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Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Leigos Missionários Combonianos

Servindo a Missão ao estilo de S. Daniel Comboni

Uma Nova Missão em Portugal

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Os Leigos Missionários Combonianos (LMC) abriram uma nova missão em Portugal. Desde setembro de 2021 que três leigos iniciaram uma nova presença em Fetais, Camarate.

Os Missionários Combonianos e as Irmãs Missionárias Combonianas já aí estão desde 2010. Agora, a Élia Gomes, a Maria Augusta Pires e o Pedro Nascimento juntaram-se para trabalharem em Família Comboniana.

Com a nossa presença, pretendemos dar testemunho da nossa vocação laical, missionária e comboniana. Durante este tempo temos estado a analisar a realidade e a procurar o nosso espaço de serviço nas atividades sociais e pastorais da paróquia.

No final de setembro, iniciamos a nossa colaboração na Associação Despertar, uma associação criada pela Família Comboniana cuja finalidade é de ajudar, em especial, as crianças e respectivas famílias nas suas necessidades. Durante a semana, todas as tardes, algumas crianças vêm para as instalações do Despertar, onde fazem os seus trabalhos de casa, estudam e brincam. Muitas das crianças chegaram recentemente a Portugal e encontram algumas dificuldades de aprendizagem e adaptação. Mais que um centro de estudos, esta associação pretende ser um espaço de crescimento, de adaptação e de bem-estar. Posteriormente, queremos visitar as famílias, criar contacto com elas e compreender as suas necessidades, fazendo causa comum.

Pretendemos trabalhar em colaboração com a paróquia, com o pároco, com a Obra da Promoção Humana dos Irmãos Combonianos, com as Irmãs Missionárias Combonianas e estar disponíveis para a população local.

Decidimos visitar idosos e doentes, falar e rezar com eles, dando-lhes alguma esperança e sendo pessoas de oração. A vida e a vocação missionária só fazem sentido se partilhadas com as pessoas.

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Também estamos preocupados com os imigrantes, as suas condições de trabalho e a legalização da sua situação em Portugal, pelo que planeamos trabalhar com essa realidade.

Rezem por nós, pelo nosso serviço missionário e pela fidelidade à nossa vocação.

 

 

 

LMC's: Maria Augusta, Élia Gomes e Pedro Nascimento

Que Estrela os guiou até nós?

Dia de Reis. Ontem o celebrámos este dia no qual 3 Reis Magos viajaram de diferentes partes, guiados por uma Estrela, para visitar em Ação de Graças o Menino que acabara de nascer, trazendo no regaço presentes para o Adorar. É sobre estes Reis, esta Estrela e estes Presentes que nos escreve a LMC Rufina Garcia que há vários anos se dedica ao acolhimento de emigrantes e refugiados ilegais em Portugal. Que Magos, que estrelas e que presentes nos chegam até nós, hoje, neste dia de Reis?

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Queridos LMC

Porque hoje é Dia de Reis e não só...
 
Que Estrela os guiou até nós?
 
A proximidade com o dia de Reis e, ou, talvez não, leva-me a reflectir um pouco, e, segundo a tradição cristã, naquele dia em que Jesus Cristo, recém nascido, recebeu a visita de alguns Magos, guiados por uma estrela.
E o primeiro pensamento, perante a origem destes Magos, permite, desde logo, perceber como, desde sempre, Jesus, na sua Infinita Bondade, tinha presente todos os povos, aliás, quase ousando perguntar, quem são e/ou o que simbolizam estes Magos, se não, o reconhecimento de Jesus por todos os povos do Mundo e a Luz que a todos deve iluminar?
Mas, falando destes Reis Magos, como foram designados, no séc. III, os presentes que traziam consigo, o incenso, o ouro e a mirra, e, independentemente do uso e das pessoas a quem se destinavam, mais uma vez, a diversidade surge, não como um factor de separação, embora me pareça importante referir, que, no ritual da antiguidade, o ouro era o presente digno de um rei, e, ainda, como é importante, perceber como estes presentes eram elementos agregadores e em nada diminuíram a beleza da simbologia do Evangelista Marcos sobre a narração do Nascimento de Jesus Cristo.
E, se no Natal, o Presépio, o nosso presépio, hoje, representado de mil formas, continua a fazer cada vez mais memória de uma Família que desesperadamente procurava abrigo para Eles e para o Filho que havia de nascer.
Passados, tantos, tantos anos, igualmente, num momento em que Refugiados e Migrantes, caminham, só Deus sabe como e para onde, também à procura de abrigo, deixo a pergunta: que Magos são estes que chegaram e continuam a chegar até nós, como se o Natal fosse todos os dias, e que estrela os guiou ou continua a guiar e que presentes/dores trazem consigo?
Não sei se alguma vez tivemos tempo para nos debruçarmos sobre este fenómeno, inclusive, se essa agitação humana e diária conseguiu em algum momento deixar-nos comodamente, meio anestesiados e indiferentes, até, perante um cenário mundial que a todos deveria envergonhar, e isto, porque somos responsáveis uns pelos outros, e, sem demora, deveríamos encontrar a forma certa de Cuidar uns dos outros e de proporcionarmos aquele bem estar a que todos temos direito e que deveria ser capaz de quebrar os ambientes mais gélidos, pois calor, seja em que circunstância for, é e será sempre sinal de Vida.

