiorizar sobre o tema, tudo o que se ouviu e partilhou.

Após a Eucaristia com a comunidade da Maia, seguimos para o churrasco em formato convívio, onde não faltaram as sardinhas assadas, o caldo verde, a música animada e uma boa dose de animação!

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 No domingo de manhã, após a oração, seguimos para um painel orientado pela irmã Arlete e com a participação do padre José Vieira (provincial dos Missionários Combonianos), Sofia Coelho, Mónica Silva e Filipe Oliveira, que uma vez ligados a diferentes grupos de jovens e modos de vida, testemunharam sobre a temática “Jovens na igreja”.

Assim, vivemos um fim de semana muito rico em partilhas, testemunhos e, sobretudo, em reflexão e oração, num ambiente muito familiar e caloroso.

Mónica Silva

Últimas notícias de Maria Augusta da Missão de R.C.A.

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A Leiga Missionária Comboniana Maria Augusta Pires, de Janeiro de Baixo, que está em missão na República Centro-Africana (na Missão de Mongoumba), aproveitou mais uma vinda à capital (Bangui) para enviar notícias. Rezemos pela paz naquele país e por todos os missionários! Eis o texto enviado por ela [para o jornal da sua paróquia, O Astrolábio]  no passado dia 25 de Maio:

Eu e todos os membros da comunidade apostólica estamos de boa saúde, graças a Deus.

Estamos em Bangui para fazer compras... a Ana tinha a viagem marcada para o dia 18, mas, como a adiou para o dia 8 de Junho, tivémos que vir na mesma, porque nos faltavam medicamentos e muitas outras coisas necessárias no dia-a-dia, e também já tínhamos a despensa quase vazia.

No dia 12 de Junho voltam o Gervelais e o pai, de Dakar. Damos graças ao Senhor porque correu bem a operação. Espero que ele esteja contente e de boa saúde.

No dia 11 de Maio, foi morto, espancado, um enfermeiro do hospital acusado de "likundu" (feitiçaria). Ficámos todos muito tristes com este acontecimento. Esperamos que seja feita justiça e que os que lhe causaram a morte sejam bem castigados, a começar pelas autoridades que lhe recusaram protecção... Pedimos ao Senhor que nos ajude a defender as pessoas apontadas de tal maldição. Já houve vários casos de pessoas acusadas e que foram protegidas pela Missão e por alguns cristãos corajosos. Que o Senhor da vida faça que tal nunca mais aconteça com ninguém e que todos os cristãos tenham a força de denunciar tais violências.

No dia 1 de Maio, em Bangui, na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, durante a Eucaristia, foram mortas 16 pessoas e 100 ficaram feridas pelos rebeldes. Acabaram por falecer 22 pessoas, entre elas, um dos padres que estava a concelebrar. Os habitantes deste bairro continuam com muito receio de serem atacados de novo. Rezem muito por este nosso povo, que já está cansado de sofrer...

Eu, se Deus quiser, não voltarei a Bangui antes da partida para Portugal, pois, no mês de Junho, estarei muito ocupada com as avaliações dos alunos e os trabalhos do final de ano. No dia 4 de Julho, parto de Centro África e chego a Lisboa no dia 5, à tarde. É como no ano passado. Voltarei à Missão, se Deus assim o quiser, no início de Setembro. A Cristina está animada, continua a estudar o sango [língua local].

Estamos sempre unidos pela oração, isso dá-nos muita força e coragem. Um grande abraço Missionário, do tamanho do mundo, para o Padre João e Padre Orlando e todos os féis a vós confiados. Até breve!

Com muita amizade

Maria Augusta

- in o Astrolábio

ANO V – Nº 121 – 3 de Junhode 2018

Paróquias de Cabril, Dornelas do Zêzere, Fajão, Janeiro de Baixo, Machio, Pampilhosa da Serra, Portela do Fôjo, Unhais-o-Velho e Vidual

Teatro solidário - uma fonte de vida

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Partilho convosco aquela que é a minha imagem matinal. Aquela imagem da minha cidade, Linda Leiria, que funciona agora como pano de fundo sobre a minha manhã de desporto na qual encontro também Deus e com Ele converso. Dialogamos sobre aquilo que decorreu no dia 4 de Março na “minha” paróquia de Santa Eufémia - um Teatro Solidário levado ao palco pelo TASE (Teatro de Animação de Santa Eufémia): Comédia a partir das Lendas de Leiria. E quão grata estou ao nosso Pai. N’Ele confiei este Teatro. E quantas não foram as vezes que me achei incapaz. Á memória muitas vezes me vinha o meu compromisso de Quaresma que assumi numa oração shemá (orações que decorrem em Leiria, onde se privilegia o canto e a oração meditada, com inspiração nos métodos de Taizé). Confiar. Confia pois “tudo podes n’Aquele que te dá força (Filipenses 4:13)”. Confia pois “Deus nunca pede nada que antes Ele já não te tenha dado”.

 (https://www.youtube.com/watch?v=tlvJehSct4g)

Enquanto corro, reavivo os momentos em que desanimei porque as coisas não estavam a correr tão bem quanto queria. Mas queira eu o que Deus quer, e acima de tudo, que este evento traga os frutos necessários à obra do Senhor, à missão em Arequipa (Projeto Ayllu) e não mais que isso.