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Normalmente, ouvimos falar destes problemas e associamo-los a países distantes, gente muito diferente de nós, quantas vezes teremos até a tentação de nos considerarmos superiores a toda essa gente, que, para nós não tem nome, quase não tem rosto e, principalmente, gente em quem tão pouco conseguimos ver pessoas, e, mais difícil ainda, perceber e descobrir, que tal como nós, têm um nome, um rosto, uma família, um país, e, que as suas vidas, a sua história nos deveriam merecer o maior respeito.

Sim, que estrela os trouxe e continua a trazer até nós e que presentes carregam?
Claro, que não trazem nem ouro, nem incenso, nem mirra.
São Pessoas que trazem desenhadas no rosto as situações e os problemas mais inimagináveis e em que o seu olhar espelha um grito impressionante de ajuda, que nos diz que a estrela que os terá guiado, chama-se Esperança e que a Luz que esperam encontrar, passará, seguramente, por cada um de nós.

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Então, que todos nós saibamos Acolher essas estrelas de mil cores que hoje e cada vez mais caminham pelo Mundo, de uma forma tão injusta, desumana, insegura, movida por tantos interesses que assustam e que não percebemos.

E que neste Novo Ano, todos nós possamos entender que essas Pessoas são Estrelas com um brilho único, fazem parte do Universo que somos cada um de nós e que, também elas, são um pouco do brilho que, também, nós próprios, precisamos, de forma a que, hoje e sempre, saibamos ser essa Luz de Esperança, que brilha sem cessar, capaz de Cuidar e de Amar todos, como Pessoas!
 
LMC, Rufina Garcia

Do Pedro Nascimento, um Magnificat e muito mais.

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Queridos amigos e amigas,

Agora mais perto de vós, desde a minha santa terra, Ervedal, no Alentejo.

O tempo de quarentena foi um tempo especial, de descanso, oração, de paragem para reflectir sobre a missão e preparação para este tempo em Portugal.

A casa onde fiquei a fazer a quarentena, casa com todas as condições, por 19 dias, foi cedida totalmente grátis pelo ser missão de alguém que o sente de fazer por inspiração de Nossa Senhora de Fátima.

E os alimentos para esses dias também foram cedidos, principalmente por duas famílias, igualmente generosas no seu ser missionárias.

Com a graça de Deus, também tive quem se disponibilizasse com transporte para tudo.

Mesmo em quarentena ainda fui mimado com várias visitas que me ajudaram imenso.

Depois de feito o teste à Covid-19, de saber o resultado, negativo, foi tempo de agradecer a Deus Pai e à Nossa Mãe e, depois, viajar para casa e estar com a família.

Entretanto, a mãe foi chamada para realizar uma cirurgia à bexiga, o que já aconteceu e correu bem, graças a Deus e à oração e comunhão de tanta gente. Agora continuarei uns dias por casa, estando com a família.

Espero voltar à Etiópia em Setembro, por mais alguns meses entre o povo Gumuz de quem muito gosto.

Agradeço todas as perguntas que me foram feitas e irei responder pessoalmente a cada um e uma de vós. Para além disso, iremos realizar alguns pequenos vídeos inspirados nessas perguntas para que possa partilhar a experiência missionária com todos aqueles que o desejem.

Antes disso, já preparámos um pequeno vídeo com algumas fotos sobre a missão na Etiópia e que podem visualizar aqui https://youtu.be/EXNECqSlWNg.

No vídeo, algumas fotos são sobre o trabalho que realizamos, como o trabalho na biblioteca, as visitas às comunidades e acompanhamento de catequistas, e as actividades com as crianças.

Alguns de vós têm perguntado como poderiam ajudar a missão na Etiópia. Actualmente, das várias actividades, existem dois projectos que carecem de ajuda económica: a biblioteca e os doentes.

A biblioteca continuará com as suas actividades: sala de estudo e consulta de livros, aulas de inglês e de informática. Para isso, precisamos de fundos para continuar a comprar livros e material escolar para serem usados na biblioteca e, por outro lado, a contratação de alguém que possa ser formado e continuar na biblioteca mesmo quando já não estejamos na missão, dando assim continuidade ao projecto.

O projecto dos doentes consiste no acompanhamento das pessoas doentes nas aldeias que visitamos: transportar e acompanhar os adultos e crianças. As distâncias são longas, ao centro de saúde ou a um pequeno hospital gerido pelas Irmãs Combonianas, com bom tratamento e preços acessíveis às pessoas. Por vezes, pagamos a medicação das pessoas que não têm possibilidade de o fazer. Tudo isto significa gastos com a gasolina, taxas dos exames médicos, medicamentos e, por vezes, comida para os que pernoitam no recinto da nossa casa.

Assim os que quiserem contribuírem poderão fazê-lo para a Conta dos Leigos Missionários Combonianos (LMC) que é a seguinte: PT50 0036 0131 9910 0030 1166 0 (Banco Montepio).

Pedia por favor, que enviassem um e-mail a referir o destino do dinheiro para o e-mail dos LMC com o conhecimento da ecónoma dos LMC, Sandra Fagundes.

A vossa ajuda sempre foi e é importante. A missão faz-se em Igreja, com os que vão e com os que ficam, sempre todos em comunhão. A alegria da missão e do Evangelho não é exclusiva de uns mas de todos nós que pertencemos à Igreja! Tu és Missão!

A ajuda mais preciosa será sempre a vossa oração. Essa oração silenciosa mas profunda que tenho sentido na minha vida missionária e que muito agradeço.

Termino com o Magnificat que escrevi, em Portugal, durante o tempo de quarentena, sobre o tempo vivido na Etiópia:

A minha alma glorifica-Te, Senhor, por tudo o que me permitiste viver na Etiópia.

Glorifico-Te, Deus Santo, por tantos rostos que agora habitam no meu coração.

Louvo-Te, Senhor, pela Tua Palavra que tantas e tantas vezes iluminou a minha vida.

Regozijo-me com tantos sinais da Tua presença no meio daquele povo lindo que amo e tanto bem lhes quero.

Quero dar-Te graças, Jesus, por me teres permitido viver o Teu Amor no meio de tantas pessoas, na biblioteca, nas aulas de inglês e de informática, nos jogos de futebol, nas visitas às comunidades, nos encontros de catequistas, nas visitas às famílias, nas idas aos centros de saúde.

As cruzes não faltaram, o desalento, a dor, as lágrimas… Mas onde abundou a minha fragilidade humana e espiritual, superabundaram a Tua Graça e o Teu Amor que sempre senti no meu íntimo.

Agradeço-Te imenso as dificuldades da língua, compreensão da cultura, clima, doenças, que me obrigaram a ser pequeno junto deste povo lindo.

O dom da pequenez ajudou-me a necessitar de ajuda, a ser humilde, a parar para contemplar, a querer aprender…

Obrigado por me ajudares a ser pequeno. Quanto mais pequeno, mais necessitei de Ti, do Teu Amor, do colo terno de Tua Mãe, do Vosso olhar sobre mim.

O meu coração exulta de alegria sempre que penso na Etiópia.

Meu bom Deus, quero cantar as maravilhas da Missão, dizer como os Apóstolos no momento da Transfiguração: como é bom estar aqui, anunciar o Teu Amor e, se necessário, sofrer por Ti.

Pedro

A Vida Continua

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Encontro-me diante do Senhor, em adoração eucarística e recordo-me de vós. Coloco-vos na minha oração: familiares, amigos e amigas, benfeitores, todas as pessoas que continuamente continuam a interessar-se por mim e pela missão na Etiópia.

Quando estou mais distante, a oração torna-se ainda mais importante. Porque acredito em Deus, sei que rezar não é um tempo perdido, mas um tempo ganho, de diálogo com quem me escuta e me fala. E, por isso, a oração torna-se tão importante. Coloco-vos no coração de Deus, peço por vós, pelo nosso Portugal e todo o mundo fustigado pelo Covid-19, pelos nossos cristãos, aqui, todos os Gumuz e por toda a Etiópia. Rezar faz-me sentir mais perto de todos os que amo.

O Covid-19 começa a dar sinais na Etiópia, as pessoas começam a falar mais e sente-se muitas vezes receio pelo futuro. Mas a vida não pára, não pode parar. Há campos para cultivar, casas para arranjar, comida para preparar e muitas bocas para alimentar, ainda que seja uma refeição diária.