E é difícil agradar a todos. Quero crer que tudo o que fiz foi pela Obra do Senhor. Afinal de contas, Jesus nem sempre agradou a todos. E quão difícil é, por vezes, encarcerar em nós as críticas (construtivas ou não) e acatá-las em silêncio. “Podias fazer a, ou b. Mas também poderias fazer c. Ou talvez d”. E peço perdão pelas reacções menos positivas que tive para com aqueles que, embora eu não visse de forma nítida, me queriam somente ajudar. E devo-lhes tanta graça!

 

Agarrar este evento em nome dos Leigos Missionários Combonianos foi vida. Foi vida que se gerou, não só em mim, mas também vida que se gerou em torno de relações humanas, de pessoas que querem dar(-se). E vejo com este meu olhar crente no mundo que todos (TODOS) somos capazes de amar, todos temos uma ALMA MISSIONÁRIA e (ainda que muitas vezes nos nossos recônditos) esta necessidade de amar e ser amados. E é este Amor que deve ser o motor da vida!

 

Nas semanas precedentes ao teatro fomos convidando pessoas. Muitos "Não posso", alguns "Não vou, mas compro o bilhete", uns quantos "Não sei se vou", "Eu vou", “Afinal não posso ir". Um misto de altos e baixos que foram tecendo uma plateia. Na verdade, estava com receio que a plateia também não fosse apelativa ao próprio TASE (afinal de contas, actuar num palco faz-se com mais gosto e empenho se o público for numeroso e recetivo). Contas feitas, rezava para que, pelo menos 50 pessoas preenchessem os bancos daquele auditório.

Confia Carolina. Ecoava em mim esta frase.

Soubessem a emoção contida no meu coração quando, nesta tarde de Domingo que já ansiava há tanto tempo, surgem para ver o teatro cerca de 130 pessoas. E não posso deixar de agradecer aos presentes, mas também aos que estavam de outra forma, em oração, espiritualmente, em pensamento. Agradeço também ao TASE que de forma tão gratuita e generosa se dispôs a pôr o seu talento teatral a render, colocando a plateia a rir às gargalhadas (eu própria chorei a rir!). Agradeço aos vários patrocinadores (uns mencionados nos flyers, outros que preferiram o seu anonimato). E acima de tudo, agradeço a Deus pelos frutos deste Teatro Solidário que, muito além de financeiros*, são frutos vivos nas relações que se estabeleceram, no diálogo envolvido para a sua concretização, nos pensamentos que surgiram na cabeça de cada um dos colaborantes quando decidiram contribuir. Muito obrigada a todos!

Do fundo do meu coração, o meu mais profundo obrigada. E aqui nasceram mais “mil vidas para a missão”! Estou certa que em tudo o que fizemos teve a mão de Deus e de um amigo nosso, São Daniel Comboni.

LMC Carolina Fiúza

*1020€ de receita conseguida na venda de bilhetes, patrocínios, donativos e venda de artigos

 

Notícias da República Centro-Africana

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Todos os membros da comunidade apostólica estamos bem, graças a Deus. Já há muito que não comunico convosco, porque, como as estradas estão muito más, evito vir a Bangui. Hoje a viagem, com as paragens que se fazem, durou 8 horas. Tornam-se muito cansativas... Hoje, chegou uma nova LMC [Leiga Missionária Comboniana], é a Cristina que vem de Gueifães. Ela irá estudar um pouco mais o francês e, de seguida, o sango [dialecto local]. Peço ao Senhor para que ela se adapte bem e aprenda depressa o sango, para depois ir servir este nosso povo, principalmente os mais desfavorecidos que são os pigmeus. Trouxemos connosco uma rapariga de 17 anos que desde 2016 lhe começou a crescer o peito direito. Veio fazer exames mas não lhe fizeram mais nada, agora parece uma bola de futebol... No domingo começou com dores no outro e como vieram pedir ajuda, acompanhou-nos. Em princípio vão tirar-lhe todo o peito, espero que seja um fibroma e não seja canceroso, que possa ficar bem!

A Ordenação Episcopal do Padre Jesus decorreu muito bem! De Mongoumba vieram 80 pessoas e de Espanha chegaram os dois irmãos, a cunhada, dois sobrinhos e quatro amigos. Dos familiares mais próximos só faltaram os pais, porque já têm 86 anos, irão festejar o 63º aniversário de casamento no mês de Fevereiro e será o filho a celebrar a missa de Acção de Graças. Foi uma festa inesquecível! Passada uma semana foi a festa de Acção de Graças em Mongoumba. A igreja estava repleta de gente e havia muitas pessoas fora dela.

A preparar a vinda de Jesus, fizemos a novena de Natal, tendo tido uma boa participação dos fiéis.

No início de Janeiro, tivemos umas noites bem frescas, chegou aos 10 graus, que é muito frio para as pessoas, que não têm casas bem protegidas nem agasalhos para se cobrirem. Eu nunca tinha sentido aqui temperaturas tão baixas...

Sempre unidos pela oração.

Um grande abraço de amizade para todos da LMC Maria Augusta