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O Covid-19 parou as nossas actividades, parou todas as escolas, o funcionamento da biblioteca, as aulas de inglês e de informática, parou as nossas actividades com as crianças, as celebrações dominicais com os nossos cristãos. Porém, a vida não pára.

O Covid-19 fechou-nos em casa mas a vida não parou. E, por isso, quando decidimos visitar os nossos amigos refugiados, já lá não estavam. Tinham sido mudados para as suas aldeias de origem no dia anterior. Mudados para os locais onde sofreram e que receiam mas, por causa do Covid-19, não devem estar todos juntos na escola que os albergava. O local onde viviam está silencioso, as casas vazias, a escola habitada por soldados … E os nossos amigos? E as crianças com quem brincávamos? Foram-se! E não foi apenas o espaço que ficou vazio. Também eu o fico: vazio de um adeus por dizer, de um último sorriso, de um último jogo de futebol…

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O Covid-19 fechou-nos em casa mas a vida continua. Por isso, esta semana decidimos visitar as comunidades, para saber como estão e para que saibam que continuamos aqui, juntos na mesma luta. A vida, essa, continua.

O Covid-19 fechou-nos em casa e fechará, impede-nos de continuar os nossos trabalhos em plenitude, com as pessoas, mas esta semana confirmou o meu viver a missão: o mais importante da missão são as pessoas. Claro que estamos aqui para trabalhar, para fazer comunhão, dar o melhor de nós e dar testemunho da nossa fé. Mas tão ou mais importante que todo o precioso trabalho que fazemos é o tempo que vivemos com as pessoas. Viver entre as pessoas, fazer comunhão é dizer: és importante para mim! Como nos é dito em O Principezinho, “foi o tempo que dedicaste à tua rosa que tornou a tua rosa tão importante para ti”.

Obrigado a todos e todas pela vossa preocupação. Que o Senhor vos abençoe sempre!

Abraço apertado desde a Etiópia!

 

Pedro Nascimento

Semana Missionária em Baião com o ANIMAG

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Foi com grande alegria e entusiasmo que participei, de 6 a 15 de Março, na semana missionária nas paróquias do concelho de Baião com 12 missionários e missionárias do ANIMAG (Animadores Missionários Ad Gentes).

É um concelho com 20 paróquias e 5 párocos. Fomos divididos em 5 grupos. O meu grupo animou as paróquias de Santa Marinha do Zêzere, Frende, Tresouras e Loivos da Ribeira. Foi feita animação nas catequeses, missas, creches e jardins paroquiais e na escola básica: do 1º ao 3º ciclo em Santa Marinha do Zêzere. Estava também programada a animação nos lares, mas foi cancelada, devido à pandemia. A nossa visita a duas dezenas de idosos, que estavam nas suas casas, deu-lhes uma grande alegria.

Dou graças a Deus por estes dias de animação missionária nas paróquias de Baião, com Missionários e Missionárias de várias congregações, com as quais nunca trabalhei. Agradeço ao Senhor o bom acolhimento de toda a comunidade cristã, das pessoas que nos receberam em suas casas e dos sacerdotes e leigos empenhados na preparação desta semana missionária. Impressionou-me o carinho e o amor com que os ministros extraordinários da comunhão levam o Senhor aos idosos e aos doentes. 

No dia 15 estava prevista uma Missa campal com a participação de grande parte dos fiéis das 20 paróquias... Terminou dia 14, com a recitação do terço, em que participámos os Missionários, os párocos e poucos leigos. À noite seria transmitido pela Internet para todas as paróquias. Depois do almoço de despedida, cada um regressou à sua comunidade ou à sua família, já com saudades desta semana missionária.

Que o Senhor faça frutificar esta Missão!  

Neste momento, devemos estar unidos pela oração, para que esta pandemia passe depressa, na certeza de que Cristo é a nossa força e o nosso protetor! Não esqueçamos a Mãe, que intercede sempre pelos seus filhos. Que com a maior brevidade possamos celebrar, todos juntos, em comunidade.

Desejo um Santo Tempo Pascal para todos.

Um grande abraço Missionário.

A LMC

Maria Augusta

Uma carta vinda da Etiópia

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Na nossa caixa do correio chega uma mensagem muito calorosa do nosso LMC em missão na Etiópia, desde Março de 2019, Pedro Nascimento.

 

Queridos familiares, amigas e amigos,

Espero que este e-mail vos encontre bem. Espero que toda a família esteja bem.

Graças a Deus estou bem.

Começo a sentir o forte calor, quase sempre de 40 graus que aqui se faz sentir. O calor que não se compara ao mesmo calor que sinto quando visito famílias, brinco com crianças ou trabalho com esta gente maravilhosa. Como dizia São Pedro, “como é bom estar aqui” (Mt 17,4).

Continuo envolvido na Biblioteca. Graças a Deus e à generosidade de algumas pessoas, foi possível comprar mais alguns livros para a Biblioteca. Os estudantes que aparecem podem ter acesso aos livros escolares básicos. Duas senhoras portuguesas, que aqui vieram trouxeram calculadoras e outro material. Muitas vezes procuro ter cadernos escolares e canetas e oferecer àqueles que não têm possibilidades económicas mas que revelam grande interesse. Sempre que solicitam algum livro em específico tentamos comprar. O seu tempo não é como o meu e posso ter dias em que me aparecem 2 ou 3 como ter dias em que me aparecem 20. Mas, como os compreendo. Jovens, com trabalho a fazer no campo, a estudar, com família e alguns com 2 ou 3 filhos, já. Como poderão ter tempo para a Biblioteca. A verdade é que arranjam e quando vêm estudam, há silêncio e isso deixa-me bastante alegre.

Continuo a ter um grupo fiel nas aulas de inglês e de informática. Eles gostam, têm desejo de aprender e eu, não sendo um especialista, tenho muito gosto em ensinar-lhes.

Tenho um grupo de estudo da Bíblia, em inglês, com 4 catequistas. Lemos a Bíblia, explico palavras em inglês, meditamos os textos, por vezes vemos filmes religiosos em inglês. Sinto-me muito feliz com eles.

Costumo ir brincar na escola que ainda alberga famílias refugiadas. Comprámos uma bola e isso é suficiente para reunir os jovens e para desfrutarmos de bons momentos.

Duas vezes por semana, no mínimo, acompanhamos os catequistas nas aldeias, visitamos famílias, brincamos com as crianças. São momentos que nos enchem o coração. Estar com as pessoas é fundamental na vocação missionária.

Com os Missionários Combonianos, com quem vivemos, todos os dias temos missa às 6.30 e todos os sábados fazemos uma hora de adoração eucarística. Às quintas-feiras vamos a casa das Irmãs Missionárias Combonianas, também com elas, temos uma hora de adoração eucarística e jantamos juntos. Às quartas-feiras eu e o David temos oração comunitária.

Apesar de todo este trabalho é desejo dos Leigos Missionários Combonianos, eu e o David (meu companheiro de comunidade) incluídos, iniciar uma nova presença missionária entre o povo Gumuz. Não somos os primeiros LMC na Etiópia mas somos os primeiros a trabalhar e a viver entre os Gumuz.

Assim sendo, estamos a visitar as comunidades, falamos com as pessoas, analisamos a situação concreta de cada vila e das famílias.

Infelizmente o carro que temos não nos permite esse trabalho contínuo. As estradas são péssimas e requerem uma carrinha razoável. Depois de um mês, só agora retomámos a brincar com as crianças das aldeias pois o nosso carro estava no mecânico, o que acontece com muita frequência. Para além de que continuamente estamos a pagar essas despesas. Será necessário comprar um novo carro que nos permita continuar o nosso trabalho.

Para além disso é nossa intenção construir uma casa numa das aldeias, junto das pessoas, e viver com elas. Juntamente com a casa iremos iniciar projectos. Ainda estamos a definir os projectos mas a construção de um jardim de infância para as crianças que passam o dia sozinhas, sem qualquer adulto e de um Lar de estudantes, que permita a alunos irem à escola, quando muitos não podem ir ou fazem 30 quilómetros diários para irem à escola são os projectos que nos parecem mais viáveis, tendo em conta o que já analisámos e ouvimos de jovens e adultos.

Infelizmente para realizar estes projectos será necessário dinheiro. Por isso peço a vossa oração para que possamos realizar a vontade de Deus junto deste povo lindo. Caso saibam de ONG´s que financiam este tipo de projectos, informem-nos, por favor. Toda a ajuda, por mínima que seja, é preciosa para Deus. E como sei que não estou sozinho aqui, tenho a certeza que estais comigo!

As adversidades por vezes aparecem, tais como tifo ou tifóide, mas estou alegre por ter sido enviado para este lugar onde Deus já se encontrava no meio destas pessoas.

Estou quase a completar um ano neste país lindo! Não duvido disso! É um país lindo! Estou feliz! Sinto-me feliz! Vivo feliz! Isso não significa que, não haja sofrimento. Significa que, apesar de todas as contrariedades que aparecem, vale a pena estar aqui, significa que Deus nos fortalece e nos dá os instrumentos necessários para realizar a sua vontade!

Continuo a ter-vos presentes na minha oração, continuo a sentir a vossa amizade bem perto de mim, continuo a aprender que a distância não quebra laços antes os fortalece, recordando-me diariamente o quanto a vossa amizade e amor são importantes para mim.

Beijinhos e abraços deste amigo que muito vos quer,

Pedro Nascimento

Sou pedrinha, sou igreja - encontro LMC de Janeiro

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Foi nos passados dias 17, 18 e 19 de janeiro que decorreu mais uma unidade Formativa LMC com o tema “Sou pedrinha, sou Igreja”, orientado pela psicóloga Dra. Liliane Mendonça.

A formação teve início no fim da tarde de dia 17, Sexta-feira. Depois de uma calorosa receção, lá nos fomos juntando, com troca de sorrisos, beijos, abraços e novidades!

Iniciámos o dia de Sábado com a participação do grupo na Eucaristia da Comunidade Comboniana de Viseu.

A formadora iniciou o tema apresentando a metodologia de trabalho que iria connosco desenvolver, assim como as três partes principais onde iria incidir a reflexão do grupo:

-  1ª parte: Missão.

-  2ª parte: Querigma.

- 3ª parte: Dons e talentos.

A primeira parte foi apresentada pela formadora e depois refletida individualmente, em grupo e em plenário, ao longo da manhã de sábado.

Foram brevemente apresentados quatro documentos e analisadas algumas partes dos mesmos:

1-  Plano de Comboni para a regeneração da África.

2- A exortação apostóloca  Christifideles Laici do Papa  João Paulo II, de 1988.

3- Comunicado final da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

4- Christus Vivit – exortação apostóliva pós- sinodal do Papa Francisco, dirigida sobretudo aos jovens.

No âmbito da missão do leigo e como resultado da celebração dos 150 anos do Plano para a regeneração da África de São Daniel Comboni, foi escrita uma mensagem, pela família Comboniana, com os principais tópicos seguintes:

 - O Plano: uma vida mais do que um documento.

- O Plano: uma resposta missionária nascida da realidade.

- O Plano: uma grande intuição.

- O Plano: Inspirado por um Encontro.

- O Plano: Uma experiência vivida pelos filhos e filhas de Comboni, alargado ao mundo e vital e atual nos dias de hoje.

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Deixo ainda uns excertos da conclusão desta mensagem deixada por toda a Família Comboniana:

“…queremos, na verdade, que na Família Comboniana de hoje haja espaço para a diversidade reconhecida na igualdade do estilo de vida; queremos aprender a reconhecer os talentos de cada grupo para fazê-los frutificar em função do Reino. “

“… Ajude-nos o nosso Pai,São Daniel Comboni que nos queria “Santos e Capazes” capazes de relações novas e verdadeiramente evangélicas, capazes de vivermos a igualdade na diversidade, fazendo causa comum com os pobres e os excluídos… só assim podemos responder de forma eficaz aos grandes desafios emergentes que o mundo nos apresenta. “

 

Quanto ao segundo documento salienta-se “a novidade cristã dada aos membros da Igreja, ao constituir para todos a raíz da sua participação no múmus sacerdotal, profético e real de Cristo e da sua vocação à Santidade no amor, exprime-se e realiza-se nos fiéis leigos segundo a ídole secular o que lhes é própria e peculiar … os fiéis leigos devem sentir-se parte viva e responsável desta tarefa, chamados como são a anunciar e a viver o Evangelho ao serviço dos valores e das exigências da pessoa e da sociedade. “

Relativamente ao terceiro documento fomos levados até ao exemplo de Cristo: «Como eu fiz, fazei vós também!» sendo o primado da missão o Amor. Assim somos convidados a sermos «todos evangelizados, todos evangelizadores».

Seguiu-se, durante a tarde, a leitura e análise do capítulo IV da exortação apostólica Christus Vivit. Depois da reflexão individual fizemos o trabalho de grupo e finalmente o plenário onde todos manifestaram o quanto se sentiram maravilhados com a leitura deste capítulo onde o papa Francisco, através de uma linguagem simples e acessível a qualquer cristão, revela o grande amor que Deus tem por cada jovem, por cada um dos seus filhos. Também tentamos identificar nas nossas paróquias situações de primeiro anúncio: “Querigma”.

Na Oração da tarde foi-nos apresentada, pela formadora, a “Lectio Divina” com os seus vários degraus e a importância de rezarmos através dela para nos sentirmos em diálogo com o Senhor. Assim, por meio da Sua Palavra e meditação da mesma, nos sentimos amados e queridos por Deus de tal forma que O levamos para a vida, tornando-nos verdadeiros cristãos e missionários.

Terminámos o dia com momentos de diálogo e convívio entre o grupo.

Iniciámos o domingo com a oração da manhã onde se refletiu na parábola dos talentos do Evangelho segundo S. Mateus 25, 14-30.

Depois, na formação fomos convidados a refletir nos talentos e dons que cada um recebeu, respondendo a um conjunto de questões que, de forma simples, nos ajudavam a conhecermo-nos melhor e a sabermos quais os motivos que nos levam a desejar ir para a missão e para quê.

Ainda antes do momento alto do dia, a Eucaristia, tivemos a oportunidade de dialogarmos em grupo e com a coordenadora da associação LMC, Márcia Costa, sobre as dificuldades de quem vai em missão e de quem regressa da missão, assim como, quais as atividades que queremos realizar e quais os voluntários para a concretização das mesmas.

Glória Rocha

 

Notícia da missão em República Centro-África

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Desde a Missão de Mongoumba (República Centro-Africana) a LMC Maria Augusta escreve para o Jornal da sua paróquia - O Astrolábio

Vim aqui a Bangui [capital da República Centro-Africana], porque o padre Fernando teve um acidente e está aqui no hospital. Ele teve o acidente quando voltava de Mbaiki [porque Mongoumba pertence à Diocese de Mbaiki], depois de participar na Missa Crismal. Vinham com ele a Cristina e o padre Maurice e atrás viajavam sete pessoas. Felizmente estes dois não ficaram feridos nem com grandes dores físicas, mas existem as emocionais. Mesmo assim, puderam estar sempre ao lado do padre Fernando, que era muito necessário.

As pessoas que vinham atrás tiveram alguns ferimentos, mas, felizmente, nada de grave, só um deles foi hospitalizado, mas não estava mal, graças ao Senhor. O padre Fernando foi cuspido pelo vidro da porta. Teve dois traumatismos: um na testa junto aos olhos e outro atrás. Foi operado no Domingo de Páscoa e correu tudo bem.

Eu e a Ana chegámos na terça-feira [a Bangui] e ficámos no Postulado, porque havia a Assembleia Comboniana. Passámos a Páscoa muito preocupados, porque não sabíamos como eles estavam… Quando vimos o padre Fernando ainda estava mal! Só hoje vim um pouco à Maison Comboni [casa dos missionários Combonianos em Bangui], porque temos estado muito ocupados com ele. Graças a Deus, ele vê-se melhorar de dia para dia. Ainda necessita de comer tudo passado, porque o maxilar superior não toca o inferior e assim não pode mastigar. Temos esperança que na cabeça estará tudo bem, porque ele fala bem e todos os sentidos funcionam… Temos muitas graças a dar a Deus, que protegeu todos aqueles que viajavam. A Providência Divina estava com eles, porque o acidente ocorreu a 1 quilómetro da Missão de Mbata e também porque apareceu uma viatura que os transportou ao hospital da vila (onde o padre Fernando foi suturado) e, depois, até Bangui.

O padre Fernando irá ao Benim fazer um TAC à cabeça, a fim de verificarem se está tudo bem com ele, e depois descansar e recuperar forças para continuar a missão que o Senhor tem para ele. Tenho confiança que vai estar tudo bem, com a graça do Senhor!

A Cristina fez exames e está tudo bem. Ela tem ajudado muito o padre Fernando! Ela ficará em Bangui até se sentir à vontade para voltar a Mongoumba.

O padre Maurice está bem, mas muito cansado.. até quarta-feira fez todas as noites e de dia preocupado com os outros sinistrados. Graças a Deus, quinta e sexta descansou e já o sinto melhor...

O padre Samuel chegou, na quarta-feira, bem e animado para a Missão que o espera. Nos meses de Julho e Agosto irá fazer animação missionária aos Estados Unidos.

Esperamos que nessa altura o padre Fernando já tenha voltado repleto de saúde.

A assembleia correu bem. Veio fazê-la um irmão do Togo, amigo do padre Maurice.

A bebé gémea de que falei na última mensagem acabou por morrer… O Senhor lhe deu a Sua mão, pois ela sofreu muito!

Sempre unidos pela oração.

Santo tempo Pascal para todos!

Um abraço para todos do tamanho do Mundo! Obrigada pelas vossas orações.

A LMC Maria Augusta

 in o Astrolábio

ANO V – Nº 147 – 5 de Maio de 2019

Paróquias de Cabril, Dornelas do Zêzere, Fajão, Janeiro de Baixo, Machio, Pampilhosa da Serra, Portela do Fôjo, Unhais-o-Velho e Vidual

 

Notícias da Etiópia

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Queridos amigos e amigas,

Parti de Portugal no dia 6 de março de 2019. Cheguei à Etiópia no dia 6 de março de 2011. Estou mais novo.
Obrigado a todos e todas pelas manifestações de carinho e de amizade. Nas minhas orações coloco-vos no coração de Deus porque Ele, que nos ama a todos e a cada um de nós, em particular, sabe o que é melhor para cada um de nós.
Por isso estou aqui na Etiópia. Porque Ele, que me ama, sabe o que é melhor para mim! Não sei até quando. Sei apenas que estou e cada dia é uma aventura nova, um desejo sincero de viver a missão para onde me enviou.
Estou bem! Melhor que isso, estou feliz! Encontro-me a viver na casa provincial dos MCCJ da Etiópia, em Addis Abeba. Esta vai ser a minha casa nos próximos meses, enquanto estou a aprender o amárico.
O amárico é uma língua difícil. Porém, graças a Deus, até agora, ainda não caí na tentação de desânimo. Fortalece-me o desejo de estar próximo das pessoas, de falar com elas, de fazer comunhão. E, sem saber o amárico, isso é quase impossível ou mesmo impossível.

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Estou apaixonado pela Etiópia. Sei que vou ter momentos difíceis e duros, de dúvida e de desespero. Mas agora estou apaixonado. E quero viver este momento com intensidade, porque é único.

Vivo em comunidade com os MCCJ em Addis Abeba e sinto-me comunidade. Desde o início que fui maravilhosamente recebido. O nosso dia começa com Eucaristia e laudes às 6:30; depois do pequeno almoço, vou para as aulas, que começam às 8:30 e terminam às 12:00 e, após almoçar, início o estudo. Às 18:45 rezamos vésperas e, depois de jantar, por hábito, convivemos um pouco.

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A nossa casa está quase sempre cheia. Por aqui passam muitos missionários a caminho das suas missões em África. Já tive a oportunidade de conhecer alguns padres e até bispos. Já encontrei histórias lindíssimas e arrepiantes. Quão dura é, por vezes a missão… Mas sempre bela. A nossa vida está nas mãos de Deus.

Tive, já, a oportunidade de estar uns dias em Hawassa com os LMC aqui em missão. Que bonito foi. Até a um bolo tivemos direito, para comemorar a minha chegada. Na formação aprendemos que devemos receber bem os novos LMC. Mas receber essa calorosa receção e carinho é, de facto, extraordinário. Estou grato aos nossos LMC na Etiópia por isso.
Em Hawassa durante um passeio de bicicleta, furei as duas rodas. Foi um bom batismo. Este fim de semana participei num retiro dos “Comboni Friends”. Que bonito foi.
A celebração da Páscoa, aqui, será uma semana depois da celebração da Páscoa em Portugal. Aproveitando uma semana de férias, irei conhecer a missão com os Gumuz, o povo com quem, se Deus quiser, irei trabalhar. Estou entusiasmado. Depois contar-vos-ei como foi.
A todos vós e familiares desejo uma santa Páscoa e não se esqueçam de que Deus vos ama.
Estamos juntos no amor de Deus.

LMC Pedro Nascimento 

Nova Equipa na Direção dos LMC em Portugal

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Alegria pois uma nova Equipa abraça a missão de Coordenar os LMC de Portugal. Foi na Assembleia Geral LMC de Portugal realizada em Outubro que foram eleitos novos órgãos Sociais para a Direção dos LMC em Portugal e, assim, no passado fim de semana (17 de Março) esta Equipa tomou posse, abraçando uma nova missão.

Na foto está esta nossa grande equipa. Da direita para a esquerda: Márcia Costa (Presidente), Élia Gomes (Vice-presidente), Sandra Fagundes (Tesoureira), irmã Carmo Ribeiro, padre Francisco Medeiros.

Desejamos todas as bênçãos do Senhor, por intercessão de São Daniel Comboni,  para esta nova Equipa. Rezamos para que sejam sempre iluminados pelo Espirito Santo a tomar as melhores decisões pelo futuro dos LMC e que, cada um de nós, seja também capaz de os apoiar sempre e de responder às necessidades: não as necessidades de uma direcção mas, mais que isso, as necessidades que os LMC e a missão do Senhor pedem.